"O Demônio de Blackchapel" - Parte IV

Capítulo 4: Não Olhe Para Baixo

Enquanto observava estupefato a cena do crime, o detetive Brian Jickens se perguntava como um ser humano era capaz de fazer isso a outro. Era incompreensível como algo tão horrendo pudesse ter sido produzido por uma pessoa. Em mais de 20 anos de carreira, o detetive já havia visto muitos casos brutais, mas poucos se comparavam com este, há muito tempo ele não se impressionava tanto com uma cena de crime.

O relógio de Jickens marcava 20h45, quando ele chegou na cena do crime, junto com sua equipe. Enquanto refletia ali parado sobre tão macabro episódio, um dos de seus subalternos se aproximou:

- Chefe, identificamos a vítima. O nome dela era Joane Strauss, 25 anos. Estudante de medicina na Universidade de Londres. - Brian nada disse. Parecia conturbado demais para dizer qualquer coisa, mas ele sabia que devia ter uma postura profissional.

O corpo de Joane estava totalmente dilacerado, suas tripas expostas e o útero arrancado. Seu olho esquerdo fora perfurado e um pedaço da orelha direita havia sido decepada. O que restou de sua roupa, estava completamente manchada de sangue. Seu seio esquerdo estava completamente mutilado e em uma de suas bochechas, a letra "M" havia sido escrita com sangue, provavelmente dela própria.

Tirando o detetive Brian de seus profundos pensamentos, o oficial prosseguiu:

- Em instantes a perícia levará o corpo para a autópsia, mas senhor, se me permite dizer - o oficial abaixou o tom de voz - não é preciso ser um gênio pra saber o que aconteceu aqui. Assassinato brutal, um "recado" na bochecha. Sabemos o que isso quer dizer...

- Assassinato em série - completou o detetive.

- Exato, e pelo visto esse parece ser um sociopata clássico.

- E se é um assassino em série...

- Quer dizer que outros ainda virão.

...

Melissa estava parada ao lado da secretária eletrônica, pensando no recado que acabara de ouvir.

A mensagem tinha um tom enigmático. Uma voz masculina grave, charmosa e elegante. Melissa até que gostou de ouvir, mas ficou irritada por um recado tão estranho. Ela pensou como seria a aparência de um homem com uma voz assim.

Interessada em entender, ela apertou o botão verde e a mensagem gravada se iniciou novamente:

- Nem mesmo o jardim mais belo, pode resistir ao poder da morte. - Melissa permaneceu sem entender nada.

"O que diabos esse cara quis dizer?"

Cansada demais para pensar em um quebra cabeça esquisito, a jovem advogada resolveu deixar esse assunto para lá e ir tomar seu banho.

...

Clarisse fez uma cara de surpresa quando o indivíduo de identidade desconhecida cochichou em seu ouvido.

"Eu conheço você!" pensou ela.

Há poucos centímetros dela, Clarisse pode sentir o cheiro do perfume do mascarado.

"Lavanda"

Cheiro esse que Clari conhecia muito bem, pois era o cheiro do perfume favorito de Sophie que ela levava não importava aonde fosse, no entanto, havia algo diferente neste cheiro, parecia carregado de algo a mais, como se o perfume fosse usado recentemente para encobrir um outro odor. Clarisse enfim, conseguiu identificar o segundo cheiro.

"Sangue"

Ela então associou este fato com o que lhe dissera a figura mascarada.

"Eu tenho aqui algo que quero lhe mostrar"

A figura macabra se afastou e se dirigiu até a porta novamente e a abriu e em seguida pegou um saco preto de lixo que estava fora do quarto. Aproximou novamente de Clarisse em passos rápidos, ela por sua vez, se mexeu o quanto pode para ver o que era e quando enfim conseguiu olhar o que havia no saco, teve vontade de vomitar.

Nameless
Enviado por Nameless em 18/10/2013
Reeditado em 18/10/2013
Código do texto: T4531150
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