Eros e o Eclipse
Um rapaz se aproxima de um ser em uma misteriosa praia, tal rodeado por um manto negro e uma áurea que te concede o pensamento sobre este exercer o cargo de augúrio, envolta dele também se encontra a escuridão, não aquela que nos foi concedida pelo abismo, porém aquela que nos foi dada como auxilio em nossa desenvoltura. Tal homem está localizado a 5 metros de distância dessa criatura e busca usufruir da mesma vista que atrai o ser, entretanto apenas a escuridão do abismo é visível. Uma voz grossa, porém, com certo grau de fraqueza começa a soar da boca da criatura:
- Você se prende em uma ilusão, eu te entendo... caminhar até aqui prova isso, e do que adiantou? No final do caminho só há trevas, por que acha que ao fecharmos os olhos para dormir se escurece? Por que ao morrermos fechamos os olhos e fazemos nossa passagem para o sono eterno? Independente da história no final haverá apenas escuridão, o abismo.
- Eu sei... sempre soube, entretanto mesmo que um dia as temidas trevas me consumam a alma não poderei me dar ao luxo de viver o tempo que resta-me lamentando o destino programado.
- Seu destino é incerto porque sua alma é incompleta, você não deveria conseguir se mover e sua mente não era para estar em seu corpo, você é uma casca rachada que deveria estar vagando pelo limbo sem nenhuma manifestação de consciência e cá esta você, que tipo de bálsamo é capaz de afugentar tal condição? Como pode existir alguém como você? Falta metade do seu coração... O que você fez? Não... você a condenou?
- Eu implorei para que ela repensasse tal ato, entretanto era tarde demais...
- Agora a história será escrita em conjunto e o seu destino será o mesmo que o da garota, peças de um quebra-cabeça podem ser usadas para fazer uma paisagem, entretanto cacos de vidro não, quem é esta que decide quebrar-se por conta em favor de outra pessoa?
- Nunca um...
Ao ressoar as palavras que estavam saindo da boca do rapaz uma grande luz aparece ofuscando a visão do rapaz, rapidamente fecha os olhos, e uma voz feminina harmoniza com a dele.
- Sem o outro...
A voz ressoa dentro da cabeça do rapaz e ao abrir os olhos se depara com a perfeita silhueta de um jovem que a ele era reconhecível. A surpresa no rosto do rapaz e a tonalidade de sua voz entregavam o espanto e até certo grau de alegria ao ver tão nostálgica silhueta.
- Marie?