Entre a Terra e Prantes
Em uma galáxia muito distante da nossa, havia um planeta, um planeta anão, minúsculo, mas com uma população notabilíssima. Eles não eram nada evoluídos em comparação a nós, mas sabiam se virar apenas com terra e gás nitrogênio. O planeta do qual falo chamava-se Prantes e devia sua porção debilitada de terra aos seus habitantes, que comiam o chão onde dormiam, o que era um tanto peculiar.
Os habitantes tinham uma única fonte de lazer: destruir o planeta se alimentando. A população dali era constituída de seres sem olhos com apenas uma pata, uma narina e um ouvido central, que captava ruídos até de outros planetas. A pele deles era roxa e eles viviam de comer a terra, pois era sua fonte mais fácil de nutrição - eles poderiam se alimentar também de firilis, a única planta que crescia em Prantes.
Assim como os humanos usam as árvores como fonte de renda e não veem que, caso se acabem, a vida pode não mais existir no planeta, eram os habitantes de Prantes, que não viam que, se não houvesse chão, eles não mais viveriam.
Não é difícil de supor o fim dos moradores de Prantes, mas dou-lhe a dica: todos vagaram por algum tempo pelo espaço, após disputarem até o último grão de terra de seu planeta. Não duraram muito por não terem o que comer e hoje são extintos, restando deles apenas esta história, a qual nos demonstra que o fato de destruir aquilo que é natural do planeta sem repor leva o povo à ruína, a qual eu torço que demore a alcançar a Terra.