MENINO MALANDRO

Divulgando À Sombra do Imbondeiro
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Com o Juca resolvi montar uma banca na rua, feita com um caixote invertido, para vender rifas. Expúnhamos nossos brinquedos mais atraentes para serem sorteados pelos meninos que passassem. No caixote, junto com os brinquedos, ficavam pirulitos e revistas. Uma longa lista associava os números que saíssem ao objeto sorteado.
Um dia, meu pai chegou para almoçar, achou muita graça à nossa iniciativa e comprou todas as rifas. Porém os números referentes aos brinquedos não estavam nas rifas, mas apenas na lista.
Descoberto nosso engodo, recebemos uma inesquecível lição de moral e nunca mais armamos o caixote. Nosso negócio acabou, mas a lição de moral perdurou!

Jorge, meu vizinho, bem mais velho do que eu, adorava me irritar.
Um dia, sentado no portão da rua de sua casa, me agrediu com palavras que eu considerava muito duras, talvez por corresponderem à verdade:

Teu Pai é cambuta (baixinho)! Teu pai é cambuta!
Não repete isso que te atiro uma pedra.
Teu Pai é cambuta!
Peguei numa pedra.
Teu Pai é cambuta!
Avisei de novo:
Não repete que te atiro a pedra!
Como ele não se calava, cumpri a ameaça.
Foi parar no hospital, com a cabeça ferida e ensanguentada.
Sua mãe, muito zangada, queixou-se à minha mãe, que sem dar tempo para me explicar, deu-me duas chapadas e me colocou de castigo. Com o ambiente mais calmo, foi-me dada a oportunidade de esclarecer o ocorrido. Minha mãe se comoveu, pediu-me desculpas e nada falou a meu pai.
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ANTÓNIO MARCELO
Enviado por ANTÓNIO MARCELO em 08/12/2010
Reeditado em 11/01/2011
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