Um Toque da Morte


          Cheguei e você já ouviu falar muito sobre mim. Aquele que se apresenta sempre em algum lugar. Aquele que não julga, separa ou descrimina. Apenas toco os corpos liberando, separando a essência da existência.
           Alguns choram outros nem percebem ou imploram. Mas, sobretudo procuram respostas. Para um fim que não importa como iniciou. Nem as perguntas eu escuto, apenas toco com o mesmo toque do início da vida, em seu fim.
          Cheguei com um contato sem remorso ou emoção. Para quem viveu intensamente. Para quem não conseguiu guarita. Para os crédulos ou incrédulos à bainha segue a mesma faca esguia que leva para ninguém sabe aonde.
       Sem suspiro ou choro. Logo desvendará o gosto. Do incógnito, inseguro destino de todos, neblina.
          Estou ficando, ao longe deixarei sem tino. Um tanto de carne que aos poucos ficará fedendo, comido de fora para dentro. Os vermes que ignorou comerão de dentro para fora.
          Sei que não me temia quando jovem, me estudava quando adulto e fugia do assunto ao envelhecer. Mas, acredite muitos se foram sem a percepção de que o melhor seria temer.
     Não fique nervoso, não existe motivo. O que é fatídico, definitivamente insolúvel, está solucionado. Então bem aqui ao seu lado me apresento: - Morte.



(Sugestão para leitura)


          
Morra, Mas Morra Lentamente                             Nada além que Amor
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 04/02/2013
Reeditado em 04/02/2013
Código do texto: T4123333
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