Espelho do medo - Parte 4
Henrique levou Maia até em casa lhe deu um longo beijo e foi embora. No caminho foi olhando para o anel e refletindo se deveria ou não participar daquela viajem. Henrique era um daqueles caras sérios, responsáveis e comedidos. Tinha 1,79m, um rosto másculo e misterioso cabelos negros encaracolados e olhos azuis em tom água. Estava sempre pensado no bem dos amigos. Principalmente no bem dela... Ele nutria uma paixão secreta por ela, sabia que era errado, mas estava com Maia somente para disfarçar e tentar esquecê-la. Sacudiu os pensamentos e entrou em casa. Foi recebido por Huck seu cão da raça mastim napolitano. Apesar de parecer assustador era muito dócil, tinha medo até de baratas.
-E aí amigão como foi o seu dia heim? Arranjou alguma garota por aí – perguntou ao cão enquanto tentava tirá-lo de cima de si. Da porta da cozinha sua mãe o estava observando.
-Filho - chamou Emilia com a voz tensa. Dona Emilia era o que dizemos ser sensitiva de vez em quando ela tinha pressentimentos e com estes vinham visões desfocadas, mas certas.
-Filho você e seus amigos têm planos para está semana?- perguntou a mulher com ar angustiado, sabia que se caso a resposta fosse afirmativa não teria como detê-lo.
-Sim mãe por quê?- respondeu Henrique com ar sério.
-Coisas ruins vão acontecer nesta viajem – neste instante Emilia colocou as mãos nas têmporas e as pressionou - Seis irão, mas apenas dois voltarão.
-MÃE!-gritou o garoto. Fechou os olhos. Respirou fundo – Mãe, já disse para parar com isso. Não quero que volte para aquele lugar. Por favor – chegou perto da mãe e a abraçou lhe deu um beijo no rosto, olhou em seus olhos e disse – Mãe muda a expressão papai já deve estar chegando.
-Está bem. Tome um banho e desça para jantar.
-Acabei de vim da lanchonete. Estou cheio.
Deu outro beijo na face da mãe e foi para o quarto. Deitado na cama ficou a pensar na sua paixão secreta e em como seria beijar seus lábios, sentir seu corpo...
Depois que lavou a louça do jantar Emilia foi até o quarto da filha Carol de 5 anos lhe deu um beijo na testa acariciou seu rostinho e foi para o seu próprio quarto onde seu marido a aguardava. Fechou a porta do seu quarto e se aninhou nos braços do homem que tanto amava. Assim que Emilia entrou em seu quarto uma figura saiu do corredor e foi em direção ao quarto da menina.
-Carol acorde minha pequena – a menina abriu os olhinhos e se espreguiçou.
-Mamãe o que foi? Você tá diferente – disse a pequena olhando para os olhos da mulher.
-É que você está sonolenta meu bem. Quero que faça um favor para a mamãe. Vá até o quarto de seu irmão e lhe entregue isto. A menina se levantou com o embrulho nas mãos.
Toc-toc.
-Entra – convidou Henrique.
-Mano. A mamãe pediu para eu lhe entregar isto – disse Carol bocejando.
-A mamãe te acordou para você me entregar isto?
-É.
-Por quê?
-Não sei. Toma logo quero voltar a dormir.
Henrique pegou o embrulho e quando Carol fechou a porta o abriu.
-Um colar! O que é isso?- perguntou a si mesmo olhando para o pingente que tinha o formato da cabeça de um lobo.
Ficou olhando para o pingente deu de ombros e o guardou dentro da mesinha de cabeceira.