Não tenha medo de viver!
Não tenha medo de viver!
É com essa frase que começo a contar uma história, que não é ficção e nem conto de fadas é a dura vida de alguém.
No interior do quarto com luz baixa e um silêncio de tão sombrio que dava até medo, só se ouvia o som de mistério que existia no ar, talvez você demore de perceber, mais se tratava de uma pessoa que acordava pra dormir e dormia para acordar, ou seja, sua vida resumia a isso.
Acordar todos os dias e fazer as mesmas coisas, em um quarto com paredes escuras e sem janela, com o ventilador rodando lentamente só para fazer o ar circular, porém por algum motivo não entendido pelo mesmo, tentou mudar, sabia que para começar ele tinha que fazer algo, sentado em frente ao seu computador no qual escrevia muito, consumindo seu vicio no qual vai desgastando sua estrutura física que já era fragilizada por vários motivos, inclusive a solidão tal vicio que veio junto com a revolução coca-cola e é o nome da decepção.
Ele veio até sua varanda, respirou um pouco e com os pensamentos já a flor da pele, foi ao banheiro e fez a barba, depois correu para a porta, porém se deparou com a mesma trancada, pelo menos ele achava aquilo, ficou com medo de colocar a mão na maçaneta e girar para poder sair. Então percebeu que fez todo aquele esforço em vão, se nem ao menos abrir a porta da rua ele teve coragem
Para viver ele dependia da mãe, sempre ia lá para pegar as contas de água e luz, levando também alguns alimentos, ao ouvir sua mãe chegar a sua casa, nem do quarto saía, ficava por lá até ter certeza que estava só, sua mãe não dizia nada, só para não pertuba-lo ainda mais, chorava pelos cantos e continuava a viver a vida.
Tinha um único aparelho de comunicação em massa, era seu computador, porém não adiantava de muita coisa, pois sem telefone ou internet não tinha acesso ao mundo lá de fora seu sistema operacional era um Windows 98 no qual ele só sabia escrever e fazer da sua maquina seu diário, no qual ele contava tudo e de todos, chamava o diário de “melhor amigo”.
Tinha medo de viver, de encarar a vida, sabe-se que ele cresceu na repressão da sociedade por isso preferiu viver sozinho, se condenou a prisão perpetua e na solitária sem direito a banho de sol.
Até que começou a ficar sem comer, sem forças nem para beber água, adoeceu e não pediu ajuda para sua mãe, do jeito que estava, foi o jeito que faleceu.
Como sei de tudo isso? É simples sou seu melhor amigo, sou seu diário.