Desta vez, a vítima foi o Mordomo...parte 1/2

 Nas histórias de suspense o Mordomo costuma sempre ser o culpado, mas desta vez ele é quem foi a vitima!



    ...Seu Agenor um sujeito muito discreto viveu quase que única e exclusivamente para servir e até bem pouco tempo era essa a sua rotina, sua missão ou tão somente seu trabalho.
   Por algumas vezes questionado sobre isso sempre se utilizava a terceira das possibilidades, ou seja, pagavam-lhe para fazer o que fazia , gostava do ofício e os patrões que tivera, poucos por sinal, o elogiam muito em sendo assim não via necessidade de tentar ser outra coisa a não ser o que de fato era, um simples e humilde mordomo.
Serviu ainda quando muito jovem aos pais do seu último patrão, o Senhor Carlos que a exemplo de seu pai (
Seu Antônio), homem de caráter reto e de reputação ilibada que nunca o decepcionou, nem tampouco a seu pai.
   Agenor contava com uma idade bem avançada (
80 anos) e estava com Carlos não a desempenhar mais as funções habituais e tão desgastantes de um mordomo, encontrava-se ali por méritos e por ser da casa e com laços afetivos bem fortes com o patrão no que irão ver a veracidade disso, adiante.
   Às vezes ser um mordomo cumpridor de suas funções suscite varias e varias situações delicadas perante os demais empregados, pois como atribuição principal de um bom mordomo é de gerenciar e coordenar a casa e o restante dos empregados, só que com Agenor isso pouco tivesse acontecido.
   Talvez não tenha passado de duas ou três vezes em que foi exposto a alguma insubordinação ao longo de sua vida e quando isso ocorrera , comprovou-se a imperícia ou até mesmo a improbidade do empregado em questão.
   Também por fatos não recorrentes naquela casa, sua utilidade sempre esteve em alta e por aí se mediu inclusive sua extrema competência e lealdade. Ah, não podendo de deixar de falar de sua maior virtude que é a sua calma e a lucidez com que trata todos os problemas.
   Carlos casado a mais de 20 anos com Rita com quem tem três filhos: Felipe (19), Renata (18) e Gabriel (14 anos).
   Até então tudo parecia conspirar a favor daquela família, naquela casa.
   Agenor apesar da postura como se fosse um verdadeiro lorde, sempre bem arrumado, elegante e disposto, guardava um segredo do qual em nada se orgulhava, mas que confidenciou apenas com seus antigos e saudosos patrões (
Antônio e Eunice sua esposa) que eram os pais de Carlos, como disse seu último patrão.
      Aí vai então seu segredo, o velho homem comedido e refinado, sempre colocando bem as palavras era na verdade um “auto de data” no quesito respeito e educação, porém 100% analfabeto sendo essa sua maior paixão, pelo fato de não ter estudado, mediante causas que não cabe mencionar agora.
   E por mais incoerente que isto possa ser o que vou relatar é mais incrível ainda, Agenor mantinha em seu quarto uma grande estante cheinha de livros.
Pensar que uma pessoa que é incapaz de ler uma única palavra, possuísse uma mini biblioteca em seu quarto é no mínimo sui “generis”, mas é isso mesmo, o velho senhor se mostrou um apaixonado pela arte escrita, que com seu gosto apurado e refinado ia das poesias de
Érico Veríssimo aos romances de Mário de Andrade.
    Todos devem estar se perguntando nesse momento: Como fazia isto? E quem os lia para ele?
   Hoje quem faz essa gentileza é o próprio filho (Gabriel) que aproveita o embalo e a bondade do velho mordomo para “lascar-lhe” umas leituras de jovens com gírias e tudo e parece que Agenor se diverte com o moleque lendo aquelas esquisitices.
 
  
Assim explicado o mistério do seu Agenor, um homem de cultura mesmo sem que soubesse ler!
    
  Aguarde o que tem ainda por vir neste episódio em que algo de muito terrível, infelizmente vai acontecer com este pobre homem....................................aguarde....................................