Devoradores Satânicos
Elas dançam sob a luz do luar, serpenteando seus corpos seminus, no ritmo dos tambores, que batem no compasso e na cadência que elas se movimentam. Aos olhos de quem vê acompanhado da bebida torpe que eles ingerem, são convites aos inimagináveis desejos e sensações de sedução. A miscigenação de cores é esplêndida, loiras, morenas, ruivas, niseis. O convite a luxuria.
A lenha na fogueira crepita, as labaredas também parece ouvir as batidas das percussões. E as belas ninfas. Elas rebolam, rebolam com uma sensualidade impar. A frente dos ávidos expectadores, um altar natural, mal iluminado por algumas velas, em castiçais feitos por madeiras retorcidas, sete mulheres dançando com seus apetrechos.
Umas bailam com cobra, outras com adagas! Os tambores cessam com um aceno da Sacerdotisa, que imprime o ritmo do ritual.
- Que tragam a virgem! – Ela ordena. E com outro aceno os tambores voltam a serem tocados, entretanto com um compasso lento, quase como se fosse uma marcha fúnebre. E ela vem! Dançando linda! Com seu corpo exuberante, transmitindo sensualidade por todos os poros. Uma máscara no rosto camufla sua real identidade, usando uma vestimenta transparente, deixando a mostra seu magistral corpo. Ela dança, dança acompanhada agora por todas as outras sete mulheres. A moça virginal espalha seu perfume por todo arredor. Seu aroma invade as narinas dos presentes, fazendo com que eles, independente do sexo a deseje.
Girando pelo espaço que tem a virgem é conduzida para o altar rústico. Todos num transe anseiam por ver o sacrifício e principalmente a distribuição da linfa, o néctar salutar que percorre pelas veias da donzela. Ela é deita seu belíssimo corpo, sem ter a consciência que o anjo negro da morte, a espera, lascivo para carregar sua alma. Enquanto os devoradores satânicos consumirão seus restos mortais. A sacerdotisa empunha sua adaga em sem cerimônia crava no peito esquerdo da jovem. Que apenas trêmula, sendo ceifada para sempre!
Seu corpo é todo drenado e seu sangue antes do gelar é distribuído para os apreciadores do vampirismo. O seu virginal corpo é liberado aos lacaios necrofilos, para posterior servir aos canibais. As horas avançam a madrugada. A orgia regada às perniciosas ações continua ate quase o despontar do sol. Quando um a um dos estranhos adeptos das mais diversas seitas despertam para partirem para suas rotineiras vidas. Sabidos que os jornais do fim de semana estamparão nas colunas de desaparecidos. Mais uma jovem desaparece! Assim como no ano passado mais uma jovem some sem ninguém saber como!
E as mulheres que não choram, já pensam em qual orfanato adotarão uma moça? Ou em qual favela, ou condomínio de luxo subtrairão uma donzela para o próximo ano na data da Lua Grande fazerem seus sacrifícios...