O Hospede Maldito
Ravel chegou à portaria da pensão. Tocou a sineta, e não esperou muito tempo para ser atendido. Alugou o quarto 666, no sexto andar. Do edifício Plaza Doro. Dispensou o elevador e subiu as escadarias com sofreguidão, queria alcançar logo o aposento. Higienizar-se num bom banho, e descer para tomar alguns drincks no bar da hospedaria, e quem sabe contratar os préstimos de uma prostituta qualquer.
Ele colocou a chave na fechadura da porta. Destrocou-a. Sua mão alcançou o interruptor, acendeu a luz, a visão do acanhado paraíso o fez suspirar, e o ar do ambiente fechado adentrou seus pulmões. E uma tosse seca o despertou. Jogou a sua grande mala em cima de um parco sofá, foi logo tirando a roupa, queria se higienizar, pois o calor o angustiava.
A demora no banho foi como se estivesse na cachoeira de um caudaloso rio. Após o banho, vestiu uma parelha de roupa e, assim como subiu desceu. Não utilizando o elevador do prédio. Já no salão do hotel, encaminhou-se para o balcão e solicitou um uísque sem gelo. Seus olhos logo cruzaram com os de uma rapariga, que circulava entre os pouquíssimos hospedes que aproveitavam das bebidas da adega do Plaza Doro...
Ele aproximou-se dela, e em poucas palavras já estavam subindo para o quarto 666 do sexto andar. Nem tiveram a paciência de acenderem as luzes e já foram se entregando a ânsia do desejo carnal. Ele com uma ferocidade incomum. Ela com uma entrega de fera no cio. Aproveitaram todos os espaços possíveis e improváveis para o sexo animal. O cheiro da luxuria exalou pelos quatro cantos do quarto. A lua lá fora como testemunha, escondeu-se por detrás das nuvens envergonhada por ver tais cenas tão explicitas. Alguns dos hospedes ainda ouviram os urros do casal faminto, saciando-se no apogeu do clímax de um estupendo gozo!
Na manhã seguinte, a prostituta pagava a conta da hospedagem no nome de Ravel e se retirava do hotel Plaza Doro com sua grande mala. Com destino inserto e desconhecido. Percorrendo a BR do Brasil. Em determinado momento ela para, desce do seu carro, vai até o, porta malas abrindo-o e retirando de lá a grande mala.
Ela a arrasta até um local de difícil acesso no interior da mata. E deixa lá a mala. Antes, porém ela dá mais uma olhada no corpo de Ravel que ela transou e bebeu o sangue na noite anterior.
Ela volta para o seu carro, entra, e com as mãos no volante lembra-se das cenas que teve com a prostituta e de quando assumiu o corpo dela. Liga o carro e volta para autopista. Com uma única certeza enquanto ninguém o pegarem, ele continuara fazendo o que a mais de um século gosta de fazer. Transar, beber o sangue e assumir o corpo de suas vitimas.