O QUE VEIO DO ESPAÇO

O QUE VEIO DO ESPAÇO:

O lugar era distante em mais de duzentos quilômetros da cidade mais próxima. Os poucos moradores da fazenda, ocupavam-se de criação de bovinos e ovinos em metade da ocupação. Na outra, plantavam milho e soja.

O proprietário, sua esposa e seus dois filhos, contavam com a ajuda de mais cinco empregados e suas respectivas famílias.

Era um sábado do verão de 2008. Passava das dezoito horas. A família, junto ao alpendre da casa de campo, descansava. O casal Luceval Lucena e sua esposa Terezinha Lucena tomavam o chimarrão de todos os dias. O filho do casal, Rodrigo, aos seus doze anos, aproveitava para fazer trabalhos manuais. Anatércia Lucena, aos seus onze anos, ocupava o tempo preparando algumas mudas de flores no quintal.

Luce como carinhosamente é chamado pela esposa, naquele momento, se referia a passagem do tempo.

— Tere! Parece que foi ontem quando casamos, e hoje estamos com dois filhos, nem deu para perceber que o tempo passou, e já estamos à meia idade. — Tere contrapõe:

— Nos estamos ainda muito novos. O que vale é o entusiasmo de viver, o que não nos falta.

— Olha Tere! Uma estrela cadente não queres aproveitar para fazer um pedido. Olha outra, e outra.

— Mas aquilo não é uma estrela cadente, nunca vi algo parecido.

De fato era surpreendente o que eles estavam vendo, uma bola de fogo atravessara o espaço, e caíra a uma curta distância, emitindo um estrondo ensurdecedor.

Todos na casa ficaram perplexos. Luceval que correra para o pátio, gritou:

— Vamos lá ver o que aconteceu, deve ter sido um meteoro.

Correu e logo foi buscar os cavalos no piquete.

Anatércia que jardinava, correu ao encontro dos pais e perguntou:

— O que aconteceu? O que foi isso? Vi um imenso clarão e um estrondo muito forte.

A carroça foi preparada, dois cavalos foram nela atrelados. E, em cinco minutos toda a família estava a caminho do acontecimento.

Os cavalos ofegantes chegam próximo do local em dez minutos. Pararam espontaneamente a certa distância, embora o condutor os tenha instigado a se aproximarem mais, não houve jeito, os animais embestaram e não se aproximaram. O que fez com que Luce dissesse:

— Não adianta! Eles não se aproximarão mais do que isso, vamos a pé.

Todos descem e começam a aproximação, com cautela. Uma nuvem de vapor se erguia no espaço, saída de um poço com diâmetro de mais de dez metros, não permitia que vissem o que estava em seu interior. Retornaram à carroça e esperaram por algum tempo, até que o vapor tivesse cessado de se elevar. Uma nova aproximação e puderam ver no fundo da cratera, envolto em uma espécie de crosta negra. Uma esfera com um diâmetro de mais de seis metros. O calor ainda evaporava a água no entorno da esfera. Eles permaneceram ali admirados.

Anatércia chama a atenção, dizendo:

— Vejam! A crosta está se estratificando.

Luceval chama atenção para o que está ocorrendo:

— O resfriamento está rompendo a crosta, isso quer dizer que o núcleo não esta sofrendo contração linear, por isso a crosta esta trincando.

A família, estupefata, vê a camada e mais de oitenta centímetros da crosta preta se desprender dando vistas a duas espécies de bolas de forma ovoide, com superfícies lisas e opacas, a semelhança com uma casca de ovo. Em poucos instantes, os dois núcleos estavam, com a parte superior, toda descoberta.

O solo secou, através da evaporação, toda a água que continha. O sol que brilhava no horizonte, começava a ficar tórrido, pois passava das doze horas. A superfície do ovoide começava refletir os raios solares, que formava verdadeiros feixes de luzes. A família, que tudo

apreciava, vê com espanto a crosta começar a estalar e se desprender, deixando uma crosta branca e opaca, que começava a se mexer, como que algo em seu interior estivesse a movimentando.

— Veja pai! Os invólucros estão sendo rasgado. — disse Rodrigo.

Todos extasiados assistiam o nascimento de ovíparos.

O sol ofuscava as vistas dos expectadores, que se movimentavam de um lado para o outro tentando ver o acontecimento.

— Vejam! Parecem aves e começam a se movimentar, incrível o tamanho, devem ter mais de meio metro de altura — disse Luceval. Fiquem todos aqui, que eu vou me aproximar com cautela.

Luceval aproxima-se, os filhotes ao vê-lo abrem as asas e o bico, a espera de alimento. O som que emitiam eram ensurdecedores.

Luceval vai se aproximando, cautelosamente até chegar bem perto deles.

— Parecem inofensivos, mas estão à espera de alimento.

— Vou trazer cereais para alimentá-los — disse Rodrigo.

— Não vamos conseguir tratá-los aqui, disse Luceval.

— Teremos de levá-los para casa se quisermos criá-los. Mas o que daremos a eles como alimento? E, como vamos transportá-los até o celeiro?

Terezinha e as crianças quase que em coro diziam a Luceval:

— Vamos levá-los, custe o que custar não os podemos abandonar a sua própria sorte.

— Vejam bem, não sabemos como chegaram até aqui e qual o propósito de sua vinda: — disse Luce.

Mas o patriarca estava só, todos os demais estavam resolutos e queriam cuidar dos recém eclodidos. E ele argumentava:

— E se forem aves de rapina que se alimentam de carnes, poderão nos devorar quando grandes.

Ninguém o ouvia, as crianças começavam a ficar indócil e a agarrá-lo pelo braço pedindo insistentemente.

Contrariado Luce resolve atender aos clamores da família.

Uma hora depois estava ele, filhos e esposa, voltando para a casa, com a finalidade de trazer os trabalhadores com trator para transportar as aves recém nascidas.

Após várias horas de trabalho a família de Luceval e os empregados conseguem transportar os dois filhotes e acomodá-los no celeiro. Terezinha se prontificou a preparar uma alimentação que achou própria para eles. A ração constituiu de um angu de fubá de milho.

Rodrigo e Anatércia colocaram-se a cavar minhocas, que serviria de sobremesa para os recém chegados.

A família acabara de adotar duas criaturas que provavelmente haviam vindo do espaço. Por quatro semanas as aves foram alimentadas com angu de fubá, sementes e alguns insetos.

Haviam duplicado o tamanho. Quando abriam as asas sua envergadura chegava a cinco metros. Na décima semana elas ensaiavam os primeiros passos e tentavam alçar os primeiro voo. Suas dimensões ultrapassavam dois metros de altura, sua envergadura passava de oito metros, as penas de um azul escuro cobriam seu dorso até a cabeça. Suas asas quando abertas revelavam um preto fosco. A cauda quando aberta descortinavam uma série de círculos brancos.

Na décima semana eles estavam voando acrobaticamente por toda a região.

— Veja senhor! Um pássaro maior do que o nosso aparelho — disse o piloto de um helicóptero.

— Prepare a câmara para a filmagem da ave, senão ninguém ira acreditar.

Os principais jornais noticiaram:

“Fotos e vídeos impressionantes de duas aves que perseguiram um helicóptero.”

“Aves, maiores que um helicóptero, foram avistadas sobrevoando o céu a uma altura de mais de 3000 pés.”

a Força Aérea Brasileira investiga o aparecimento de duas aves de tamanho descomunal. Voando a mais de 3000 pés de altura.

Na fazenda da família Lucena:

— Anatércia! Tens de parar de te preocupar com as aves, elas já estão adultas e podem se cuidar sozinhas.

— Não mamãe, elas são inexperientes e necessitam da minha ajuda.

Naquele dia, Anatércia e Rodrigo esperaram as aves, que somente retornavam ao anoitecer, a demora os preocupou.

— Porque demoraram tanto a chegar? — disse Anatércia às aves.

— Estivemos procurando uma nuvem de gafanhotos para a nossa alimentação. — respondeu o macho.

— Rodrigo ele falou comigo, estou me comunicando com elas, acho que falam através do pensamento.

— Não sejas boba, onde se viu aves falaram com o pensamento.

— Vai ver, eu sinto o que eles querem dizer para mim.

— Eu acho que tu, depois das aves não fazes outra coisa a não ser paparicá-las.

— Eu sei o que estou fazendo.

Nesse momento Rodrigo percebe em sua mente a resposta da fêmea, que lhe disse:

— E agora está me interpretando com sua mente?

— Que barato, estou falando com ela, não é crível, elas falam mesmo, e com o pensamento.

As aves dormiam no celeiro da fazenda, que já estava pequeno para tamanhos hospedes. Durante o dia alçavam voo e desapareciam a procura de insetos e rastejantes, para prover a sua alimentação. À tardinha retornavam a fazenda, onde seus amigos as esperavam.

Mais um dia de atraso e elas foram inquiridas ao chegarem.

— Como de moraram hoje, achei que não viriam mais: — disse Rodrigo.

— Está escassa a nossa alimentação. Como no outro dia estivemos procurando uma nuvem de gafanhoto e até achá-la, tivemos de percorrer grandes espaços. — Disse o macho.

— A propósito estivemos junto de um aparelho voador, que tinha pessoas em seu interior, pessoas como você. — disse a fêmea.

— Isso é mau, logo estarão procurando vocês. A propósito já está pronta a cadeira de sola, agora poderemos voar com vocês: — disse Rodrigo.

— Vamos experimentar agora, enquanto está claro. — disse o macho.

— Vou colocá-la em você e vamos ver no que dá.

Rodrigo afivelou as tiras em ambas as pernas do macho e sentou-se na cadeira e amarrou — se pela cintura.

— Dessa forma não poderei caminhar. E como vou alçar voo? Terei de levá-lo junto do meu papo, para tanto as amarras devem pegar no meu dorso.

— Vou providenciar nas amarras, só que teremos de iniciar amanhã.

No dia seguinte tudo estava pronto e afivelado, as tiras de couro, passadas pelo dorso da ave e por baixo das asas terminando no papo, onde eles ficariam sentados. O macho saiu do celeiro e alçou voo, levando Rodrigo. Logo a fêmea se lanço no espaço, levando Anatércia e, os três, voaram acrobaticamente. Anatércia chegava a fechar os olhos quando em voos rasantes, especialidade das aves da espécie.

— Você está bem? — perguntou a ave a Anatércia, que lhe respondeu:

— Está tudo ótimo, já estou ficando menos atordoada com a velocidade.

— Podemos levá-los na perseguição de gafanhotos? No entanto, previno-os de que poderemos levar horas até encontrarmos uma nuvem.

— Nós queremos — disse quase que, ao mesmo tempo Anatércia e Rodrigo.

— Então vamos lá! Segure-se que vamos voar na velocidade máxima.

As aves voavam lado a lado, seus passageiros, mal podiam conter-se, pela grande emoção, medo e contentamento que lhes entorpecia os sentidos, talvez motivado pela velocidade e pela diminuição do nível de oxigênio dado a altura em que o deslocamento se realizava.

De repente a ave fêmea, mentalmente anunciou a localização de uma nuvem de gafanhotos. Alertando que se firmassem nas amarras, pois as manobras de caça eram rápidas e alternadas, ora para um lado, ora para o outro, subir e descer.

As crianças se acomodaram da melhor forma possível e ficaram deslumbrados, ao verem como elas caçavam os gafanhotos. Em voos rasantes, nos quais as crianças quase tocavam o solo. Os grandes bicos entravam na nuvem abertos e iam recolhendo grande quantidade de gafanhotos que a seguir eram engolidos.

O refaz das aves, dura mais de uma hora, de voos acrobáticos e rasantes espetaculares. As crianças adoraram a experiência.

Satisfeitas as aves retornavam, quando a fêmea diz com a voz da mente:

— Olhem lá em baixo uma cobra de regular tamanho, vou apanhá-la. Segure-se Anatércia que vamos despencar.

Ela deu um mergulho que Anatércia foi parar quase que no seu bico.

O rastejante foi apanhado pelo bico que raspou o solo fazendo com que a cobra adentrasse no interior do bico e logo foi engolida. A cobra pelo tamanho deveria ser uma píton de mais de um metro e meio, foi espetacularmente engolida pela ave.

Os dias se passaram. Anatércia diariamente acompanhava as aves, logo após haverem retornado à tardinha.

Um dia, o casal chegou e disseram:

— Hoje fomos perseguidos por uma máquina com uma grande hélice em sua parte superior. Fizeram diversos disparos de projeteis, um deles acertou as penas de minha asa direita. Veja o furo que fez. Isso está desequilibrando o meu voo. O que eles querem? Nunca fizemos mal a ninguém, porque nos perseguem?

Nos jornais as notícias eram as mais diversas:

— Hoje a Força Aérea perseguiu duas aves de imenso tamanho. Um dos disparos atingiu uma das asas de uma delas, mas mesmo assim elas voaram acrobaticamente despintando a aeronave.

“ Aves de rapina, ameaças a Força Aérea que fez diversos disparos.”

“A população está apreensiva com o aparecimento de duas grandes aves que pelo tamanho poderão engolir um homem inteiro.”

a população conclama a todos para se defenderem das aves de imenso tamanho capaz de devorar um homem inteiro. Há indagações se estas aves estarão se reproduzindo e que logo teremos os céus infestados delas.

“A humanidade está apreensiva com o possível aumento demográfico das aves de descomunal tamanho que infestam o céu do Brasil.”

“O Comandante da Força Aérea, promete que colocará toda a força a procura das aves, que seu abate será em questão de horas.”

o radares estão rasteando as aves e sua localização é questão de horas. Disse o Comando da Força Aérea.

A DENÚNCIA:

Bocardi um dos serviçais da fazenda, que ajudara no transporte das aves, movido pela ganância, após haver assistido na televisão, as notícias sobre as estranhas aves, que haviam sido vistas, em pleno voo, por um helicóptero. Resolveu revelar o paradeiro das aves a uma emissora de TV, em troca de algum dinheiro.

As aves como de costume partiram a procura de seu alimento logo ao clarear o dia. Passava das dez horas quando uma equipe da televisão, com diversos carros chegou à fazenda dos Lucena. Luceval os recebeu. Os repórteres lhe fizeram perguntas sobre o paradeiro das

aves gigantes que havia na fazenda.

O link transmitia dês da chegada à fazenda, alardeando que em alguns instantes poderiam ter imagens das aves gigantes.

Luceval informa ao reporte que as aves tinham partido em busca de alimentação. O repórter pergunta:

— De que se alimentam as aves?

— Basicamente de insetos e pequenos rastejantes, como cobras, lagartos entre outros — responde Luceval.

— As aves caçam há que horas?

— Ao anoitecer.

O coordenador da equipe ao ouvir isso entra no furgão e diz:

— Preparem-se para cortar o link, assim que o repórter terminar a locução.

— Assim ficaremos no aguardo do retorno das aves, estejam atentos que a qualquer momento voltaremos com imagens das gigantes.

Uma hora depois da transmissão, três helicópteros da Força Aérea surgem no horizonte e logo pousam ao lado do celeiro.

Deles desembarca um brigadeiro e diversos oficiais e soldados, que começam a descarregar armamento pesado, que logo são instalados em vários pontos estratégicos.

Luceval ao ver aquilo, se dirige ao brigadeiro e diz:

— Não podem fazer isso, esta é uma área privada.

— Era acaba de ser considerada área de segurança nacional. O senhor, sua família e seus empregados devem se retirar imediatamente.

A PROVA

CAPÍTULO II

O QUE VEIO DO ESPAÇO II

Um grande meteoro corta o espaço, rasgando a noite e cai numa área remota, coberta por vegetações rasteiras. Uma nuvem de vapor se ergue no espaço, saída de uma cratera de mais de vinte metros de diâmetro.

Uma crosta de mais de um metro de espessura começa a estalar e se dividir em pequenas partes, que caem ao solo, revelando um aglomerado cacho de ovos, cada cacho com mais de cem ovos. Os cachos são uma espécie de cartucho em forma de linguiça. Os cachos cobertos por uma espécie de espuma que quando exposta ao ar enrijecem formando uma carapaça protetora. O Sol levanta no horizonte, seus raios atingem o invólucro dos cartuchos. Assim passam-se os dias e no décimo, os ovos eclodem e deles saem ninfas, com mais de dez centímetros de comprimento. São gafanhotos faltando-lhes apenas as asas. Logo após o nascimento, as ninfas saem à procura de comida.

Com mandíbulas fortes devoram tudo os vegetais que vem pela frente.

CAPÍTULO III

Oslim Zeniram, pede a palavra, que lhe é concedida pelo presidente do conselho dos guardiães do Cosmo, Alissim Ahtram.

— Senhores do conselho! Na qualidade de mentor da prova a que serão submetidos os seres que habitam o pequeno globo, chamado por eles de planeta Terra. Quero expor a todos os membros deste conselho a sabatina que preparei.

Consiste em mandar dois seres do nosso globo, que vivem em equilíbrio biológico, só que guardando as devidas proporções, eles no pequeno globo serão criaturas enormes, sendo que no nosso são criatura pequenas comparando com outros animais e porque não dizer conosco os Ogirdor.

Inicialmente mandaremos um casal de predador, que serão lançados aleatoriamente por uma nave de aproximação. Passado o tempo necessário ao desenvolvimento dos predadores, lançaremos as presas, estás em número elevado.

Se os seres do pequeno planeta cuidar bem das aves, estas se reproduzirão e certamente conseguirão manter o equilíbrio biológico dos gafanhotos.

Se o casal não se reproduzir ou for abatido, não haverá o predador natural para os gafanhotos que certamente.

CÁPITULO IV

A ESPERA DAS AVES.

— Espere estas terras me pertencem, o governo não as pode desapropriar sem um processo indenizatório. Portanto, não a deixarei, o senhor e seus comandados é que deverão deixá-las imediatamente.

— Esta é uma questão de segurança nacional, os direitos constitucionais nesse caso não valem nada.

— O que pretende fazer com as aves, senhor brigadeiro?

— Abatê-las antes que comecem a comer seres humanos.

— Tem minha palavra, elas não são agressivas, se fossem, já teriam matado os meus filhos que as trataram desde pequenos. Além do mais eles se comunicam com nossos filhos telepaticamente, assim, poderá fazer qualquer pergunta sobre tudo o que quiser. Não devem sacrificá-los eu lhes asseguro que são do bem.

— Não se trata de me convencer, acontece que os jornais noticiaram um monte de cousas sobre elas, isso atiçou a opinião pública que agora está exigindo uma resposta imediata. Além do mais, minhas ordens foram emanadas dos meus superiores são para abater as aves. Sinto muito, mas nada posso fazer.

Nisso vem se aproximando a fêmea em um voo rasante a artilharia dispara contra ela que é atingida em uma das asas e cai em queda livre no solo.

Ela bate a asa sobre o solo, momento em que novos disparos são realizados, as penas e o sangue espalham-se sobre o gramado. O macho se aproxima e vendo a fêmea morta, mergulha e pousa junto dela, momento em que ouve-se disparos de artilharia massiva sobre a ave que tem suas penas e partes despedaçadas. As câmaras de filmagens registram tudo, os fotógrafos de prontidão se aproximam e vê em-se os fleches que iluminam os corpos despedaçados. Aos poucos o contingente vai se dispersando, ao cabo de uma hora todos haviam se retirados, restando apenas a família de Luceval e os corpos mutilados das aves.

As crianças, inconsoláveis, choravam junto dos corpos, Luceval e seus empregados, começam a cavar um enorme poço com uso de máquinas e ali, mesmo, no centro do gramado da casa, as aves são enterradas. A família inconsolada retorna para a casa.

CAPITULO V

Dias depois Luce liga a televisão no noticiário.

Diz o reporte:

— Uma nuvem de uma espécie de gafanhotos, como nunca foi visto antes, surgiu hoje no estado do Paraná. As amostras capturadas, após examinadas pelos cientistas, que concluíram que nunca foram detectadas antes, eles têm um comprimento de oitenta centímetros e uma envergadura de mais de um metro. Se parecem com a espécie conhecida como Rhammatocerus schistocercoides e está se reproduzindo rapidamente. Segundo os mesmos cientistas, levará apenas alguns dias para que tenhamos uma nuvem de mais de dez quilômetros de comprimento. Eles podem exterminar uma floresta em poucas horas.

Os ovos ao eclodires e dão origem a gafanhotos jovens, chamados de ninfas. Seu prato preferido são vegetais como o arroz, o milho e a cana. A essa altura, a busca por comida é feita por terra: como os gafanhotos ainda não têm asas, eles só pulam, movendo-se até 10.000 metros por dia.

Conclui, dizendo:

Se medidas drásticas e imediatas não forem tomadas, para eliminar a infestação, poderemos ter comprometida toda a flora na face da terra.

Ultimas noticias chegadas da CNN dão conta de que uma nuvem está neste momento tentando atravessar o oceano podendo chegar ao continente europeu dentro de poucas horas, pois estão viajando a uma velocidade de mais de duzentos quilômetros por hora.

Nisso entra um comentarias que diz:

— A valer a velocidade de expansão dos gafanhotos gigantes e considerando a sua voracidade. Se algo não for realizado de imediato, teremos a maior crise de alimentos de toda a história. Ou nos destruímos eles, ou eles nos destruirão. Amem.

Otrebor Ozodrac
Enviado por Otrebor Ozodrac em 12/08/2018
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T6417316
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