Natureza Humana.
Ela ainda sentia a terra árida que perpassava por seus dedos. Dali, num ponto distante na Galáxia conhecida como Aquário, a um pouco mais de 7 bilhões de anos-luz da Via Láctea, eles estavam no que, até onde sabiam, era o berço inicial da humanidade.
Mas todo o planeta parecia apenas como uma grande bola de areia. Não havia quaisquer evidências de que houve vida por ali, mas os mapas estelares, os arquivos Antigos, e muitos outros elementos dizem o contrário.
- O que será que houve aqui? - Ela acabou se perguntando e, em seguida, se virou para um dos seus companheiros de viagem. - Viajamaos bilhões de anos-luz para chegar num planeta completamente morto. - Concluiu jogando o resto da areia que estava em suas mãos no chão. - Mas que merda...
O outro fazia uma análise espectral em toda a banda para tentar encontrar vida, seja carbonica, seja nitrogenada, seja silica, mas nada, quaisquer tipos de formas de vida conhecidas não eram encontradas por lá. O planeta estava realmente, e completamente, estéril.
- Desde que encontramos os primeiros vestígios que os humanos não se desenvolveram na Terra, de fato, que somos um cruzamento com uma outra raça... - Ela quase não conseguia falar devido o desgosto que sentia agora em sua alma, pois, por anos, ficou a pesquisar o verdadeiro elo perdido entre os humanos e os macacos, aquilo que realmente separava a humanidade das outras espécies de hominideos e, talvez, isto explicasse o porque que muitas outras espécies humanoides se pareciam tanto com os seres humanos. - E ao chegarmos aqui, nada! Simplesmente areia e umas pedras.
O seu companheiro continuava em silêncio, parecia, agora, ter encontrado alguma coisa e começara a desenterrar algo, juntamente com outras duas pessoas que estavam naquela expedição.
- Milhões de ciclos nos separam deles. Nos dão todas as pistas. Os Portais dimensões, colônias em pontos distantes na Via Láctea, inimigos aterradores e até mesmo uma estação espacial feita por eles perto de um buraco negro. Analisamos todos os dados... - Se virando para um outro lado e se recostando contra uma pedra. Ela, por vezes, sorria sarcasticamente e o tom na sua voz era de profunda tristeza. - E o que encontramos é isto... areia, pedra e nada.
O grupo havia retirado uma espécie de caixa metálica, parecia que a mesma estava completamente funcional e começou a transmitir uma mensagem. Eles já haviam traduzido, em parte a linguagem antiga.
Depois de um certo tempo, entre o resmungo da moça e o video que os outros haviam assistido. O seu companheiro tocou-lhe o ombro e mostrara uma imagem que conseguira retirar do aparelho.
Ela olhou incrédula e ele, por fim, disse: - Esta é a natureza humana.
Na imagem bombas nucleares explodindo uma das muitas cidades que ali existiam.