A epidemia Parte 5
Dana dirigia o carro, enquanto Josh lhe dizia o caminho. Eles não sabiam que Tob estava seguindo-os.
-Posso perguntar uma coisa? – ele disse.
-O que?
-Por que você quis me ajudar?
Ela ficou alguns segundos calada.
-Eu perdi meu filho. Por causa dessa epidemia. Lex estava no quintal, quando ELES atacaram. – Josh notou que ela estava começando a chorar – Foi horrível. Quando você me falou de sua filha, rapidamente me lembrei do meu. – ela olhou para ele. - Por isso resolvi te ajudar.
Quinze minutos depois, eles chegaram ao rancho. O carro nem parou e Josh se atirou para a rua.
-ESPERE! – ela gritou.
Freou o carro e desceu. Tirou a arma da cintura.
-Temos que ter precaução.
Os dois entraram na casa, e sentiram aquele cheiro podre. Taparam o nariz.
-Que cheiro é esse? – ele perguntou.
-Não sei, provavelmente de alguém morto.
Ela foi, com a pistola apontada, para o corredor.
-Quem é aquele?
Josh viu Fernadez, o capataz, morto na cozinha.
-Fernandez. Ele trabalhava comigo.
Eles entraram em outro corredor. Viram em uma das portas uma placa branca, envolvida por tecidos e algumas imagens de anjos, a palavra: Luna. Ele abriu a porta. Por incrível que pareça, o quarto não estava bagunçado, tudo estava em seu lugar. Hesitante, ele se aproximou do berço. Esboçou um sorriso. Luna estava viva! Estava acordada, parecia um anjinho. Ele a pegou.
-Minha filha. – ele começou a chorar.
Dana estava atrás dele.
-Ela está bem – ele falava para ela – Minha filha está bem!
Ele se sentou na cadeira de balanço.
-Você deve estar com fome. – fitou Dana – Faz três dias que ela não come e não bebe. Eu preciso alimentá-la. Na cozinha tem leite.
-Vou buscar.
Quando ela se virou, uma pessoa entrou. Dana apontou a arma e viu que o homem também apontava a sua.
-TOB!
-Eu tive que te seguir. Precisava ver se estava bem.
Os dois abaixaram as armas.
-A filha do Josh está bem. – ela falou como se Luna fosse sua parenta – Ela não está infectada!
O policial olhou para o homem.
-E ele? Será que não está infectado?
-Se estivesse, teria me mordido, ou demonstraria algum sinal de agressividade. – ela olhou para Luna – Vou pegar leite para ela. Tob, cuide dos dois.
Ela saiu da cozinha. Josh notou que a testa de Tob estava sangrando.
-Desculpe por ter te batido. Eu precisava buscar minha filha.
-Tudo bem. – ele falou sem jeito – Eu entendo seu lado.
Dana voltou. Trazia leite e uma mamadeira.
Josh se estendeu para pegar. Em seguida, despejou o liquido na mamadeira e deu para Luna.
-Bom, eu vou ir lá para o carro. – disse Tob.
-Eu já vou lá. Vou ficar aqui mais um pouco.
Ainda estava escuro, daqui a uma meia hora, começava a clarear. Tob estava com sono. Recostou-se no banco e tirou uma soneca. Acordou quinze minutos depois, sentindo uma ardência no braço. Viu sangue escorrendo. Se levantou do banco e olhou para ver o que tinha causado aquilo. Uma criança de aproximadamente 13 anos, estava a alguns centímetros dele.
-Seu desgraçado – sacou a pistola e atirou no garoto.
A bala atravessou sua testa. Tob olhou novamente para a ferida.
-Ele me mordeu – murmurou Tob – Maldito!
Começou a ouvir vozes vindo da casa. Dana e Josh, juntamente com Luna, estavam vindo. Ele não queria que os dois soubessem que ele tinha sido mordido. Rasgou um pedaço da camisa e envolveu na ferida.
-O que aconteceu? – Dana saiu da casa.
-Nada de mais. Um garoto tentou me atacar.
Josh viu o garoto.
-RICK!
Dana olhou para ele.
-Era seu filho?
Ele assentiu. Aproximou-se do garoto para analisá-lo.
-Você foi mordido? – Dana perguntou.
-Não. – ele respondeu.
Tob escondia o braço ferido atrás das costas.
-Bom, acho melhor voltarmos – o policial disse.
-Tob tem razão. – ela olhou para Josh – Vamos.
Ele, lentamente, recuou do corpo do filho. Estava chorando.
-Você vem com a gente? – Dana perguntou.
-Não, eu volto no carro que vim.
Dana e Josh, que estava com Luna nos braços, entraram no veiculo e saíram. Em seguida, Tob entrou no seu e saiu.
Duas horas depois.
-O que você fez foi errado – disse Jefferson
Dana estava sentada na sala do cientista.
-Olha, senhor...
-Não se preocupe, Dana. O importante é que deu tudo certo. Ninguém foi mordido. – ele se levantou – Daqui a dez horas o primeiro helicóptero chegará.
-Você está falando sério?
-Sim. O míssil será lançado daqui a vinte horas.
-MAS ISSO É POUCO TEMPO!
-Não se calcularmos direito o horário de partida do helicóptero.
-Mas...
-Não se preocupe. Já está tudo acertado.
-Jefferson, eu queria saber se Josh e a filha, podem ir no helicóptero também.
-Claro que podem.
-Obrigado, senhor.
Josh estava em um quarto. Os enfermeiros tinham improvisado um berço. Tinham alimentado Luna; que agora dormia. Dana entrou.
-Como ela está?
-Bem. Já foi alimentada e agora está dormindo.
-Eu falei com o Jefferson e você irá no helicóptero com a gente. Luna também, claro.
-Obrigado, Dana.
Josh não estava vestindo roupas de paciente. Suas vestimentas eram normais.
-Eu vou para minha sala. Se precisar de algo, é só me chamar. – ela disse.
Tob estava no banheiro. Tinha molhado a cara umas dez vezes. Ele não estava nada bem. Suava e tremia ao mesmo tempo. Precisava de sangue. Queria arrancar o pescoço de alguém. Mas não podia. Continuaria a lutar contra o vírus que estava dentro dele. Saiu do banheiro e foi para o corredor principal. Jefferson apareceu.
-Olá, Tob! Estava procurando você.
-Bom... D...Chefe.
-Você está bem?
-Acho que estou com febre.
O cientista ficou desconfiado.
-Tem certeza?
Ele assentiu.
-Bom, vamos ao trabalho: como o helicóptero chega daqui a algumas horas quero que você vá até o centro de pesquisas no 3° e cancele a pesquisa com o arsênico. – ele riu, e falou consigo mesmo – Eles ainda acham que vão conseguir algum antídoto. – voltou a falar com Tob – Peça para tacarem fogo nos frascos. Se alguma delas quebrar, a epidemia irá se alastrar aqui dentro.
-Tudo bem. Eu vou.
Tob entrou no elevador e foi até o centro de pesquisas. Entrou em uma sala branca, uma mesa com varias frascos que dizia: Arsênico. estavam e sua frente
-Olá Tob.
Um homem apareceu. Estava de jaleco branco.
-O que posso fazer por você?
-O... Cancelar as pesquisas.
-Cancelar as pesquisas? Como assim?
Tob não conseguia falar direito.
-Jefferson mandou...
-Ah, não se preocupe. Vamos cancelar hoje mesmo. – ele foi até um coller que tinha perto da mesa e tirou uma latinha de coca cola – Fiquei sabendo do resgate. Até que enfim, não é?
Ele abriu a lata.
-Ai! – o homem olhou para o dedo – Me cortei. Que merda!
Tob fitou o dedo do cientista. Aquele sangue escorrendo, chamando por ele...
-Se controle – Tob falava para si mesmo.
-O que você disse? – o homem foi até Tob e notou que ele estava suando frio. – O que houve com você? Está com febre?
O cientista tocou na testa de Tob, o sangue do dedo escorreu pela sua testa. Tob não se conteve. Agarrou a mão do homem e mordeu-a.
-AHH!!
O cientista foi para trás, cambaleante, e bateu com o braço nos frascos de arsênico; que se espatifaram no chão. A mão dele estava jorrando sangue. Seus dedos tinham sido arrancados. Tob se atirou sobre o homem. Pessoas viram aquela confusão. Sacaram as armas e entraram na sala; deixando a porta aberta.
-FECHA... – o cientista tentou falar, mas foi mordido por Tob no pescoço.
Os guardas inalaram a substancia. Alguns desmaiaram, outros perderam a noção e começaram a correr pelo corredor freneticamente. Uma enfermeira estava saindo do elevador, quando foi atacada. Ela recuou e entrou novamente no mesmo. Apertou o botão do 1°.
Dana estava em sua sala, quando ouviu uma sirene. Era a de emergência. Pela janela de vidro, viu uma correria de gente. Ela se levantou da cadeira e caminhou rumo à porta. De repente, uma moça, toda ensanguentada, começou a pedir a ajuda e fazer grunhidos estranhos ao mesmo tempo. A policial recuou. Vu passar mais três infectados pelo corredor. Um deles atacou um guarda que tentava se defender.
-Não é possível – murmurou – Não pode ser.
CONTINUA... A proxima parte será a penultima.