O BARULHO DO FRIO
Tarde da noite, frio cortante, duas cobertas, cama gelada, sozinha, ouviu barulho, ainda meio adormecida, quis se levantar para verificar, a temperatura a desanimou, mas ficou atenta, tentando ouvir mais alguma coisa, novamente o som de algo caindo e passos a arrepiaram, saiu debaixo das cobertas, preocupada, calçou os chinelos e, pé ante pé, dirigiu-se para onde vinha o som, a cozinha, acendeu a luz e tudo parecia em ordem, voltou para a cama, aliviada, pensou que deveria ter sido um sonho, ou algum gato, eram 3h38m e agora perdera o sono, por isso o frio falava mais alto, aonde encostava, parecia uma pedra de gelo, às 6h teria que levantar, se preparar para ir ao trabalho, não sem antes deixar o café pronto, tentou contar carneiros, concentrar na respiração, ajeitou-se melhor, e nada, então os pensamentos vieram, as obrigações do novo dia que estava chegando, buscar a roupa na costureira no horário do almoço, pagar a energia, terminar o trabalho da faculdade, só de pensar já estava exausta, quando deu por si, já eram 5h, levantou-se, pois não dormiria mais mesmo, despida no banheiro, praguejou, a água estava geladíssima, arrumou-se, café pronto, tomou um bom gole, saboreou, pegou a bolsa, não vivia sem ela, pegou a chave do carro, quando novamente ouviu barulho, agora mais forte, parecia que vinha da garagem.