O Psicopata...

“Segunda – feira de manhã, o silêncio veio da madrugada, junto com os pingos de orvalho. Sentado na sacada, olhando o tempo, observando o sol que estar por nascer. Olhos compenetrados no esplendor. No peito o pingente da santinha de devoção herdado da mãezinha! Que fez a promessa de salvação pelo filho que agonizava a beira da morte. A santinha o salvou!”

Longe dali...

Ela sonhava como toda mulher um dia já sonhou. Em se casar virgem e na vida ter um bom marido, um casal de filhos, e alguns animais de estimação como: gato, cachorro ou um papagaio. Contudo, ela, apenas sonhou! Porque sua realidade foi outra. Estuprada aos quinze anos. Abandonada pela mãe teve que abortar aos dezesseis. Hoje, olhando pela janela da cela, contempla o manto azul. Seus olhos choram na solidão da cela fria. Medo, tristeza e dor! Não massacra tanto sua alma, quanto o desejo de vingança!

“O Psicopata define-se por uma procura continua de gratificação psicológica, sexual, ou impulsos agressivos e da incapacidade de aprender com os erros do passado. Ele caminha entre nós, conversa sereno, tem um olhar obstante, profundo, entretanto é agressivo. Dá suas opiniões e está sempre em evidencia. Ele sorri em silêncio, enquanto todos choram aos berros. Seus planos são arquitetados como um engenheiro do mal manipula todos que estão a sua volta. Quase sempre ele consegue enganar as pessoas. E quando consegue, arrasta a sua presa para sua alcova. Ele macula, aleija. Quando não mata!”

Enquanto ela carrega no seu corpo esquelético, as marcas da violência que já sofreu. Um braço quebrado, tão torto que a mão esquerda não tem movimentos. O nariz rasgado, onde um dia ornou um lindo, e brilhante piercing, dois dentes na boca foram arrancados numa briga por conta de um programa não pago.

Suas mãos tremem, por longos minutos. Ela fecha os olhos tenta dormir, porém as marteladas do tempo e das discriminações que sofreu lhe castigam as lembranças. As lágrimas descem por sua face, que outrora fora bela e nova hoje enrugada pela mão do destino. Faltam poucas horas para ela ganhar outra vez a liberdade de novamente caminhar pelas ruas. Quando o dia amanhecer os grandes portões do presídio será aberto, onde ela ganhará as ruas da cidade. Com uma única idéia na cabeça. Matar o psicopata que a aguarda do lado de fora...

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 15/07/2010
Código do texto: T2379534