O monstro do 312
Carol estava deitada confortavelmente na cama de solteira. Estava cansada, depois do longo dia de discussões no congresso de professoras para o qual viera. Ouvira algumas histórias sobre o quarto do hotel onde estava. Parecia que, naquele quarto, o 312, duas pessoas já haviam se matado. Desprovida de superstições, ela não se importava com o fato. Pessoas se matavam em todo o lugar...
Já estava quase adormecida, quando ouviu um barulho embaixo da cama. Sentiu como se uma garra fria tocasse seu coração. Um arrepio. Sentiu-se apreensiva por alguns instantes. Por fim, engoliu o medo infantil que a assaltara e pendurou o corpo na cama, olhando para o espaço vazio embaixo do móvel, depois de ligar o abajur, para conseguir enxergar o que havia.
Viu então uma criatura medonha, de olhos amarelos e pele verde, onde pipocavam furúnculos oleosos. Os dentes podres do bicho se arregalaram para ela, que saiu correndo, horroriza, sem notar que ia em direção à sacada.