Crime Passional (T1101)

Estava indo rumo a seu destino, medo sentia um pouco, pois ia atrás do desconhecido, o amor tinha lhe atingindo de maneira tão inesperada que este medo ficou em um plano amortecido.

Só não sabia como havia parado ali, não se lembrava de nada, só de ter chegado à estação, dali em diante não se lembrava de nada mesmo, estava meio tonto, parecia dopado, a cabeça doía muito, deu uma olhada em volta, um quarto sujo, de aspecto sombrio, estava um pouco escuro. Tentou gritar, mas não conseguiu, percebeu que estava com a boca amordaçada, e também se encontrava amarrado, agora começava e ser dominado por um pânico sem igual.

Deu mais uma olhada, parecia ser um quarto em um hotel de muito baixa categoria, de repente pára o olhar na cama, lá estava ela , parecia desacordada, estava lindamente vestida, era como a tinha imaginado, a bela que frequentara todos os seus sonhos, que acalentara a sua alma vazia, ela, só ela, tinha trazido o que pensara ter perdido, a esperança.

Mas o que estava acontecendo, o que ele fazia ali amarrado, totalmente imobilizado, e ela ali desmaiada ou morta, não conseguia definir, ela não se mexia, não dava sinal de vida.

Num repente, é tirado de seu pensamento, ele entra, era ele, não podia ser, ele o olha exalando o ódio naqueles olhos, só pelo olhar seria capaz de matar, sua respiração era ofegante.

_ Pensou que iria ficar com ela? Engano seu, vou deixá-lo vivo, para viver com o remorso o atormentando.

Foi quando ele viu uma seringa em sua mão.

_ Ela não vai sofrer nada, simplesmente continuará dormindo.

Ele se aproximou para injetar o veneno letal.

O desespero tomou conta de seu ser, e começou a se debater na cadeira, seus gritos eram abafados pela fita adesiva que tampava sua boca, só conseguia sentir as lágrimas que caíam pelo seu rosto.

Seu pânico era tanto que não sabe como conseguiu arrumar forças para se libertar.

Como um raio se atirou para cima daquele homem, mas ele era rápido, conseguiu se safar da investida, alcançando a porta saiu correndo pelas escadas, mas sua preocupação foi socorrer sua amada, mas era tarde demais, o veneno já tinha sido injetado, a respiração dela já não era mais sentida.

Agora sua dor aumentara e junto suas lágrimas, apertava-a em seus braços já sem vida, braços largados, aquela que vinha para conhecer. Entre soluços ficou ali abraçado a ela, em seu peito só a dor de uma tragédia que não tinha previsto, e mais uma vez esta dor da perda, mas esta com a marca da morte, isso marcaria sua vida para sempre.

Alexandre Brussolo (21/01/2011)