O grito

Nada... não via saída para sua dor, sua solidão...

Olhando para baixo, podia ver dezenas de janelas acesas, e em cada uma delas, pessoas rindo, festejando a esperança de um novo recomeço.

Há – pensou ela – recomeçar o que? Recomeçar a sofrer?

O peso em seu coração era tão grande que puxava junto todo o seu corpo para baixo.

O que dói mais: morrer ou continuar com a vida que levo?

Já é quase meia-noite, alguém... alguém por mim...

Do parapeito em que se encontrava continuava olhando para dentro das casas e o que via era quase insuportável – felicidade!

Não quero mais...

Se ao menos alguém se importasse...

Se ao menos ele me amasse...

Se ao menos eu me amasse...

Não posso...

Minha família...

Meus sonhos...

Nada importa...

Eu não importo...

01!

Gritos vindos comemorando o novo ano se juntaram ao seu grito...