Um pesadelo dentro de um maior ainda...
Corria…
Corria o mais rápido que podia, sentia meus pulmões em chamas, a respiração pesada, não tinha mais forças para continuar.
Desabei no chão ofegante, quase decidida a desistir e ser apanhada. Não podia mais, não ia aquentar continuar correndo.
Com os olhos bem abertos, e as pupilas dilatadas de medo, não enxergava nada, apenas a escuridão que devia se estender por quilômetros. Sentia-me engolida pela noite, perdida no vácuo do espaço.
Limpei as mãos suadas nas calças, tentando pensar com careza, tinha que ter um modo de fugir.
Sacudi a cabeça, era impossível escapar, estava presa para sempre, o melhor que podia fazer era desistir.
Ao longe ouvi o som de seus passos se aproximando de mim.
Meu coração parou.
Impressionante como o medo é capas de vencer o cansaço. Senti-lo se aproximar foi o suficiente para que eu conseguisse retirar forças de algum lugar, para continuar correndo. Mesmos com as pernas bambas, eu seguia entrando cada vez mais dentro da escuridão. O som de seus paços ficava cada vez mais próximo, o pavor tomou meu corpo.
Ele estava atrás de mim.
Não conseguia vê-lo, mas senti suas mãos geladas e asquerosas me segurando pelo braço. Gritei tentando me soltar, mas meu desespero foi sufocado pela eterna noite que nos cercava, ele era forte demais, não conseguia lutar.
Sentia-me paralisada, suas mãos me pressionavam o pescoço com uma raiva selvagem, não conseguia respirar, o mundo foi sumindo diante de mim…
…
Meus olhos se abrirão apavorados, minha cabeça girava aturdida.
Respirei fundo, sentindo o ar voltar aos meus pulmões.
Tinha sido apenas um pesadelo.
Levantei a cabeça aliviada, tinha pegado no sono durante a aula.
Esfreguei os olhos para voltar à enxerga com clareza, parece que ninguém tinha percebido que tinha pegado no sono.
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO…
Não podia ser...
Era aula de Português.
Deitei a cabeça novamente na classe, queria voltar para o outro pesadelo.