A epidemia Parte 1

Josh Ariston estava em sua fazenda, a 10 km da cidade, juntamente com sua mulher, Susie, seu filho, Rick de 13 anos e sua filha Luna, de apenas cinco meses. Os três estão jantando; Susie estava dormindo em seu quartinho. Eram 20h.

-Quer dizer então que o nosso filho pretende cursar agronomia! – disse Josh rindo.

Ele tinha 30 anos, era esbelto e alto. Parecia aqueles caubóis de faroeste.

-É verdade, Josh. – disse Susie.

Ela era loira e tinha olhos azuis. Muito bonita.

-Assim eu posso ficar sempre em casa. Fico apenas cuidando da fazenda.

Rick era ruivo, e tinha altura mediana.

-Não é assim, filho. Seu pai vai à cidade. Poucas vezes ao mês, mas vai. – ela olhou para Josh – A proposito, Fernandez foi à cidade comprar o que pedi?

Fernandez era o capataz.

-Foi. Não sei por que ainda não voltou.

Ás 22h, o casal foi se deitar. Rick ficou na sala, lendo um livro. Meia hora depois, foi para seu quarto. Às 2 horas da manhã, Susie acordou sobressaltada. Josh acordou devido a sua respiração ofegante.

-O que houve?

-Eu... Tive um pesadelo. – ela estava quase chorando. – Eu não sei direito...

-Calma. – ela deitou no ombro dele. – Foi só um sonho. Volte a dormir.

Ela tentou dormir novamente. Não conseguia. Começou a ouvir passos no corredor.

-Josh – ela falou em voz baixa. – Está ouvindo?

Ele escutou os passos.

-Deve ser Rick, que foi ao banheiro.

-Mas ele não é de ir ao banheiro de madrugada.

-Não é nada, meu amor. Volte a dormi...

Parou de falar, pois alguém abriu a porta do quarto deles, escancaradamente. Susie gritou e acendeu o abajur. Fernandez tinha entrado no quarto.

-Fernandez? O que é isso? – Josh se levantou e foi em direção ao velho.

Ele era barbudo e tinha 64 anos. Josh percebeu que estava saindo sangue de sua boca.

-Meu Deus - murmurou o homem .

O idoso se atirou sobre Josh, que se esquivou, fazendo Fernandez cair de cara no chão. Ele não falava nada. Apenas fazia ruídos estranhos.

-O que houve com ele? – Susie perguntou nervosa.

O velho se levantou, viu Susie, e se atirou na cama. Ela saltou e caiu no chão. Percebeu que a boca dele estava jorrando sangue. Josh foi para frente do velho.

-Fernandez, calma...

Ele tentou se atirar em cima de Josh novamente.

-ELE ESTÁ LOUCO! – gritou Susie.

Josh passou correndo pela porta e disse.

-Cuide dele, eu já volto.

Passou correndo pelo corredor, Rick abriu a porta do quarto.

-Pai, o que está acontecendo?

-Fique no seu quarto. Não saia dai!

Foi até a dispensa e tirou uma espingarda do armário.

-O QUE HOUVE?

-VOLTE PARA O SEU QUARTO!

Josh correu de volta para o seu quarto. Parou quando viu Susie bater na parede do corredor, e Fernandez estava em cima dela. Josh apontou a espingarda.

-SAI DE CIMA DELA!

Mas o capataz não escutava. Josh começou a bater com a espingarda nas costas de Fernandez, até que ele rolou; saindo de cima de Susie.

-ELE ME MORDEU! - ela se levantou – ELE ME MORDEU!

O idoso se levantou. Josh estava com a arma apontada.

-NÃO SE MEXA!

Mas o velho avançou nele. Josh atirou. Fernandez voou e bateu no armário da cozinha. Tinha sangue por todas as paredes. O homem viu que o pescoço de Susie estava jorrando sangue.

-Calma, meu amor. Vamos botar um pano. – ele viu que o filho estava olhando para eles. – Rick, cuide de Luna.

O bebe estava chorando.

-Mas eu quero saber o que houve...

-FAÇA O QUE EU TO MANDANDO, AGORA!

Josh botou Susie em uma cadeira; ela estava tonta. Depois, pegou um pano de cozinha e fez a mulher ficar pressionando contra o pescoço.

-É só até a ajuda chegar.

O pijama de Josh estava ensopado de sangue. E o chambre de Susie também.

-Eu estou me sentido estranha – ela murmurava.

-Você perdeu muito sangue. Está tonta.

Ele saiu de perto dela e foi até o telefone. Ligou para a ambulância.

-Todas as linhas estão ocupadas – dizia a gravação.

Ele tentou ligar para a polícia. Também dizia que estavam todos ocupados. Ele voltou para Susie.

-Não sei por que, mas todos os números de emergência estão ocupados.

-Eu estou com fome.

-Calma, meu amor. Vou ver como está Rick e já ligo para o resgate novamente.

Josh entrou no quarto de Luna. Rick estava sentando em uma cadeira de balanço, com o bebe nos braços.

-O que houve, pai? – o garoto perguntou chorando.

-Eu não sei. O Fernandez apareceu com sangue na boca. Não falava nada, apenas fazia ruídos.

-Mas por que ele mordeu a mamãe?

-Eu não sei, filho. Tentei ligar para o resgate, mas todos estão ocupados. Acho que vou ter que ir até a cidade. Quero que você cuide da sua mãe, ok?

-Sim, pai. Não se preocupe.

Josh foi até o quarto e se trocou. Botou uma calça jeans, tênis e uma camiseta com um casaco de couro. Voltou à cozinha. Susie estava pálida.

-Meu amor, - ele murmurou - Vou até a cidade. Chamarei a ambulância. Rick vai cuidar de você.

Ele deu um beijo na cabeça dela. Saiu na rua, e foi até a garagem. Entrou na sua picape marrom. Josh odiava ir à cidade. Ainda mais com o carro, que era antigo e estava com problemas. Podia enguiçar a qualquer momento. Sem contar que a gasolina estava acabando. Saiu da fazenda, rumo à cidade.

Rick botou Luna no berço. Ela tinha voltado a dormir. Foi ver como sua mãe estava. Continuava sentada na cadeira. O chão estava sujo de sangue.

-Mãe, como você está? – ele entrou hesitante, na cozinha.

Notou que o pano em que a mãe tinha posto no pescoço, estava no chão.

-Você precisa de algo?

-Filho... Venha cá. Mais perto.

Rick, lentamente, foi se aproximando da mãe.

-Eu estou com fome... Mamãe está com fome.

O garoto ficou a dois cm da mãe. Ele conseguia ver o pescoço dela, todo aberto.

-O que você quer, mãe?

Susie se avançou em Rick, que recuou, mas caiu no chão. A mãe ficou em cima do garoto.

-MÃEE!!

Ela mordeu a jugular do filho.

Josh chegou à cidade. Não viu nenhum carro.

-Que estranho – murmurou.

Viu que no painel, dizia que a gasolina estava na reserva. Precisava ir a um posto de gasolina. Chegou ao primeiro que viu. Não tinha ninguém. A loja de conveniências estava com luz. Talvez alguém estivesse ali, pensou. Parou a picape e desceu. Entrou na loja. Alguns mantimentos estavam espalhados no chão. A luz florescente piscava. Josh viu que alguém estava sentado atrás do balcão. Viu apenas o boné da pessoa.

-Ei, será que você poderia me ajudar? Preciso de um telefone.

Aproximou-se do balcão.

-EI! Estou falando com você! PRECISO DE UM TELEFONE, URGENTE!

O homem de boné, lentamente, começou a se levantar. Quando Josh viu seu rosto, tomou um susto. Sua boca estava sangrando. Fez alguns ruídos estranhos. O homem recuou e bateu em uma prateleira.

-Droga. – ele murmurou. - O que está acontecendo?

Correu e entrou na picape. Tentou dar a partida, mas não adiantava.

-NÃO É PARA ENGUIÇAR AGORA! – berrou.

Mas não adiantava. O veiculo não pegou. O homem da loja saiu. Cambaleando, vinha em direção ao veiculo. Josh viu que tinha um pedaço de ferro no banco de trás. Pegou-o e desceu do carro.

-PODE VIM! – gritou para ele.

O homem avançou e Josh bateu com o cano na testa dele; que caiu no chão.

-Eu não vou perder tempo com você. – ele murmurou. – Preciso salvar minha família.

Começou a correr, em busca do resgate.

CONTINUA...

Bauer
Enviado por Bauer em 17/12/2010
Reeditado em 17/12/2010
Código do texto: T2677719
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