Projeto Cidade Tranversal: O Corredor do Longo Beijo
O vento sussurra lentamente entre as muitas ruelas da Cidade Transversal. Delas surgiam tantas construções quanto concebíveis por qualquer consciencia, seja humana, seja alien, seja uma forma de energia que parece uma bolha de sabão que voa a sua frente enquanto você está tomando banho. Ali era o lugar de espiar os seus pecados. De epifanias, de sentir o que lhe falta em sua vida ou de como a mesma poderá acabar. São tantos momentos, muitos e que somente você pode controlá-lo, a seu dispor ou não.
Os prédios da cidade, vários deles não são possíveis de descrever porque de sua concepção, de tão alienigina, uma mente simplória humana simplesmente não os vê. Eles existem, estão lá, mas somente depois de muito encará-los é que o nosso cérebro começa a traduzir para uma reles imaginação humana o que é aquilo.
Mas isto é o de menos e que não convem aqui relatar, pois o que estamos presenciando é uma perseguição. Um homem, ou alguém que assim parece ser um homem, está armado e corria atrás de uma mulher, ou, pelo menos, era assim que também ela se apresentava. O vento era frio e cortante e atrapalhava aos dois correrem naquela ruela em particular e relativamente mal iluminada, apesar da cidade ser bem iluminada em vários pontos.
O motivo da perseguição? Não era bastante claro até que os dois se encontraram no final da ruela que se revelou um verdadeiro beco sem saída para ambos. E lá estavam eles e, assim, segue o relato da conversa dos dois e os eventos que ocorreram a partir daquele momento.
- Então… o que você está esperando? Atire seu escroto. Atire agora! - E se virou para frente com os seus olhos cor de mel chorosos. - Não vai fazer o que veio fazer?
O homem observou-a e nada disse.
- Não vai fazer nada depois de me perseguir por quase toda a cidade? Vai ficar aí só me olhando? Seu covarde.
Ele dera um tapa com toda a força na face daquela mulher, fazendo-a quase cair ao chão, mas antes que isto acontecesse ele a segurou por sua cintura e, em seguida, sorriu para ela. Sorriu de forma maliciosa e incongruente com a cena que ali se passava.
- Desde muito tempo eu anseio por isso. - disse com uma voz gultural. - Você me persegue em sonhos e sua voz suave me enlouquece e, agora, que te encontrei a minha única ânsia é matá-la, destruir tudo o que você é para que, assim, suma da minha vida. Este lugar é onde você está. - E apontou para a cabeça dele. - Quando eu cheguei aqui eu sei que foi criada com o único proposito do meu próprio erro.
- Eu não fui criada… nunca… jamais. Eu sou Pris Karavis e estou viva até ser puxada para cá. Eu não sou fruto da imaginação de alguém. você que está ficando louco. Completamente louco.
- Diga o que quiser - E beijou-a enlouquecidamente.
Ao redor deles o tempo estava diferente se comparado em outra parte da Cidade Transversal, mas uma fina neve começou a cair dos céus e parecia que o tempo parara. Aos que passavam por ali tudo o que eles observavam era uma estátua de duas pessoas beijando-se longamente.
E aquele lugar foi conhecido como O Corredor do Longo Beijo.