Um ponto luminoso - parte 2 (Três pra subir)

Na ponte de comando do cruzador Obelion dois oficiais e a comandante matam o tempo conversando sobre tudo e sobre nada, conversam sobre o quão chato são as viagem diplomáticas para conversar com alguém que claramente não quer conversar, que seria melhor arrasar o planeta logo e esterilizar qualquer sinal de vida que possa existir ali.

- Se os Iluris querem partir para a briga, porque não? Mandamos a 4ª frota aqui e eles transformam o planeta em uma pista de pouso, acabamos até com as pedras. – Defende um dos oficiais

- Se me garantir que todo o planeta pensa como aquele boçal, eu dou a ordem agora. Ou melhor, se me mostrar que todo o planeta pensa como nós eu mesma vou lá e dou um fim nele. Você mataria uma criança que não tem nada com isso? Ou atearia fogo floresta porque um maluco está fala um monte de baboseiras em um palanque? Nossa melhor arma sempre foi o diálogo, mas também é importante termos canhões . – Ela olha para os oficiais com um sorriso simpático e volta a olhar para o espaço aberto.

- Iluris são uma raça teimosa, vivem em um planeta que não deveria ter vida e ainda sim estão lá. Tudo o que fazem é extremamente resistente.

Já vi um canhão 2-30 dar um tiro certeiro no meio de uma nave e ela sair da nuvem de fumaça chamuscada sem nenhum dano.

Seus olhos fitam um pequeno pedaço de ferro retorcido que passa próximo a janela, não é grande o bastante para representar algum risco, mas as janelas inteligentes apontam um sinal eletrônico vindo dali.

- Vamos praticar tiro? – Comenta um dos oficiais, ele começa a acionar sistema de tiro manual. – Use a 2-30, transforme aquilo em poeira, assim não sobram destroços que possam danificar outra nave, e regule a potência para 10%, quero ver se você está tão bem quando na tomada de Itaka. – Comenta a comandante. O oficial aciona o enorme canhão que fica ao lado do cruzador e começa a mirar naquele pedaço de lixo ele regula a velocidade do projétil para 10%.

- Atenção todos os deques, treino de tiro. Fogo, fogo, fogo! – Anuncia o oficial para a nave e dispara. É possível ver o projétil indo na direção em que o pedaço de ferro estará em alguns segundos.

- Droga! – O oficial de tiro começa a ativar o sistema de defesa da nave e faz com que as armas de defesa mirarem no projétil que ele acabou de disparar. Ele recebeu um alerta indicando que haverá uma morte, o que indica vida naquele pedaço de lixo. O enorme cruzador começa a atirar pequenos projéteis na enorme bomba lançada pelo canhão, assim que ela é destruída aquela carcaça inerte é arremessada para longe. Dois caças são enviados para rebocar os destroços para dentro de um dos hangares.

Uma equipe médica com seus equipamentos aguarda que a doca seja liberada e assim que recebem o sinal verde entram correndo, muitos curiosos vão para o local, a notícia já se espalhou. A comandante chega quando terminam de cortar o metal, muito duro e resistente, diferente do que haviam conhecido até então. Várias partes são levadas para análise e uma pequena capsula é retirada, nela várias luzes estão acessas e todas vermelhas. Utilizando sensores médicos eles determinam a posição do ocupante e usando um laser frio fazem um corte preciso. Dentro da capsula, envolto em um tecido branco com vários detalhes azuis está um menino, sua aparência e biologia é semelhante à deles, mas as roupas e inscrições no interior do painel são alienígenas.

- Está estável! – Diz um dos médicos.

Os demais entendem o sinal e colocam a criança em uma maca, e o levam rapidamente para a enfermaria. A comandante começa a acompanhá-los e ordena aos demais. – De volta a seus postos, quando soubermos mais eu aviso a todos. – E sai junto com os demais oficiais.

Na enfermaria, vários médicos estão em volta de uma pequena criança que dorme um sono profundo. Eles especulam e criam planos para reanimá-la. Os sinais dela estão ficando mais fracos já que não há mais uma capsula para mantê-la.

- Quanto tempo ela tem? – Questiona a comandante.

- Se não conseguirmos acordá-la, 24, 26 horas no máximo. – Responde um dos médicos.

- Esta é sua prioridade, sobre qualquer outra coisa! – Responde a comandante enquanto pega seu comunicador. – Número 2, você está no comando, vou ficar na enfermaria até chegarmos a Iluri. – Sem esperar uma resposta ela desliga seu aparelho e o guarda em um bolso.

Parada, ao lado da cama onde o menino está deitado ela o observa calada, um tremor persistente percorre seu corpo e uma lista de perguntas se repede constantemente: Como essa criança chegou nesta situação? Quanto tempo mais de vida ela teria? Quais as chances de ter sido encontrada? Após algumas horas a nave chega a seu destino. O alerta no rádio é o sinal que ela esperava. Para deixar a criança.

- Radar, situação. – Ordena a comandante.

- 250 naves orbitam o planeta, 22 são naves armadas e com características Iluri, 12 naves de combate Makry, as demais são naves comuns. Em solo 2300 naves em altitudes diferentes e vários sinais de explosivos de diversos tipos em solo, população de 2.7 bilhões de Iluris.

– Responde o oficial.

A comandante desliga seu comunicador e se dirige para sua cabine. Ela troca seu uniforme militar por roupas mais comuns, ela irá falar como uma embaixadora, não como uma militar.

- Eu devo ficar em solo por 4 horas. Mantenham o rastreamento na equipe de terra, se alguma coisa der errado criem um perímetro e usem os 2-30 nas bases militares em um raio de 30 cliques. – Assim que entra na nave consular seu status muda para embaixadora e o comando do cruzador passa para o segundo em comando. Ela tinha mais de 20 anos na frota, mas apenas poucos meses como embaixadora, embora preferisse o diálogo tinha uma aptidão nata para resolver os conflitos pela força, esse tipo de conflito era o que o alto conselho precisava.

A nave de transporte parte do hangar frontal do enorme cruzador. Da janela ela observa sua nave de guerra. Ela é cilíndrica com uma torre no centro. Enormes canhões cobrem toda a extensão da nave. Ela entra na densa atmosfera do planeta as nuvens, em um tom mais claro que o céu, são densas e enormes, a gravidade é maior que a que estão acostumadas, o piloto precisa forçar mais os motores para controlar a queda. Levam mais 10 minutos para chegarem ao ponto de encontro. A comandante, agora chamada de embaixadora por todos os tripulantes, coloca um aparelho que transforma a atmosfera tóxica para que ela possa respirar, ele é como um colar que envolve seu pescoço e transforma o ar conforme passa por sua garganta.

- Não mais que 30 minutos lá fora, o ar será filtrado, mas ele ainda irá contaminar sua boca e vias respiratórias. Tem certeza que não quer usar uma máscara completa? Assim poderia ficar lá indefinidamente. – Diz um dos membros da comitiva.

- Não, eu preciso estar como uma igual para eles, se eu aparecer toda equipada eles podem ver isso como fraqueza, seria pior. – Responde a embaixadora.

A nave pousa com uma certa graciosidade, mas forçando um pouco mais os motores. Uma porta lateral se abre e a equipe da embaixadora, usando os mesmos aparatos de filtragem de ar, descem da nave. No final da rampa de acesso há uma comitiva com 10 Iluris, todos são baixos e tem a pele dura e amarelada com olhos e bocas pequenas.

Da cabine da nave o piloto observa a paisagem a sua volta, não há pássaros, nem nada muito alto, a gravidade do planeta castiga a pouca vegetação, a única coisa que se sobressai é uma enorme cidadela, que se ergue por vários cliques. Em sua última viagem para este planeta eles pousaram no topo da enorme torre, foram recebidos com grande honra. Desde aquela visita os ânimos mudaram e agora são quase vistos como inimigos.

O piloto observa a embaixadora entrar pela grande porta, do prédio principal. Como a atmosfera é muito densa toda a poluição gerada por eles fica presa e muito perto do solo. Nas grandes cidades os Iluris precisam morar em locais com clima controlado com o ar filtrado e reciclado.

Dentro da cidade a embaixadora observa como as cidades Iluri são organizadas, grandes espaços abertos com vários níveis muito mais altos que o normal, como se tentassem compensar sua baixa estatura, comparada com outros povos, criando grandes espaços abertos. A engenharia Iluri é muito interessante. Em seu mundo, não existem prédios assim, mesmo com a gravidade mais amena.

- Representante, onde será nossa conferência? – Questiona a embaixadora.

- In gradi salau – Responde o representante tentando falar a língua comum.

- O grande líder estará presente?

- Nun, vai falar cum diligadu. – Responde o representante Iluri com um tom mais ríspido que o normal.

A embaixadora olha para seu assessor mais velho que retorna o olhar com preocupação. Com um movimento discreto ela ativa seu comunicador, escondido em uma joia que carrega no pescoço. Tanto na nave de transporte quando na ponte de comando do cruzador todo o áudio a sua volta começa a ser transmitido, além de um pulso que envia uma representação simples do ambiente.

A equipe diplomática anda mais alguns minutos até chegarem em uma pirâmide localizada no centro da cidade. Uma longa escada os leva até a entrada da sede do governo Iluri. Eles são levados para uma sala para aguardar a chegada de todas as autoridades. A sala é ampla com comidas e bebidas típicas, todas sabidamente venenosas para quem não é Iluri. Na sala não há cadeiras ou qualquer coisa que permita que descansem um pouco.

- Tudo aqui é feito para nos provocar, comida que nos mata, nenhum lugar para descansar, minhas constas e minhas pernas estão me matando. Por que não nos levaram em um transporte automático? – Questiona um dos assessores.

- Tudo isso é um teste, fiquem calmos. Eles não são obrigados a terem alimentos e bebidas que não bebem ou comem. Quando voltarmos vamos naquele restaurante perto do parque. – Responde a embaixadora lançando um olhar diferente para todos na sala.

- Esse é o sinal – Comenta o comandante. - Coloquem caças e naves de transporte em prontidão. Sem alarmes por enquanto. Aqueça as armas e deixe todos os sistemas ativos. – Ordena o comandante do cruzador.

A porta da sala abre de forma brusca, dois soldados Iluri, entram e se postam em frente a embaixadora.

- Nus acopani! – Ordena um dos soldados.

A embaixadora, seguida por seu séquito anda pelo corredor largo e alto que leva ao grande salão de audiências. No centro está a mesa dos delegados diplomáticos, os três pequenos seres estão sentados e esperando por ela a frente deles está uma mesa menor e mais baixa com apenas uma cadeira. Os demais membros terão que ficar mais tempo em pé.

Todos entram e ela se senta. Fica aliviada por poder descansar suas pernas, mas preocupada com seus companheiros. Ela abre seu terminal portátil com vários documentos e diretrizes para as negociações.

- Nobres delegados, bom dia, é com grande prazer e satisfação que me dirijo aos senhores. – Diz a senadora, demostrando o maior apreço possível por aqueles serem esquisitos.

- Ibajadura, chega di palava bunita. Num vai mais negucia. As lua sum nussa. Não penzi que pudi nus cuparar cum utros. Sumus furtis, tem amas, naves, guererus. Si nus lutar vai gaiar. Se nus lutar tu vai cair. – Esbraveja um deles.

- Nobre delegado, por favor deixe-nos apresentar nosso caso, nosso povo está lá há gerações. Nossa civilização começou lá, nosso primeiro voo para fora do planeta foi para a outra lua. Imagine se nós entrássemos na grande tenda se sua cidade sagrada e fincássemos nossa bandeira lá, com o senhor se sentiria? Eu venho com uma proposta muito boa para lhes oferecer.

- Eu tenho uma ótima proposta muito boa, lhes daremos direitos exclusivos de mineração em Abak, compraremos tudo o que quiser nos vender e não faremos contrato de exclusividade. Pode explorá-las por 100 anos e após isso a exclusividade acaba e se outras empresas quiserem, poderão se instalar no planeta.

- Não será necessário cobrar valores diferenciados, pragaremos o preço de mercado pelo que nos vender. Isso irá gerar uma riqueza incalculável para seu povo, além de fornecer um planeta para pesquisas em baixa gravidade que hoje vocês fazem no espaço.

O representante Iluri conversa com seus assessores, todos parecem relutantes. – Num sumus pudris cumu vuceis, num abrimos mau di nussu diretu. A luas di Pleina sum nussa.

- As luas de Plenia não tem uma atmosfera compatível com vocês, como podem reivindicá-las? Uma outra oferta, e essa será nossa última, além de Abak, lhes daremos dois projetos que sabemos ser de seu interesse. Uma versão modificada do cruzador da classe Boc e os esquemas da broca de mineração K67. Com isso vocês terão um sistema de defesa de última geração e uma maneira 100 vezes mais eficiente de remover os minerais de Abak.

- As luas istaum in nusso puder. Sumus dunus i num vamos abri maum.

– Grita o delegado.

A embaixadora Iris se vira para um de seus assessores - Não faz sentido, estou dando tudo o que eles mais queriam. Um cruzador Boc com a carapaça que eles usam seria quase indestrutível. Tem coisa errada aí.

- Senhora, estamos monitorando tudo o que entra e sai do planeta desde que chegamos, nenhuma comunicação que não pudéssemos quebrar ou nave estranha deixou o planeta. – Diz um dos assessores. O embaixador Iluri se levanta, bate na mesa e grita ainda mais alto em seu próprio idioma.

- Corre! – Acabaram que mandar nos prender. – Diz o tradutor, a embaixadora aciona em seu comunicador o botão de emergência.

A embaixadora começa a correr o mais rápido que seu corpo consegue, seus assessores sacam armas que estavam escondidas e começam a acompanhá-las, depois de 2 horas naquele planeta eles estavam exaustos, o paço não era o mesmo.

No cruzador, o alarme geral começa a tocar em toda a nave a correria se torna generalizada, no casco da nave, milhares de canhões se levantam e começam a apontar para todos os possíveis alvos. Em terra a nave de transporte ativa seu sistema de defesa, os soldados que ficaram na colocam seus capacetes e saem da nave, três deles ficam na porta protegendo-a os outros sete correm para dentro da cidade com armas em punho.

- Comunicações, me ligue com o alto comando. – Ordenou o comandante interino.

- Sem sinal senhor, estamos bloqueados. – Respondeu o oficial de comunicações.

Nos hangares, os caças são preparados e colocados em seus tubos de lançamento, um cruzador da classe Boc leva 50 caças e 20 naves de transporte. Do hangar frontal partem três naves de transporte escoltada pelos primeiros 6 caças que foram lançados, todos em direção a equipe que está em solo.

A embaixadora e sua equipe tentam correr por corredores, enquanto são atacados por todos os lados. Os soldados que a escoltam atiram em todos que podem, mas são muitos, vários foram feridos, e dois já foram mortos e na correria foi deixado para trás. Mais soldados caem, apenas dois permanecem em pé. Um Iluri lança uma granada no grupo em fuga, um soldado se lança sobre ela enquanto outro pula para afastar a embaixadora. A explosão joga todos para o chão, mutilando vários e deixando todos surdos. Uma multidão cerca os feridos e começa a espancar todos. A embaixadora, que está sem seu respirador começa a sufocar, mas seu treinamento militar a faz sacar sua arma e atirar nos Iluri que se aproximam, sua munição acaba antes que ela possa se levantar e começa a ser espancada pela multidão furiosa, o ar que estava em seu peito foi expelido no primeiro chute que levou no estomago, agora seu corpo está cheio daquele ar pesado e venenoso, ela sabe que é uma questão de tempo. Um Iluri se aproxima com uma arma e bate forte em sua cabeça, a visão fica turva, ela já não sente mais os golpes, seus pulmões doem e queimam.

Antes de fechar os olhos ela vê um grupo de soldados chegar e atirar nos agressores, um pingo de esperança aparece e ela começa a rastejar, seu corpo dói e seu peito arde como se estivesse pegando fogo.

Uma nova explosão no meio do grupo de resgate, todos estão mortos e a esperança se vai, um Iluri se aproxima e chuta sua cabeça, ela desmaia com a certeza que vai morrer.

Na nave de apoio alguns tiros são disparados em manifestantes que se aproximam, no alto, três pequenas naves de ataque Iluri estão em formação e apontam suas armas para a cabine. O piloto ativa o sistema de defesa e a começa a disparar contra as naves inimigas, elas se esquivam e destroem cabine de comando fazendo a nave desliga por inteiro.

Da porta por onde a embaixadora havia entrado, sai uma multidão carregando alguns corpos, dentre eles o de Iris, ela está com os olhos inchados, mas abertos, tenta puxar o ar, como se fosse adiantar, mas continua sufocando. Ela é jogada no chão e um pelotão de fuzilamento se alinha à sua frente, ela tenta se levantar, mas só consegue ficar de joelhos, a falta de ar e a gravidade estão cobrando seu preço. O pelotão levanta suas armas e o oficial Iluri começa a contar.

Em órbita, o cruzador começa a enfrentar um grupo de batalha fortemente armado. O tiroteio é infernal, canhões dos dois lados despejam uma torrente de fogo e aço.

- 2-30 no centro, cargas de percussão, carregar com 120, todos os canhões. – FOGO! – Grita o comandante. A nave mira seus enormes canhões no centro da formação triangular, com a potência de 120% os tiros irão acumular uma força gigantesca. Ao chegarem no centro as 6 ogivas disparam criando um centro de atração gravitacional muito forte, fazendo com que as naves sejam atraídas para seu centro e que se choquem, não com uma força muito grande, mas o suficiente para deixá-las muito próximas.

- Todas as armas, potência total, cargas explosivas – FOGO. – Grita novamente o comandante, então, do cruzador, uma parede de fogo emerge varrendo tudo em seu caminho.

- Ineficaz senhor! – Grita o oficial da artilharia.

- Novo disparo, centralizar nas cabines de comando, FOGO – O comandante ordena mais uma salva de tiros. Os tiros danificam as janelas dos inimigos, mas não é o suficiente para inutiliza-las

- Comunicação, cadê o grupo de solo? Temos que sair daqui agora.

- Senhor, o grupo de resgate está tentando chegar a equipe de solo, detectamos uma forte explosão em solo, vários rastreadores param de responder. – Quero a embaixadora aqui agora! – Repete o comandante.

Os tiros inimigos param na enorme barreira fogo formada pelo sistema de defesa do cruzador que volta a tirar todos seus canhões em um único ponto de uma das naves.

- Desde quando eles têm naves tão resistentes? – Pergunta o comandante para si mesmo.

Na atmosfera do planeta diversas naves de ataque estão perseguindo o grupo de resgate. – Escolta, preparar! – Ordena o comandante da equipe. Os 6 caças começam a atacar os inimigos, abrindo uma brecha para as naves. Do alto eles veem a fumaça do transporte destruído, e uma multidão em volta da nave.

- Preparar homens, vamos chegar batendo forte!

Na cabine de comando o piloto recebe a identificação visual da embaixadora quase morta pronta para ser executada. Ele ativa o armamento do transporte e atira contra o grupo de fuzilamento. Vários destroços atingem a embaixadora que cai desacordada. A nave começa a atirar em tudo para abrir um ponto seguro para resgate. Dois soldados saltam da nave presos por cabos, enquanto tudo a sua volta explode. Um deles abraça o corpo inerte de Iris enquanto seu companheiro atira naqueles que tentam chegar perto.

- Três para subir. – Diz o soldado.

Seus cabos são puxados e a nave começa a subir, as outras naves de transporte fazem uma cortina de tiros para garantir a retirada de seu objetivo.

- Comando, temos a embaixadora, em situação extremamente grave. Estamos voltando. – Informa o piloto da nave. Ele precisa correr para leva-la para a enfermaria.

- Negativo grupo de resgate, estamos cercados, reagrupar em 1 4 5 6.

O comandante do grupo começa ordena o saldo imediato. Os caças que os estavam escoltando aceleram para chegar ao cruzador, nesta atmosfera mais densa eles não são tão eficientes e são destruídos por vários tiros lançados do solo e de seus perseguidores. As naves de transporte, que tem motores mais potentes, começam a fazer manobras para se esquivar dos ataques sofridos, os motores de salto estão ligando e precisam de um tempo para estar totalmente prontos.

No espaço, apenas uma pequena parte dos caças consegue retornar para o cruzador, que já está com seus motores prontos.

- Senhor, temos uma ruptura no casco, setor 3, se saltarmos a nave pode se partir ao meio. – Avisa um dos oficiais.

- Se ficarmos morremos. Saltar! – Ordena o comandante.

A nave ativa seus motores e começa a aceleração, tudo o que está a sua frente começa a ser destruído, várias naves inimigas, vários caças destruídos, tudo vai se chocando contra o casco e provocando mais e mais danos. No silêncio do espaço um clarão faz a nave desaparecer deixando uma espécie de buraco negro que desaparece em uma fração de segundo.

Na posição 1 4 5 6 um buraco nego se forma e ao desaparecer revela o cruzador quase se partindo ao meio, seus motores estão inoperantes e a energia está falhando, porém estão salvos.

Na atmosfera do planeta Iluri as naves de transporte começam sua aceleração para ativar os motores de salto, uma escolta foi derrubada e a segunda está seriamente danificada, apenas o transporte da embaixadora está em condições aceitáveis. Durante a aceleração o transporte de escolta abre seu buraco negro, mas os sistemas falham e ela é engolida por ele em uma fração de segundo, seus tripulantes nem notam e são reduzidos ao tamanho de um átomo. A nave da embaixadora salta para a posição especificada, ela está quase morta, a equipe médica está fazendo o possível para tentar estabilizá-la. Da cabine eles observam o cruzador inerte, agora dividido em dois, não detectam nenhum sinal de comunicação, precisarão se aproximar para saber se há alguém vivo.