Refúgio ameaçado
Naquela noite ela chegou mais cedo do trabalho, estava exausta, mas queria se divertir. Subiu apressadamente a escada até seu apartamento que ficava no segundo andar. Estava tão distraída que nem sequer saudou o porteiro do condomínio.
Enfim chegou ao seu refúgio. Já estava com as chaves na mão desde que descera do carro. abriu a porta e se jogou no sofá. Após alguns minutos de descanso ali, se dirigiu ao banho, porém havia esquecido de trancar a porta da sala.
Entrou na banheira e relaxou. Todo estresse parecia sair com água afundar e afundar na banheira. Estava agora revigorada e pronta para ir para alguma festa e aproveitar aquela noite de sexta-feira, mas de repente, ouve-se passos dentro de sua casa, algo que não era comum já que morava sozinha e naquele momento estava imóvel em seu banho.
Os passos pareciam se aproximar cada vez mais, e ela já temendo o pior, enrolou-se na toalha e ficou atrás da porta aguardando o possível intruso.
Não se ouvia mais nada. Um silêncio fúnebre revelava que agora ela estava novamente sozinha.
Com muito cuidado, abriu a porta do banheiro, estava tudo escuro.
Da janela vinham ventos fortes e frios, todo aquele momento de tensão parecia não ter fim.
Ela começou a caminhar em direção a janela, eram seus primeiros passos em meio aquela escuridão, suas pernas tão trêmulas, pareciam não ter forças suficientes para se locomover, era o peso do medo sobre o seu corpo. Faltava agora apenas alguns centímetros para alcançar a janela, quando a porta do seu quarto fechou-se violentamente causando-lhe ainda mais pavor.
Não deu tempo de ver quem era, mas havia alguém mais em meio aquelas sombras. Alguém que sem nenhuma compaixão ou remorso, atirou aquela jovem da janela, para o abraço da morte.