"O Demônio de Blackchapel" - Parte XIII

Capítulo 13:

Eu Posso Ver Você

Melissa Garden sentiu o seu coração gelar e logo em seguida bater de forma acelerada, tão rápido que ela podia jurar que iria explodir. O medo tomou conta como o fogo que logo se espalha e consome tudo à sua volta sem dar tempo de fuga.

Após a ligação que acabara de atender, o som de alguém batendo à porta lhe preencheu de um medo inexplicável. Diversos cenários possíveis passaram pela sua cabeça e em quase todos, um cenário não muito agradável se desenrolava. Ela então ficou sem saber o que fazer.

As batidas continuaram e a jovem advogada começou a chorar.

Raro era as vezes em que Melissa derramava lágrimas ou mesmo demonstrava suas emoções. Elas costumavam ficar confinadas nos mais profundos cantos da mente da jovem advogada. Sua beleza magnífica escondia sua expressão séria e comprometida. Os olhos atrás das lentes de seus óculos, revelavam a enigmática personalidade de uma jovem advogada obcecada pelo trabalho.

Antes que ela pudesse tomar a decisão sobre como deveria prosseguir quanto à sua atual situação, as batidas pararam e o telefone tocou novamente. Desta vez Melissa agiu logo e rapidamente atendeu o telefone, em uma espécie de atitude intuitiva de que isso fosse lhe dar alguma resposta. Desta vez Melissa ouviu uma voz diferente, masculina e mais grave:

- Eu quase posso ver você, mas existe algo que me atrapalha. - Disse a voz.

- Quem? Quem é você? - Perguntou Melissa com lágrimas nos olhos.

- Eu posso quase ver você nesse instante. Você parece estar tão bonita.

Um pensamento ocorreu pela mente dela. Seria a pessoa ao telefone e a pessoa que estaria batendo à porta, o mesmo indivíduo? Então, ela em silêncio se aproximou calmamente da porta, percebendo que embora o homem com quem falava também estivesse em silêncio, ele continuara na linha. O intuito dela, era saber se eram a mesma pessoa. Pensou se poderia ouvir alguma espécie de respiração, ou mesmo se quando ele falasse algo, pudesse se ouvir algum som vindo do corredor.

Nada.

A voz ao telefone falou novamente:

- Minha jovem, aproximar-se da porta não lhe irá trazer respostas.

A garganta de Melissa secou.

"Como ele sabe?"

- Mas que tal deixarmos as coisas mais interessantes? - Continuou o homem misterioso.

Então, algo aconteceu. A última coisa que Melissa gostaria que ocorresse agora. Seu maior medo. Talvez seu único medo, Sua fobia, seu pavor, sua agonia. Algo que ela temia desde a infância. Aquilo realmente tornariam as coisas ainda piores. Seja lá quem estivesse fazendo isso, sabia muito bem como atingi-la. Então, a voz ao telefone falou novamente:

- Agora eu posso ver você.

E tudo na mente de Melissa, escureceu.

Nameless
Enviado por Nameless em 16/02/2014
Código do texto: T4694040
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