O maníaco de Long Waine.

Ela tinha planejado passar o reveillon na praia. Ia se encontar com suas amigas. Seu nome era Carol. Era morena, olhos azuis, pele bronzeada. Vestiu uma camisa preta e por cima pôs um casaquinho branco com botoes. Pos uma calça branca e saltos altos. Deu tchau para seus pais; que falaram.

-Se cuide.

Quando chegou a praia, faltavam meia hora para a meia noite. Encontrou com suas amigas. Julia, Claudia, Marta e Vera.

-HOJE VAMOS NOS ESBALDAR!- elas exclamaram.

Pegaram o chamapanhe e se prepararam para a virada. 10,9,8,7,6,5,4,3,2,1. Fogos pirotecnicos sairam do meio da água. Alguns pareciam que iriam cair em cima das pessoas, de tão grande que eram. A praia estava lotada. Aproximadamente, umas 30 mil pessoas.

Foram quinze minutos de espetaculo. Quando terminou, todos aplaudiram. As amigas abriram o champanhe.

-FELIZ 2011!! - gritaram elas.

Beberam, cantaram, pularam as sete ondas. Fizeram todas as especies de supertições para dar sorte. Quando se deram conta, ja eram 2 e meia.

-Nossa, ja está tarde. - falou Vera.

-Tarde, nada! Hoje é ano novo. VAMOS FESTEJAR! -ela ergeu um copo de cerveja; aquela altura ja estava bebada.

-Bom, se vocês quiserem ficar, tudo bem. Mas eu to indo - disse Carol. - Meus pais devem estar preocupados. Eu disse que uma e meia ja estaria em casa. Amanha meus tios vão para lá, fazer churrasco.

-Tudo bem. Você que sabe.

-Só vou terminar minha cerveja. Onde esta meu copo?

-Você botou em cima do capô do carro. - disse Claudia.

Carol foi até o carro e tomou sua bebida. Depois voltou para elas; que conversaram mais um pouco. Ja eram 3h quando Carol falou.

-Agora eu ja vou.

Cambaleou um pouco.

-Carol, você está bem? - perguntou Vera.

-Fiquei um pouco tonta. Só isso.

-Acho que você está bebada. Isso sim. - disse Julia, rindo.

-Não estou nada. Bom, amigas, beijos para vocês.

Ela se despediu e saiu. Sua casa ficava a quinze minutos da praia. Ela iria a pé. Estava no caminho, quando cambaleou novamente. Botou a mão na cabeça.

-Devo estar bebada, mesmo - ela disse.

Andou mais um pouco, quando sua visão ficou ofuscada. Parou de caminhar, para tentar "arrumar" sua vista.

-Nossa, o que está acontecendo comigo?

Cambaleou novamente e caiu na areia. Bateu a cabeça em uma pedra.

Quando acordou, estava deitada em uma cama. Sua visão ainda estava ofuscada. Ficou um tempo tentando distinguir onde estava. Será que estava em seu quarto?

-MÃE? - ela chamou.

Ninguem respondeu.

Tentou se levantar, mas sua cabeça doia. Voltou a deitar e notou que estava sem sua blusa. A calça estava abaixada. Pôs a mão na testa e viu que estava sangrando.

-TEM ALGUEM AI?

Em seguida ouviu passos. Um homem alto apareceu em sua frente. Carol fez força para ver que era.

-Quem é você?

O homem não falou nada. Se sentou na beirada da cama e passou a mão pelos cabelos dela.

-Quem é você? - ela repetiu.

-Meu nome é Fernando. Mas ontem a noite você me chamou de Fefe.

-Como assim?

-Você dormiu bem?

-Eu quero ir para casa. Me leve para casa, por favor.

Ele riu.

-Você estava tão bonita, ontem a noite. Suas amigas também. Mas você chamou mais a minha atenção.

-O que você quer? -ela começou a choramingar.

-O que eu queria eu ja consegui. - ficou uns segundos em silêncio - Desde o inicio da noite, estava de olho em você. Seus olhos, sua boca...

-EU QUERO IR PARA CASA!! - ela gritou.

-Ai tive a oportunidade. Quando você se afastou do seu copo de cerveja vi que era a hora. Deu certo.

Fernando se levantou.

-Já volto, meu bem.

Quando ele saiu, ela se levantou. Tentou sair da cama, mas seu pé direito estava amarrado em uma corrente. Ela fez força para soltar; mesmo sabendo que não iria adiantar.

-SOCORRO!! -ela gritava. - ALGUEM ME AJUDE!!!

Fernando voltou.

-Pode gritar. Ninguem irá ouvir. Estamos no meio do nada.

-Por favor - ela chorava - Me tira daqui! Eu te dou o que quiser.

-JÁ DISSE QUE EU JA TIVE O QUE QUERIA!

-Por quanto tempo você vai me deixar aqui?

-Não sei. Talvez eu queria me divertir mais um pouco. Vamos ver, não é? Agora, descanse mais um pouco que eu vou lhe trazer o almoço.

50Km dali.

Vera estava terminando de almoçar, quando ouviu a campainha. Ela abriu e uma senhora de 50 anos, seguindo por um homem alto e de óculos, entraram na casa.

-ONDE ESTÁ MINHA FILHA? - a senhora gritou para Vera.

Ela não falou nada.

-ONDE ESTÁ CAROL? Ela dormiu aqui?

-Não, senhora. Ela foi para a casa de vocês.

-COM QUEM ELA FOI? - gritou o pai.

-Ela foi a pé.

A mãe olhou para o marido.

-Alguma coisa aconteceu com ela. Já passa das 13h e ela não voltou.

Vera se intrometeu.

-Você está dizendo que Carol sumiu?

O pai assentiu.

-Meu Deus - ela balbuciou.

-Já ligamos para a polícia, mas temos que esperar vinte e quatro horas para se certificar que foi um desaparecimento.

A mãe perguntou para a jovem.

-Você notou algo estranho nela? Qualquer coisa.

Vera pensou por um momento.

-Ela... Eu me lembro que ela ficou tonta. Julia disse que ela estava bebada...

-Carol nunca foi de beber. Quer dizer, ela bebe, mas não a ponto de ficar bebada.

-De estranho, foi só isso que aconteceu. Mais nada.

O pai, depois de um tempo, puxou a mulher para um canto.

-Olha, Valda, eu sei o que pode ter acontecido.

A mulher, cheia de lágrimas, perguntou:

-O quê?

-Isso pode chocar um pouco, mas...

-Mas?

-Aquele estuprador que anda por ai.

-O QUÊ?

-Aquele que pegou umas jovens e crianças o ano passado.

-NÃO! ISSO NÃO PODE SER!!

-Ele provavelmente deve ter posto algo na bebida dela. E ai...

-PARA!! NÃO ACONTECEU ISSO!

-É uma possibilidade. É horrivel, mas pode ter acontecido.

A mulher chorou mais um pouco. Depoos perguntou:

- O que devemos fazer?

-Ligar para a polícia mais uma vez.

A 50km dali:

Fernando saiu da casa abandonada e adentrou pela floresta. Andou um pouco. Parou no meio de uns galhos e folhas que estavam amontoados. Chutou-os, revelando uma porta de alçapão. Abriu e entrou lá dentro. Desceu umas escadas e saiu em um corredor estreito. Andou um pouco, até entrar em uma sala. Varias fotos de crianças e jovens estavam penduras na parede. Ele acariciou algumas. No meio do recinto tinha um palanque. No centro, uma foto macabra: Era o diabo. Foi até a frente e olhou para o retrato de Lúcifer. Uma mesa ao lado, estava um coelho morto e um machado. Pegou a ferramente e... PÁ! Sangue jorrou. Pegou um cálice e despejou o liquido. Em seguida, tirou um pergaminho, que continha umas frases escritas em idioma descohecido. Começou a ler em voz alta. Depois pegou o cálice e bebeu o sangue do coelho.

-Agora, nem mesmo depois de morto eu vou descansar. Pode vim, polícia. Pode vim quente que eu estou fervendo.

Ele sorriu. Um pouco de sangue, estava no canto de sua boca.

De dentro da casa, Carol pensou em como sair dali. Ela tinha feito dez anos de ginastica. Podia contorcer o pé, até sair da corrente. Ia doer, talvez ela quebrasse-o , mas era o unico jeito de sair dali. Então, mentalizou e começou a fazer uns movimentos com o tornozelo. Girou e girou. Depois começou a puxa-lo da corrente. Doía, mas fazer o quê?

-AH!

Ela puxou, e puxou. Ouviu um Clack. Seu pé tinha se quebrado. Ela urrou de dor. Conseguiu se soltar. Saiu da cama, mancando. Agora ela analisou o lugar onde estava. As paredes eram de concreto e antigas. Se segurando na parede, ela saiu do quarto. Por uma abertura na parede, ela viu Fernando se aproximando.

-Droga!

Se atirou, e agarrou a outra ponta da parede. Tinha uma escada do seu lado. Ela subiu de quatro. Quando chegou lá em cima, ajeitou suas calças que estavam caidas. Podia ver um pouco de esperma em sua perna.

-Que nojo!

Ela limpou.

-CAROL!

Ela ouviu ele chamando-a.

-CAROL, MEU AMOR, ONDE VOCÊ ESTÁ?

A jovem viu um pedaço de ferro no chão. Não pensou duas vezes. Pegou.

-CAROL??

Ela percebeu que ele estava subindo as escadas. Ela, mancando, se esncondeu atrás de uma parede perto da escada. Fernando estava com uma pistola nas mãos.

-MEU AMOR?

Quando ele estava no ultimo degrau, ela se atirou sobre ele. Tentou bater com o ferro em sua cabeça, mas não deu. Ele saltou longe. Fernando atirou, mas o tiro pegou na parede. Os dois rolaram escada abaixo.

-AHH!! - ela berrou.

Tinha caido de costas no chão. Fernando também.

-Sua puta. O que você fez? - falou ele, com a mão na cabeça, tentando se levantar.

Carol notou a arma caída e, engatinhando, pegou-a. Encostada na parede, se levantou.

-Fique onde está! Senão eu atirou.

Fernando, cambaleando, ergueu as mãos.

-Se quiser atirar, pode atirar. Mas você ficara com a consiensia pesada, por ter matado um homem. Quero ver uma menina linda como você atirar em mim.

Ela apertou o gatilho. Não saiu nada.

-Você tem que engatilhar a arma. Sua puta!

Ele se avançou nela e a pegou pela cintura. Carol caiu no chão. Ele estava em cima dela.

-Pensa que é espertinha, é? Todas elas pensam que são....

Ele estava estrangulando-a. Carol viu uma pedra pontiaguda e ficou na jugular de Fernando.

-CLARO QUE SOU!- berrou ela.

Ele caiu para o lado. Sangue jorrou em cima dela. Se levantou e saiu, mancando. Fenando ficou sentado no chão, berrando de dor.

A mãe e o pai de Carol estavam na delegacia.

-Já disse que só podemos dar ordem...

-ELA FOI PEGA POR AQUELE ESTUPRADOR. - o pai berrou - EU TENHO CERTEZA!!

-Ela pode estar muito machucada nesse momento. - a mãe falou.

-Olha, eu entendo a dor de vocês, mas...

-NÃO ENTENDE NADA!! SEU PUTO! - pai berrou.

O delegado fez sinal para um policial; que pegou o senhor pelos braços.

-O QUE ESTÃO FAZENDO?

-Você está sendo preso por desacato a autoridade.

A mulher se deseseprou.

-Você não pode fazer isso...

-Senhora, vou mandar você sair.

Um outro policial levou-a para uma salinha. Ela olhou a hora. Passava das 17h. Uma hora depois o delegado recebeu uma ligação.

-Por, favor me ajude. Estou no meio do nada. Eu fui pega por um maníaco. Eu bati nele...

-Calma, moça. Onde a senhora está.

-Eu... Não sei. Estava em uma casa abandonada, ou era uma construção, sei lá. Corri e achei um orelhão. E... Por favor.

-Fique calma. Preciso saber onde extamamente você está.

-EU NÃO SEI!

Ela olhou para uma placa, que dizia: Long waine.

-Espera... Tem uma placa escrita Long waine.

-Fique aí. Já estamos indo.

O delegado desligou e entrou na sala onde a mãe de Carol estava.

-Acho que encontramos sua filha.

Carol estava sentada no asfalto. Sua calça branca estava agora preta e cheia de terra. Tinha um corte na bochecha. Tinha se passado quize minutos desde que fizera a ligação. Não viu quando um carro, que estava vindo, parou para ela.

-Quer carona?

Ela olhou para o motorista.

-Não...

Ela parou de falar. Era Fernando. Tinha um pano, todo sujo de sangue envolta de seu pescoço. Ela se levantou.

-FICA LONGE DE MIM!

Ela recuou. Fernando saiu do carro.

-Pensou que tinha me matado, não é?

-SAI DAQUI! EU JÁ CHAMEI A POLÍCIA!

Ela foi correr, mas caiu.

-Aiii!!

Fernandez pegou-a pelos cabelos.

-NÃOO!! ME SOLTA!!!

-CALA A BOCA!

Ele a arrastou para o carro.

-ENTRA AÍ!

Empurrou-a, que caiu dentro do veículo. O homem entrou no carro deu a partida.

Carol, dentro do carro, se contorcia de dor.

-Me deixe em paz! Por favor.

-CALA A BOCA! Você foi muito má.

Pelo retrovisor ela viu os carros de polícia.

-A POLÍCIA!!

Ela abriu a porta do carro; que estava a 100km por hora.

-SOCORRO!

Fernando a puxou de volta.

-CALA A BOCA.

O delegado percebeu que era a garota.

-É ELA!

Pegou o walk-tokie.

-Quero que vocês barrem o carro que está a minha frente. RÁPIDO! Pode ser a garota que foi sequestrada.

Três viaturas, que estavam atrás do carro do delegado, ultrapassou-o.

-ELES ESTÃO VINDO! ELES VÃO TE PEGAR!

Fernando deu um soco nela.

-CALA A BOCA.

Ele acelerou o carro para 150km. As viaturas também.

-Quando eu der o sinal, quero que ae metam na frente do carro. - disse o delegado.

A viatura ultrapassou o veículo de Fenando.

-AGORA!

O polícial dobrou a direção, e se meteu na frente do carro do estuprador; que não teve tempo de freiar e acabou batendo na viatura. O veículo levantou e capotou umas três vezes. Parou de pé, na diagonal. A lataria estava amassada. Os vidros quebrados. O delegado saiu do carro. Um policial veio em sua direção.

-SERÁ QUE ESTÃO MORTOS?

-Eu não sei.

Os guardas, com suas armas apontadas, foram até o veiculo. A porta se abriu e Fernando, todo ensanguentado, saiu do carro com a arma em punho, fazendo Carol de réfem. Ela também estava ensanguentada.

-SOLTE A GAROTA! - o delegado gritou.

-ESTOU VENDO QUE A MINHA HORA CHEGOU! - ele disse.

-EU TAMBÉM ACHO!

-MAS SE VOCÊS PENSAM QUE EU VOU DESCANSAR, ESTÃO MUITO ENGANADOS. EU VOLTAREI. - ele riu - AQUELA CASA ABANDONADA É MINHA! MINHA E DAS MINHAS GAROTINHAS! QUEM OUSAR CHEGAR LÁ IRA PRECENSIAR MINHA RAIVA!

-VOCÊ ESTÁ FORA DE SI!

-NÃO ESTOU NÃO.

-LARGUE A GAROTA. SE VOCÊ QUISER ALGUM ADVOGADO EU PROPORCIONAREI PARA VOCÊ.

-EU NÃO QUERO IR PARA A CADEIA. EU QUERO MORRER!

Em menos de dez segundos, um tiroteio aconteceu. Fernando atirou nas têmporas de Carol; que caiu morta no chão. Os policias atiraram no peito de Fernando. Foram uns trinta tiros. Morreu na hora.

-Pronto, - delegado suspirou - o estuprador de Long waine está morto.

Era o que ele pensava. Pois dias depois, aquele lugar onde ele levava as crianças e as jovens era alvo de barulhos esquisitos. Algumas pessoas que passavam por perto, acreditam ter visto seu espirito. Até se sentiram mal e desmaiaram. Dois meses depois um grupo da faculdade de Cinema, sabendo daquelas histórias estranhas resolveram ir até a casa abandonda fazer um documentário.Iriam passa a noite lá. Levaram uma câmera filmadora. O que registraram foi horripilante. Nenhum deles sobreviveu.

O que será que a câmera registrou?

Continua...?

Bauer
Enviado por Bauer em 03/01/2011
Reeditado em 08/01/2011
Código do texto: T2706954
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