Harpazo a origem dos deuses

Parte do trecho do livro: HARPAZO a origem dos deuses

No acampamento, tudo está preparado… Branah estava na cabine principal dos pilotos, em frente aos monitores da nave, sentado com suas pernas cruzadas e os pés acima de um painel, tomando um café quente enquanto monitorava o movimento e localização daqueles que partiram com o capitão. Marshal e Rescue fazem a primeira ronda do perímetro. Natasha, por sua vez, havia combinado com Branah que verificaria a região em busca de amostras… Ao sair da nave, avisa um dos vigilantes:

—Marshal, vou colher aquelas amostras de plantas. Volto em meia hora.

—Ok garota! Só não vá muito longe! Mantenha seu comunicador ligado e chame se houver problemas. – disse ele.

—Não se preocupem rapazes – num tom descontraído Natasha se despede e completa:

—Volto antes do desjejum…

Ainda há neblina cobrindo toda a região, mas isso não intimida a garota. Natasha vê à sua frente um pequeno caminho que dá passagem livre entre grandes ramagens e imensas árvores. Essa passagem a leva a uma clareira mais reservada. Sem perceber, descontraída pela emoção do desconhecido, ela avança por uns trezentos metros adentro em busca de plantas e pequenos insetos silvestres. Ela olha um pequeno radar em seu pulso e focaliza a nave num ponto piscante (isso funciona como uma bússola para ela encontrar o caminho de volta).

Natasha não demora e logo encontra o que parecem ser espécies raras de algum tipo de planta desconhecida… Animada, ela começa a cortá-las e colocá-las em pequenos saquinhos.

Algo chama sua atenção: um pequeno barulho vem de folhagens entre alguns arbustos que se movimentam. Olhando naquela direção, à procura de algo que pode aparecer a qualquer momento e, sem pensar muito, ela pega sua Glock 9 mm, e a destrava. Quando aquilo que se movimentava entre aquelas pequenas plantas se revela à sua frente, a uns 10 metros de distância, Natasha percebe que aquilo era uma espécie de lagarto, apoiado em duas pernas, com cerca de 30 cm de altura e 60 cm de comprimento. Porém, era uma espécie incomum, que mais se parecia com uma pequena avestruz, mas que tinha o tamanho similar ao de um ganso. Natasha se assusta, fica espantada e se esforça para discerni-lo melhor, aproximando-se vagarosamente em direção ao réptil, que balança sua cabeça de lado como se estivesse espreitando Natasha de maneira curiosa. Ela quase não acredita no que vê e pensa rápido:

—Não pode ser…Tá de brincadeira! – Um pouco perplexa, ela avisa Marshal e Rescue pelo comunicador:

—Pessoal, vocês precisam ver isso!

—Ver o que menina? O que você achou nessa floresta? – Pergunta Marshal num tom replicante.

—Não sei ao certo, mas parece ser uma espécie pequena de dinossauro – Natasha se mostra insegura.

—O que foi que você andou fumando por aí menina? – Ironiza Rescue, dando gargalhadas.

—Qual o tamanho do bicho? E por que você ainda não correu? – Marshal e Rescue mantêm o tom de brincadeira e se divertem com o relato de Natasha…

Enquanto Natasha ainda falava com seus amigos, o lagarto desaparece repentinamente floresta adentro.

—Ah! Ele saiu correndo como um raio – informou Natasha, agora decepcionada… e inquieta.

—Estamos indo até aí menina… quem sabe ele volta… Há! Há! Há! – Marshal e Rescue caem na gargalhada!

—Ah! Seus palhaços! – ela se irrita e prossegue:

—Eu é que não vou ficar aqui…estou indo ao encontro de vocês. E venham logo!

—Branah, fique de olho! Vamos ver o que acontece com aquela curiosa – avisa Rescue ao piloto Branah, que interpõe-se:

—Isso tá ficando sério… já vai escurecer daqui a pouco! Ela não foi muito longe, a uns 300 metros naquela direção – aponta Branah para o ponto de partida de Natasha.

—Vamos nessa! – diz Marshal.

Sem demora eles partem ao encontro dela…

Natasha apanha suas pequeninas amostras de plantas. Está ficando tarde, começa a escurecer e, por isso, ela se apressa em direção ao caminho de volta.

Mais à frente, ela identifica formas humanas em meio a neblina e, imaginando que sejam Marshal e Rescue, avança e grita:

—Estou aqui! – Caminha mais um pouco em direção a eles.

Porém, o número de vultos se amplia para cinco ou mais pessoas. Ela para de repente, arregala seus olhos, se emudece e percebe que não é uma boa hora para estar ali. Então, sem pestanejar, ela começa a correr em direção contrária, até chegar diante de uma gigantesca árvore. Nesse momento, corre para trás dela e se agacha.

Seus olhos procuravam por alguém, ou algo, em todas as direções, enquanto seu coração pulsava descontroladamente. Ela começa, então, a balbuciar baixinho alguma coisa no comunicador tentando avisar Marshal e Rescue, quando é detida por outra visão.

À sua frente, três vultos em meio à densa neblina, que aos poucos vão tomando formas bem definidas, trajando vestimentas e armas de guerra. Ela levanta o braço empunhando sua automática 9 mm, mas um sussurro fino de algo cortando o vento a impede de continuar. Algo atinge seu pescoço. Sua mão puxa o que parece ser um dardo. Seus olhos, que agora discerniam com mais clareza seus algozes, aos poucos vão se escurecendo e, em seguida, ela desmaia.

Eram soldados de Laos e os harpazos não contavam com isso. Os tigres de Laos haviam mandado os melhores de sua elite. Um grupo de 25 pessoas e dentre eles há três mulheres. O grupo foi enviado para fazer uma varredura em lugares remotos da Ilha. Coincidência, ou não, se depararam com Natasha.

No comando está o sargento Eliseu, um veterano de guerra de 52 anos de idade, bem conhecido pelo comando harpaziano…e não esconde seu ânimo ao encontrar Natasha:

—Oras! Oras! O que temos aqui?

Ele avisa imediatamente algum de seus superiores pelo rádio:

—Eh! Vocês tinham razão! Nossa patrulha nessas áreas ocultas não seria em vão. Não encontramos vestígios dos nossos pequenos “dinos”, que escaparam, mas encontramos algo maior… vocês irão gostar…

—Capturamos uma harpaziana… parece ser uma paramédica. Ela está vestida com os trajes harpazianos, mas, não parece completo. Está escurecendo! Vamos continuar nossas buscas amanhã bem cedo. Quem sabe teremos a “armadura” completa ou encontramos um dos “grandões” …

—Ok! Voltem imediatamente – uma voz do outro lado ordena.

A 200 metros dali… Marshal tenta se comunicar com Natasha após ouvir a voz indefinida e embasbacada da moça:

—O que foi menina? Onde você está? Qual direção? – Não há resposta.

Em 15 minutos ele e Rescue chegam até o suposto local em que ela deveria encontrá-los:

—É aqui! – afirma Rescue, que abaixando-se, toca o solo, percebendo os rastros da moça.

—Veja! Ela esteve aqui… mas voltou na direção contrária, naquela direção! – Ele aponta para um conjunto de árvores gigantescas e tem outras informações:

—Espere! – algo deixa Rescue preocupado:

—Parece que há mais rastros, tem muita grama pisada por aqui…

Marshal se irrita com a situação e se altera:

—Mas que droga! – e prossegue se comunicando com Branah pelo rádio: —Verifique a localização dela e me oriente! Se não localizarmos ela em 10 minutos… avise o capitão. Tá ficando escuro pra burro!

Branah informa pelo rádio comunicador:

—Ela estava neste local em que vocês estão. O localizador acoplado a ela foi desligado. Não há rastros dela em nossos radares. Estou avisando o capitão.

E. G. Novaes
Enviado por Max sete em 22/11/2017
Código do texto: T6179103
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