A VINGANÇA DE ESPECTRO
Em meio à cidade escura e sitiada, onde o submundo encontrava forma, Espectro rondava com uma sede de vingança oculta as normas sociais. Rastreava um alvo pouco definível, mas que lhe revelaria a dor de um passado distante. Ao falar em passado restava a Espectro um grande abismo de incertezas, o que gradualmente aumentava o seu instinto de vingança. Sob a chuva decadente, os vultos do passado o forçavam a travar aquela batalha, uma batalha contra o desconhecido...
Nem tão desconhecido... Ao revirar o seu mundo de lembranças diáfanas, uma tomava destaque... O sangue jorrava na sala de estar, pouco a pouco avançava sobre os ladrilhos, até alcançar uma pobre criancinha, debaixo do sofá, manchando sua roupa branca celeste... Vendo o corpo sendo arrastado, desprendia-se de sua garganta um grande grito: - Pai!
Um altivo trovão interrompera o seu momento de torpor, o seu alvo fora identificado. Apesar de mascarado pela ação do tempo, o seu coração o cortava de agonia e luto. Sentia que aquele homem teria as respostas para o seu passado, o seu ímpeto de fúria o faria um corpo sem vida... Mas a sua busca de respostas o refreava.
Antes de enfrentar o passado, olhava para o emblema no seu bracelete. Isto o lembrava que pertencia a um grupo de amantes da vingança. Eram os ANJOS CAÍDOS Presos a passados mal resolvidos, eles não eram humanos, pois a ira os privava de tal condição. Para eles a morte era a resposta para seus enigmas. Espectro caminhava para a boate SUBITTUS, possesso do sentimento que o alimentava, encontraria o ponto final para o seu passado...