No cair da noite

A história que nos foi contada, é baseada em fatos reais vividos por um grupo de pessoas, que tiveram suas vidas marcadas, e até hoje, vivem a sombra do medo que os perturbam. Na década de setenta, um grupo de amigos, três mulheres e dois homens, amigos de faculdade, resolveram viajar para uma cidade do sertão nordestino, afim de estabelecer suas teses em biologia. Todos eles eram formandos em biologia. Decidiram viajar numa quarta feira, todos resolveram ficar pelo menos trinta dias do meio da catinga. Valéria era a lider, Pedro era o mais brincalhão, Marcos o mais sério, Cristina a mais inteligente, e Rogério o sem noção. Todos tinham uma afinidade incomum, e o mesmo objetivo. Na quinta a noite eles chegaram, mais o local escolhido ficava a seis horas de carro da cidade mais próxima, era no fim do mundo. A viajem foi muito tranqüila, de modo que o clima era só descontração. Ao chegarem, avistaram uma cabana, vazia é claro, no meio do nada, o guia que os levou disse que o lugar era habitado por cangaceiros, dizia o homem que todos foram mortos há muito tempo, e que o local estava deserto. Cristina estabeleceu logo uma regra básica: _por favor, não se aventure sozinhos, deixe sempre o rádio ligado. A preocupação era óbvia. A animação era contagiante, o local não poderia ser melhor, todos começaram a defender sua teses. cada um na sua especialidade. Depois de uma semana, tudo estava perfeitamente normal, a não ser por uma pequena indigestão de Marcos, mais que não era preocupante, eles estavam bem preparados. Numa segunda feira Cristina sai para colher amostras de plantas nativas, junto de Valéria, os homens ficaram encarregados de preparar o almoço. Cristina percebe algo estranho:Valéria, você ouviu o que eu ouvi? _O que você ouviu Cristina? _Alguém chamando pelo meu nome. Valéria brincou com Cristina, e não levou muito a sério. Depois de ambas terminarem sua tarefas voltaram para a cabana abandonada, onde eles estavam acampados. Chegando lá, Cristina contou para os rapazes o que tinha acontecido, eles é claro, brincaram com ela, e não levaram muito a sério. No dia seguinte, as duas voltaram ao mesmo local afim de colherem mais amostras de plantas nativas, só que desta vez as duas ouvem uma voz se dirigindo a elas, a voz veio do nada, simplesmente apareceu, dizia a voz estranha: _o que vocês estão fazendo em minha casa? Elas acharam que eram os rapazes brincando, mais a voz agora muito mais ríspida dirige-lhes novamente a palavra: _o que fazem em minhas terras? Elas deram um grito e saíram correndo para onde os rapazes estavam. Ao avistarem as meninas vindo em disparada, Pedro se antecipou e foi ao encontro delas:_o que houve? Elas estavam sem fôlego, mais contaram tudo o que havia acontecido, só que desta vez eles não brincaram, porque viram que elas estavam sérias e aflitas. No mesmo dia ao cair da noite, todos estavam preocupados achando que tinham invadido alguma propriedade, mais logo foram dissuadidos por Cristina, o local era deserto, não havia habitantes, só mato e catinga. Por volta das onze horas da noite, estavam os cinco amigos reunidos , tentando esquecer o que aconteceu com as meninas, quando derrepente ouve-se gritos alucinantes de mulheres sendo violentadas, os gritos eram tão assustadores, que Valéria desmaiou, o pânico tomou conta de todos. Pedro tomou a palavra, e acalmou dizendo:_gente não entre em pânico, eu vou lá fora ver o que é isso. Mais foi logo desestimulado por Rogério:_ninguém sai daqui, vamos ficar juntos. A medida que a noite ia caindo, mais assustadores ficavam os gritos de agonia. Perto das quatro da manha, a porta da cabana é sacudida violentamente, Pedro ficou na frente protegendo as meninas que estavam totalmente em pânico, quem é que esta ai? Perguntava ele, contudo não havia respostas. Eles não sabiam o que fazer, questionavam sobre tudo, mais a realidade é que eles estavam vivendo um pesadelo interminável; Por volta das cinco das madrugada, ouve-se uma voz que parecia ser a mesma que falara com as meninas, dizia a voz:_ o que fazem em minha casa? Rogério resolveu perguntar de quem era a casa, a voz parecia esta vindo de todos os lugares:_senhor, nós não sabíamos que esta casa tinha dono, o guia nos disse que este lugar estava abandonado. Da mesma forma que os gritos haviam começado, cessaram de súbito, O dia já estava raiando, todos estavam aterrorizados, mais ficaram juntos até o levantar do sol. Pedro lentamente abriu a porta da cabana, e não viu nada. Telefonaram pro guia, ir buscá-los o mais rápido possível, antes do cair da noite. Até hoje eles não sabem o que aconteceu, mais nunca mais voltaram pra aquele local.

AUGUSTO SABAOTE
Enviado por AUGUSTO SABAOTE em 07/05/2011
Código do texto: T2954776