O Desconhecido - Prólogo
*PRÓLOGO*
Eram mais ou menos duas da manhã quando ele passava naquela rua deserta e silenciosa. olhava para os lados, temendo ver algo que o deixasse ainda mais temeroso do que já estava. Vinha de uma festa, onde bebeu um pouco demais, fazendo-o perder a noção da hora, e assim, consequentemente, perder também o último ônibus.
Evandro estava mais prá lá do que prá cá, quando notou ao longe, algo que se aproximava.
-"Deve ser um gato do mato!" - Pensou.
Mas não era. Fosse o que fosse, aproximava-se numa velocidade descomunal para se tratar apenas de um gato do mato. O medo começou a tomar conta do seu coração. Não sabia se ia ou vinha. Arrependia-se do fundo da alma por ter bebido tanto e perdido sua condução.
Nenhum carro passava. Olhava à frente, o estranho ser. Atrás, o vazio, a névoa da madrugada. Só foi capaz de pensar uma coisa: correr! Correr o mais depressa possível! Se bem que correr era meio difícil para um bêbado bem bêbado.
Passos cada vez mais perto eram ouvidos por ele. O que seria aquela aberração? E o engraçado era que, segundo seus cálculos, o bicho já deveria tê-lo alcançado. Mas nada! Foi então, que, num susto de um baque, sentiu algo pular em suas costas, forte o suficiente para derrubá-lo ao chão. O ataque foi iminente. Urros de dor, gritos desesperados. Mas ninguém para ser testemunha daquilo. O sangue começou à escorrer. Sentia que era rasgado, triturado, arrebentado. E nada, e nem ninguém, poderia ajudá-lo.