MUNDO OCULTO VI
" O quarto secreto "
Inês chegou sorrateira da casa de sua avó Maria e ouviu os seus pais discutindo...
_Severino, você precisa parar de dizer que acredita nessas estórias da Inês...Ela não passa de uma criança com bastante criatividade_ Dizia Doralice preocupada. _ Se você incentivá-la, só vai fazê-la mergulhar ainda mais nesse mundo de fantasia.
_ Olhe aqui Doralice, não tente empurrar pra cima de mim essa responsabilidade. A nossa filha é especial sim. Ela vê coisas de um mundo oculto. Um mundo que não vemos, mas não significa que não exista. _ Severino estava firme em suas convicções...
Doralice sorriu sarcasticamente...
_ Você está se ouvindo?
Severino retrucou:
_ Doralice, você pode tentar explicar o incidente do cachorro, da boneca, do sonambulismo e da voz. Mas você não pode explicar como ela viu o nosso amigo aqui na hora em que ele morreu...
Doralice emudeceu...
_ Doralice, meu amor, aceite...Nossa filha é deferente...
Severino vai até Doralice e a abraça confortando-a...
Inês que espiava tudo pela fresta da porta, afastou-se devagarinho...
Estava deveras confusa com tudo que vivênciou e ouviu...
Ela não passava de uma criança assustada...
Porque parecia que alguém sempre a vigiava...
Sentia a fria sensação que alguém observava os seus passos diariamente...
Por isso não gostava de ficar sozinha...
Quando ficava sozinha essa presença ficava ainda mais forte.
Em meio a estes pensamentos, ela decidiu ir procurar seus amigos vizinhos para brincar.
Ao chegar na casa do senhor José e da dona Bezinha a porta já estava aberta. Então ela já foi logo entrando e chamando pelos seus amigos e também pelos avós deles...
Mas a única resposta que conseguia, era o uivo do vento.
Apesar disso, ela continuava a procurar seus amigos pelos cômodos da casa.
Ao chegar em um corredor comprido, ela viu uma luz que reluzia pela cortina esvoaçante, que cobria a entrada de um dos quartos...
Então ela perguntou :
_ Tem alguém aí?
Devagarinho ela se pôs na frente da cortina florida e tentava ver por fora o que havia naquele quarto.
Mas nada conseguia vê...
A curiosidade foi maior...
E ao entrar no quarto, viu diversas velas vermelhas, um altar, alguns símbolos como um certo ritual...
Ela ficou paralisada...
Nunca vira algo assim...
Sentiu uma mão agarrar seu braço e gelou por dentro...
Logo alguém a puxou para fora do quarto...
Era dona Bezinha que a repreendeu e lhe sussurrou :
_ Garota, ninguém entra nesse quarto, ninguém entendeu?
O único que entra nesse quarto, é o Zé...
CONTINUA...
PS: Se assim desejar leia o conto à partir de "MUNDO OCULTO I", para que possa entender melhor a estória...
Inês e os outros personagens são fictícios, porém os relatos são inspirados em fatos reais...