Irmandade

Well se mantinha quieta e de cabeça baixa enquanto os dois policiais continuavam a lhe fazer perguntas.As algemas incomodavam seus pulsos,mas um meio sorriso continuava estampado em seu rosto.

- Me diz o que aconteceu aqui! - Gritou um dos policiais.

- Um assassinato não está vendo ou é burro demais pra entender? - Respondeu olhando-o nos olhos.

- Ah!Eu vou matar essa vaca! - Falou o policial correndo até ela com o punho cerrado.O outro o segurou dizendo que seria melhor vê-la atrás das grades.

O cheiro de queimado ainda enchia o ar,o corpo carbonizado em cima da cama de lençois igualmente queimados explicava tudo.A Irmandade liquidara mais um,outro que não merecia viver e mesmo assim se gabava do fato.

- Olha,será que você não entende que está ferrada ?Por que não entrega os outros e salva sua pele? - Propos o outro policial.

- E por que você não me solta e corre daqui pra salvar a sua pele? - Respondeu well mexendo os pulsos.

- Por que o matou heim sua doida?Acha que não conhecemos você?Sabemos que mata homens por diversão...O que é?Não gosta de homem? - Disse o primeiro policial chegando o rosto bem perto do dela.

- Não gosto de idiotas imundos que se acham homens! - Disse well cuspindo do rosto dele.

- Vadia! - Disse ele dando um tapa no rosto dela e sendo mordido na mão que logo começou a sangrar. - A maldita morde!A maldita cachorra me mordeu!Eu vou matar essa vadia! - Ele destravou a arma e a apontou para a testa de well.

- Eu não atiraria se fosse você.- Disse um recem chegado parado na porta com uma arma.

- Ei otario quem é voc...- Ele não chegou a terminar a frase ante do tiro explodir sua cabeça.

- E você tambem quer levar um tiro? - Perguntou o recem chegado olhando o policial que restara.Esse sentou na cama carbonizada e baixou a cabeça.

Pegando um molho de chaves do corpo do policial o recem chegado abriu as algemas de well.Ela sorriu e o abraçou dizendo.

- Rogerio...Eu esperava o Linx...

- Está me desprezando ingrata?!Olha que eu te deixo aqui!- Disse ele fingindo irritação. - Agora me diz,como te pegaram?

- Eu demorei demais pra limpar essa bagunça...

- Seus malucos,retardados,vocês não vão escapar da cadeia...- Disse o policial.

- Well...Amarra esse suicida na cama. - Disse Rogerio com um sorriso.

Logo o policial gritava enquanto tinha sua pele arrancada aos poucos.Quando o alcool foi jogado em cima de seus ferimentos ele desmaiou,Rogerio acendeu o fosforo,o quarto não demorou a pegar fogo,nem a casa.Enquanto voltavam para a sede da Irmandade Well e Rogerio viam a grande fogueira.

- Acha que ele foi pro céu? - Pergunta Well ainda com olhar fixo.

- Com certeza não... - Respondeu Rogerio.

- Acha que nós vamos?

- Também não...Você se importa? - Disse ele parando o carro e olhando para ela.

- Nem um pouco...

A noite caiu sem lua,sem estrelas iluminada apenas pela fogueira de morte.

Dedicado ao Rogério Silvério de Farias