A epidemia Parte 2

Josh correu duas quadras. Parou para retomar o fôlego.

-O que está acontecendo? – murmurou.

Viu que tinha uma banca de jornal abandonada. Uma das manchetes que lhe chamou atenção foi: EPIDEMIA DEIXA CIDADE EM CAOS! Começou a ler a reportagem: Uma falha de segurança em um laboratório subterrâneo, onde os cientistas estudavam o material químico arsênico, fez com que a substancia fosse liberada pelos dutos de esgoto e, assim, passando por residências. Os moradores, quando inalaram o elemento, começaram a ter vômitos constantes e hemorragia externa. O pronto socorro ficou cheio, não tendo médicos disponíveis para atender. Alguns pacientes começaram a atacar, mordendo suas vitimas no pescoço...

Josh não quis ler mais. Agora ele sabia o que tinha acontecido. Viu a data do jornal. 12 de novembro de 2012. Fazia duas semanas que aquilo tinha acontecido.

-Droga. Se Fernandez não tivesse vindo à cidade, minha família ainda estaria a salvo.

Ouviu um barulho. Josh largou o jornal e ergueu o ferro. Eram passos de uma mulher, pois se notava que a pessoa estava usando salto. Chegou à esquina e se chocou com a moça; que vinha apressada. Ele a segurou.

-ME SOLTA! - ela se debatia.

-CALMA! EU NÃO SOU UM DELES!

Ele a sacudiu. Ela parou de se debater.

-Você não foi mordido? – ela perguntou.

-Não. Olha, eu preciso de um telefone. Minha família está em perigo.

-Se você procura resgate... – ela balançou a cabeça – Não vai mais encontrar.

A mulher olhou para trás.

-Eu posso te levar para minha casa. Vamos logo, porque eu vi um bando deles lá trás.

Josh notou que ela era ruiva, cabelos longos e estava com um casaco de pele, tinha uma roupa por baixo e, como ele já tinha percebido, usava salto alto. Chegaram a uma casa de dois andares. Subiram na varanda e ela abriu a porta.

-Entre rápido.

Josh entrou rapidamente. A moça fechou a porta e acendeu as luzes. A sala era grande, com uma mesa de enfeites no centro, uma escada na frente e do lado tinha uma mesa de jantar. Ele analisou a casa, antes de falar:

-Olha, moça...

-Silvia. Meu nome é Silvia.

-Bom, Silvia, eu agradeceria muito se você me emprestasse seu telefone.

-Eu já disse que você não vai mais encontrar resgate.

-ME DEIXE TENTAR, PELO MENOS!

Silvia notou que estava saindo lágrimas de seus olhos.

-Tudo bem. Em cima da mesa tem um.

Josh correu para o aparelho. Ligou para o resgate.

-Está dizendo que todas as linhas estão ocupadas. – ele falou

-Eu disse.

Ele desligou.

-Eu vou até a delegacia.

-Você quer morrer, não é? – ela falou ríspida. – Você não vai conseguir ajuda.

-Mas não é possível que não tenha um policial, pelo menos, disponível.

-De que planeta você veio? – ela perguntou ironicamente.

-Eu moro em uma fazenda, a 10 km daqui. Venho pouco na cidade.

-Muito pouco - ela retorquiu.

-O meu capataz, invadiu meu quarto no meio da noite e atacou minha mulher. Ele tinha vindo à cidade para comprar algumas coisas. Deixei meu filho mais velho cuidando dela.

-Ela foi mordida?

-Sim.

Ela riu.

-Então ela deve ter mordido seu filho.

-NÃO! ELA ESTAVA BEM QUANDO EU SAI!

-Olha aqui, não adianta gritar comigo! Ela foi mordida, virou um deles e mordeu seu filho. FATO! A menos que ele tenha conseguido se defender. Quantos anos ele tinha?

-13.

A mulher ia falar, mas Josh interrompeu.

-Quer saber? Eu vou ligar para lá.

Pegou o telefone e discou. Não atendeu.

-Não atende. – Josh começou a ficar desesperado.

Se sentou em uma poltrona e começou a chorar. Uma lágrima escorreu no rosto de Silvia. De repente Josh gritou:

-LUNA! – ele se levantou.

-Ela é sua filha?

-É. Tem cinco meses. Ela está lá. Eu preciso salva-la. Ela não deve ter sido mordida, pois estava no berço dormindo.

-Isso não impede de seu filho ou sua mulher terem mord...

-CALA A BOCA! ISSO NÃO ACONTECEU! Eu vou à polícia.

Ele foi em direção a porta.

-ESPERE! – a mulher gritou.

-Você não vai me impedir.

-Eu vou com você. Só espere um segundo – ela foi para dentro e voltou com uma arma. – Agora vamos.

-É muito longe?

-Vamos roubar um carro. Afinal, o que tem de carro abandonado...

Os dois saíram da casa. Uma quadra depois, tinha um Chevrolet verde. Josh olhou para dentro do carro. Tinha um homem desmaiado.

-Será que ele vai nos atacar? – ele perguntou.

-Provavelmente.

O homem pegou o ferro e quebrou o vidro. Rapidamente, o homem desmaiado se atirou sobre a janela quebrada. Josh recuou. Silvia ergueu a arma e deu um tiro no rosto do “infectado”. Sangue espirrou, para dentro, e para fora do carro.

-Você é boa de mira – ele disse para ela.

Josh abriu a porta do veiculo e tirou o homem lá de dentro. Botou-o no asfalto. Os dois entraram no carro. A chave estava na ignição.

-Bom, você dirige – ela disse.

Ele ligou o carro e os dois partiram. No meio do caminho, Josh perguntou:

-Qual a probabilidade de encontrarmos alguém lá?

-1%.

Ele suspirou.

-Se não acharmos ninguém eu volto para minha casa e pego Luna. Depois vejo o que vou fazer.

Silvia viu que estava escorrendo uma lágrima no rosto de Josh. Segundos depois, ela disse.

-Dobre a direita e siga reto.

E assim, eles foram. Em busca, novamente, de resgate.

CONTINUA...

Bauer
Enviado por Bauer em 18/12/2010
Reeditado em 19/12/2010
Código do texto: T2679543
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