ASSIM ERA O ANTES

E na obscuridade do tempo homogeneamente ali eles viviam.

Não havia frio. O calor ambiente era ótimo e não havia desarmonia. Era tudo silêncio ao seu redor. Agregados em camadas uniformes, estavam confortáveis, alinhados e alimentados dentro das possibilidades que os assistiam.

Não eram velados, mas, os sentiam na sua presença.

Seu mundo, não os temiam, a não ser por ocasiões que levados por sensações extras sentiam o gelo e os arrepios de um outro mundo que não era o deles e nestas ocasiões muito se iam aos poucos por atropelos e causavam grandes catástrofes nas suas homogeneidade.

Eram pequeninos, sem motivações, pois, não conheciam a sua razão, o seu destino e até mesmo a sua oriunda formação no seu sistema.

E, perdidos numa lógica que oprime e arrebata o destino, eram eles puros, simples, mas concretos.

Latentemente seu mundo formado por grandes tenacidade e côncavos que os facilitam na sua congregação.

Seres estranhos os rodeiam. Viventes de tão distintas camadas unilaterais os envolvem de impulsos constantes, mantendo-os aquecidos e isolados.

Neste mundo tão comum e singelo e que as vezes causam grandes desafios a maioria, sentem-se num confortável abrigo, que persistem em mante-los presos nesta dimensão.

Nós estávamos ali, constantes, porém, o tempo fora passando.

Um dia, não sabíamos o porque, mas algo estava acontecendo. Talvez a ironia do destino ou a verdade que se esconde, aproximara e nos carregavam.

Será que ainda somos agregados em camadas uniformes?.

Será que eles sabem se eles mesmos existem?.

Ou será que seu mundo está a descoberto?.

Pensava eu neste momento.

Uma simples ventilação, uma simples chama que nos atraem, um desfecho inoportuno que nos invadem todo o sentimento; nossa degeneração?.

A perspectiva do tempo que chega.

Os reclames e as ladainha que ouvimos, são novas sensações, são correrias.

A adversidade entre os mundos nos atiram no túnel da inspiração que leva a felicidade ou infelicidade.

Imperiosa luta contra a sua própria razão.

Imaginariamente acarretados por um grande dilúvio, tempestade ou terremoto, que na sua escala sísmica trouxe-nos numa grande proporção, decompondo-se e arremessando-nos contra a parede do tempo.

E ali, estava eu.

Não solitário, pois ao olhar para trás via milhares arremessados.

Foi grande a luta, confusão desordenada imperava na órbita e no novo mundo desconhecido.

Não sei se, por felicidade ou ironia do destino, ali estávamos nós, numa batalha, numa competição, numa aglomeração onde os caminhos eram desconhecidos, "e ainda os são".

Sem rumo todos corríamos; uma guerra sem armas.

No meio da multidão, eu delirava, eu lutava contra o tempo e a morte.

Deparava-me com o terror, minha cruz era, e a cada minuto que passava tornava-a ainda mais pesada, desviava-me das convulsões, seguia aos impulsos magnéticos que nos atraiam ao novo sistema.

Era a primeira vês que experimentava a sensação do desespero. Corríamos em todas as direções a procura de abrigo, penetrávamos nos grandes abismos, atravessávamos montes, barreiras e cansados queríamos ganhar os campos, as pontes e todos corriam desesperados.

Será que queriam me pegar?.

O medo arrastava-me a uma desolação completa.

Meus pensamentos eram confusos.

A presença dos outros me assombrava.

Não sabia o porque, mas todos corriam, corriam, e agora todos na mesma direção.

Não sei, será que o arremesso tão inesperado levava-nos aos mesmos pensamentos?, sentimentos?. ou ao mesmo alvo?

E quando o desespero assolava-me convulsivamente, senti no coração a singeleza e a ofegante pausa.

Estava a salvo.

Oprimido via o terror, o flagelo e o desespero que convulsivamente assolavam todos aqueles que me perseguiam.

Escurecia e eu os vi perder na imensidão da noite.

Chorei desesperadamente.

Durante longos tempos senti-me constrangido.

Amenizada, e procurando viver nesta nova ideologia que me abrigara, senti-me seguro, não compreendia nada, não me passava de uma ilusão.

Não fui visto como vitorioso, pois todo aquele pelotão que se arrastava, não ultrapassaram a linha do horizonte e se foi de encontro com a perdição.

Então senti-me como um herói.

Venci a primeira luta.

Uma luta sem medalha e que o troféu se esconde dentro dos longos anos que atribui a gloria vil, se desencadeando entre os povos de gerações em gerações e por todo o sempre

AVALCANTARA
Enviado por AVALCANTARA em 30/01/2016
Reeditado em 23/07/2016
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