A Cidade Transversal - Parte III - Encontros

(Delta Flyer, Cap. Summers, 2410.2905.2122)

A nave seguia para o local que fora designado. A Jagd Terselôna é uma das muitas Jags que existem no espaço conhecido na Federação em Aquarius. De acordo com os dados que foram retirados de Ravish, graças ao Tenente Hawking, especialista em assuntos antigos, as Jagds foram os grandes campos de batalha espacial entre os Zadows e os Antigos. Os resultados foram tão desastrosos que uma forma de nuvem eletromagnética de altíssima potência foi criada ao redor destes locais, obrigando as naves estelares se desviarem deste espaço ou modificarem os seus cascos para suportar as grandes descargas eletrostáticas que ali perduram. Doze eram as Jagds que estavam sendo pesquisadas pela Frota Estelar naquele momento, e a de maior interesse, naquele momento, era a Jagd Yact, no qual Summers nada sabia a respeito.

Mesmo no espaço Pacificador soube destas Jagds e de como coexistem com o espaço normal a longo tempo. Diz-se, ainda, que elas funcionam como a Expansão Typhoon e a Expansão Délfica, isto é, um espaço dentro de um espaço. Assim demostrando como os Zadows e os Antigos eram duas das raças mais poderosas conhecidas pela Federação.

E Summers ficou imaginando sobre os Alterrans, como eles seriam e como reagiriam ao saber que... não, não deveria imaginar aquilo e não teria respostas para tanto. O que aconteceu no passado, no passado deve ficar e não seria ele que teria ou daria respostas para os outros dos eventos que lá permenaceram.

A Jagd Terselôna ficava a 200 anos-luz da Deep Babylon, então a viagem, por si só seria bem curta e não muito estressante, mas a voz continuava a incitá-lo em chegar por lá o mais rápido possível, pois o tempo urgia. O seu coração e sua alma diziam a mesma coisa, repetindo o que aquela voz dizia e, até mesmo, amplificando tal desejo.

Só gostaria de trazer alguém consigo. Uma pessoa para ajudá-lo nestas horas mais nefastas.

Então uma espécie de luz invadiu toda a Delta Flyer. Ele segurou um phaser com força e mirou para onde quer que tal ataque venha.

Voz: "Não precisamos nos enaltecer." -- Disse a voz, bela, suave, com um gosto agridoce, um cheiro leve como manga invadiu toda a nave. "Você sabe bem disso."

Uma forma começava a surgir a sua frente. Num primeiro momento achou que fosse um Q querendo fazer das suas, mas, em seguida, soube por si só que os Q's não eram tão enfeitados.

Voz: "Estou ficando na forma que o seu cérebro possa conceber de melhor monta." -- Respondeu. "Se eu aparecesse da forma que eu realmente sou, provavelmente a sua mente se seria estraçalhada."

Summers: "Muitos outros já disseram isso, e por menos ficaram pior que suas palavras." -- Falou e as bravatas não eram vãs. Realmente aquele homem já havia ouvido e sentido de tudo e se morrer fosse parte do processo para entender o que lhe passava na sua mente, que assim o fosse.

Voz: "Nunca seres mortais falam com tanta força e resolução, na verdade só alguns outros de outros universos, como já nos relataram certa vez um yanovan e os guardiões de nossos estimados elfos e, até mesmo, um ser da sua raça, deturpado pela sua própria ciência. Ficamos gratos e felizes por vocês serem aquilo que sempre pensávamos que seriam. Nossa terceira evolução, pena que as nossas falhas e as falhas de nossos pais teimam em persistir." -- A voz havia ficado pesarosa. A frente de Summers um corpo feminino e um outro masculino começavam a se formar.

Summers: "Dois?"

Voz: "Chame-me de Lilandra. O meu companheiro, pode chamá-lo de Jacob, se assim o agrada, como podemos ver na sua mente." -- E os corpos começaram a ficar bem formados. Ela tinha uma pele morena clara, olhos verdes mel e um cabelo ruivo que mudou, instantaneamente para uma espécie de azul escuro porque soube, na hora, como o homem mortal ficara ofendido com aquela visão e o seu companheiro apareceu com uma aparência de um negro, com os cabelos rentes a cabeça, grisalhos e uma barba também branca, dando-lhe uma aparência de sábio. Os dois vestiam roupas claras que mudavam de cor dependendo do ângulo de visão de Summers. "Esperamos que estejamos de acordo com a sua espécie."

Summers: "De acordo com o que está na minha mente não é? Por que, a priori, você estava prestes a se transformar numa antiga parente minha, para me reconfortar, mas sentiu que aquilo era um insulto a minha pessoa, pois a minha família estimo muito. E sabiam que as minhas ameaças não eram vãs, mesmo para seres tão poderosos como vocês." - Disse num único respirar e continuou. "E sabem que existem outros seres de olho em tudo o que fazem. Tentando puxar os fios certos para que, do lado de vocês, o começo, tenha um fim. E, para ajudá-la, este outro ser fixou-se num homem a quem muito confio e no qual devo a minha vida a ele, meu professor de navegações da Academia da Frota Estelar, Jacob Orwell, um velho sábio, de acordo com o que eu imaginava a época." - Falou observando-os friamente.

Lilandra: "Bravo, Daniel, bravo, não é de imaginar o porque Solaris escolheu a você e a sua tripulação. E como alguns, como Jacob, duvidavam de tal escolha. Bravo." -- E sorriu. "Sim, nós estamos nesta forma para melhor agradá-lo e sim nós sabemos qual caminho você vai seguir, impreterivelmente, sem volta, sem chance de escolha. E também sabemos o porque é tão temido, mesmo que você mesmo não saiba o porque."

Summers: "E, porque, então, afinal vocÊs estão aqui? Só para certificar que estou indo para o caminho certo da minha ruína?"

Jacob: "Não completamente..." -- E apontou para uma das 4 cadeiras que existiam na "ponte de comando" da Delta Flyer. "Podemos?" -- Summers apenas assentiu com a cabeça. "Obrigado. Queremos apenas tentar entender a escolha de Solaris."

Summers: "O que é Solaris afinal?"

Lilandra: "Não tente entender Solaris, Daniel, nós também pouco entendemos. Só sabemos que Solaris é uma gigantesca e solidária alma que existe neste tempo e neste espaço para ajudar os muitos perdidos a encontrarem o caminho. O seu verdadeiro caminho."

Summers: "Esperem um pouco, vocês não entendem Solaris, vocês não criaram ele?"

Jacob: "Muitas das maravilhas que você vê por aí, Capitão, não são obras nossas. São dos nossos antepassados. Eles queriam atingir um nível de poder, conhecimento e sabedoria nunca visto antes, até agora, nesta Galáxia ou na sua galáxia e Solaris é uma destas obras. A inteligência de Solaris é algo que ultrapassada no nosso entendimento, seja neste plano mais baixo da existência ou seja no mais alto, como o nosso. Nem Q, nem Zadow, nem Forasteiro, nada que tocou Solaris, a não ser talvez os Alterrans, sabe o porque dele. Mas se você está aqui é porque tens um propósito. Assim como os tripulantes da Phoenix e quase todos da USS Bishop. Um dia, no fim de tudo, todos se lembraram o que Solaris suspirou como poesia em seus ouvidos e como ele lhes tocou a alma." -- Explicou.

Lilandra: "E é a partir deste momento que as escolhas começam a fluir. Você, igual aos outros, foi escolhido por Solaris, tocado e levado em frente, mas com a diferença que Solaris, até vimos, já sabia que outros o haviam escolhido e que um racha existe dentro de si. Até aonde isso vai lhe levar é o que queremos saber."

Summers: "E como vão saber?"

Lilandra: "Quando você encontrar o sábio. Ele se encontra em Caradum-pharn, o terceiro planeta da Jagd Terselôna, lá você encontrará as respostas que a sua mente imortal precisa."

Summers: "E porque diabos vocês não me ajudam?"

Jacob: "Há nós não é permitido interferir com os assuntos dos mundanos."

Summers: "Mas estão fazendo agora, me indicando o que fazer..."

Lilandra: "Somos como um velho numa estrada deserta. Apenas estamos indicando uma direção que você deseja ir, nada mais. Boa sorte Daniel, você vai precisar de toda ela."

E os dois seres começavam a sumir da mesma forma que apareceram.

Lilandra: "Lá em Caradum-pharn uma grande resistência você poderá encontrar, mas uma alma caridosa lhe ajudará a chegar no fim, mas as escolhas serão difíceis. Como sempre o são. Adeus."

E a Delta Flyer continuava em seu caminho.

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Para as outras partes acessem o meu perfil. Atualmente estamos na sexta parte.

Daniel Chrono
Enviado por Daniel Chrono em 09/09/2010
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2487227
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