Espelho do medo - Parte 1 - Artefato
Há séculos ele vagava perdido no fundo do oceano, mas conforme as eras iam passando a correnteza o deslocava de lugar, e assim foi, até que uma das enúmeras ondas o deixou entre uns rochedos numa praia que parecia ser deserta. E alí ele permaneceu por exatamente sete dias até o encontrarem... Infelizmente.
Ele chegou à ilha a fim de poder passar seus últimos dias já que há um ano não conseguiu o seu intento e por esse motivo sua saúde vinha definhando causado pela doença que adquiriu, após fazer uma promessa e não cumprir. Foi levado em sua cadeira de rodas pela enfermeira que já cuidava dele a um bom tempo. Camila foi a única que ficou mais que um mês, pois apesar de jovem (tinha 32 anos) nunca sorria e fazia sempre o que ele pedia sem questinonar. E foi assim que ele tomou conhecimento do objeto. Estavam fazendo um passeio matutino, conhecendo o lugar já que haviam chegado no dia anterior e de noite. Então ele viu algo brilhando entre as pedras.
-Camila – a mulher parou de empurrar a cadeira – Está vendo aquele brilho entre as pedras? Vá até lá e traga-me o objeto “vejo sombras ao seu redor. Só pode ser uma peça mística”.
Sem dizer uma palavra Camila se dirigiu ao local e ao voltar o entregou o objeto.
-Leve-me para casa – ordenou olhando intrigado para o artefato.
Depois de horas de incessante pesquisa entre livros encontrou o que procurava.
Toc-toc.
-Entre. Já está limpo?
-Sim senhor.
-Deixe-o encima da mesa e saia, por favor.
Após ouvir o som da porta sendo fechada. Foi até a mesa e pegou o artefato. Era um espelho magnífico. Era redondo do tamanho de uma TV de 20 polegadas, todo em prata e ao redor havia umas peças com formatos variados, pode perceber que as peças estavam soltas. Eram o total de seis. Mais algumas horas de pesquisa e ao final pôs-se a gargalhar. Camila na sala ao lado ouviu ruídos, parou de ler por alguns segundos e logo em seguida voltou-se para o livro.
- E por acaso eu conheço essas seis criaturas – e voltou a rir.
Continua....