Às vezes, eles voltam...

Aos quinze dias do mês de novembro no ano de dois mil e seis, Julie procurava na Internet belas mensagens para enviar para as suas amigas também professoras, quando deparou-se com uma foto estranha em sua comunidade Vlad Tepes Dracul.

Como coisas estranhas atraíam a atenção de Julie, ela foi até o perfil dele e sentiu uma sensação estranha de que aquela pessoa necessitava de sua ajuda e então enviou uma mensagem de auto-estima e o convidou para ser um de seus amigos de perfil.

Ao enviar a mensagem ela percebe que ele escrevera:

- Existe gente dessa na Terra?

Mas o que passou despercebido é que ele antes dela enviar a mensagem havia escrito em sua página de recados uma mensagem que dizia assim:

- Um sinal, Senhor!

Ele quis enviar uma música de anjos para ela, mas quando ela a ouviu sentiu que alguma coisa estava ao lado dela e começou a sentir calafrios.

Ele perguntou o que ela sentiu ao ouvir a música e ela disse que parecia que alguém estava ao lado dela tocando-a.

Desse dia em diante, os dois tornaram-se grandes amigos e trocavam mensagens, poemas, músicas era um verdadeiro intercâmbio cultural já que ele era alemão e ela brasileira.

Num belo dia, ele mostra-lhe uma foto pelo messenger com apenas o corpo sem o rosto.

Ela fica ansiosa para saber como era o seu rosto, mas ele hesita em mostrar-lhe.

Com muitas súplicas por parte dela, ele decide mostrar-lhe o rosto e ela quase cai da cadeira de tão surpresa que ficou.

Lembrava o rosto do seu ex-marido,quando jovem, com cabelos lisos compridos.

Desde este dia ele muda o comportamento com ela e torna-se agressivo.

Ela começa a sentir que alguém a observava o tempo todo e sentia o corpo tremer, mas não estava frio. Era verão.

Então ela decide buscar ajuda numa casa espírita e lá dizem que essa pessoa pode ser reencarnação de uma outra vida e que talvez, tinham débitos a acertar nessa existência.

No segundo sábado que ela esteve lá, quando os trabalhos já estavam fechados e ela preparava-se para ir embora alguma coisa saiu do círculo e foi até ela.

Ela ficou trêmula, mas mesmo assim foi até a porta da saída, mas não aguentou e os membros da casa espírita trouxeram-lhe até a sala de trabalhos.

Então, ela perdeu os sentidos e o Espírito que se apossou dela dava fortes gritos como se estivesse sofrendo muito.

Ele estava machucando o corpo dela e tinha muita força, precisaram cinco pessoas segurá-lo.

E depois de dar muitos gritos, começou a dizer:

- Ela me matou.

- Ela é minha.

- Eu vou levá-la.

Quando perguntaram o nome ao Espírito ele sorriu e respondeu:

- Gabriel.

Ele não queria deixar o corpo dela e foi preciso muita oração para que ele a deixasse.

Depois de cinco horas ela voltou a si.

E perguntaram a ela:

- Quem é Gabriel?

Ela disse:

- É um amigo da Internet.

Eles a aconselharam a afastar-se dessa amizade, antes que coisas piores poderiam acontecer, pois ele tinha muito ódio no coração.

No dia seguinte ela falou com o seu amigo do ocorrido, mas ele disse que por volta desse horário ele sentiu-se mal e foi dormir.

Ela começou a perceber em seu íntimo quem ele era e por que tinha esse ódio mortal dela.

Quando ela tinha dezoito anos, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e três, ela ficou grávida de um rapaz que não queria que a criança nascesse e a ameaçou dizendo:

- Se você não tomar essa injeção na farmácia, eu a largarei.

Como ela não estava trabalhando, os pais dela eram rigorosos, e a colocariam para fora de casa se soubessem da gravidez, ela não teve opção e tomou a injeção com muita dor no coração.

Por isso, esse rapaz que ela conheceu dezoito anos depois do ocorrido tinha ódio dela, pois ela seria sua mãe e ele nesta outra vida nasceu com problemas existenciais, maníaco depressivo e com grandes possibilidades de vir a se suicidar, Ele atentou contra a própria vida duas vezes e seria internado em um sanatório, se não melhorasse com a terapia ocupacional.

Ela sofre muito por causa dessa história, mas na época, ela não tinha o que fazer, estava praticamente sem saída.

Ele desapareceu da sua vida para sempre.

Neste mundo há coisas simplesmente difíceis de acreditar, mas essa é uma história real, sem final feliz. Seria cômica, se não fosse tão trágica.