A TRAJETÓRIA DO PROJÉTIL (microconto mistério/suspense - dedicado ao poeta Antonio Jadel)
O crime com certeza fora cruel, a punição era justa aos olhos dos ímpios naquele século maquiavélico. Mas, a mulher em linha reta ao cano de seu rifle, sob a sua mira de tiro, enquadrada perfeitamente entre seus olhos estáticos, era a sua própria irmã.
A contagem para o fuzilamento já fora iniciada, fugir era impossível, recuar um crime contra a Pátria, pois a vítima era um Comandante da Marinha. Então, no três Jadel via o sangue derramado e os olhos verdes de Luna, cheios de paz, enquanto as mãos trêmulas portavam a machadinha, gotejada de sangue, no dois ouvia as batidas aceleradas do próprio coração, no um, sentia a linha gelada traçada pelo suor, que escorria por sua espinha, a ordem de FOGO! e o estampido da bala, saindo do cano com a direção certeira que a acompanha, isso ele não ouviu...pois estourara os próprios miolos.