OS INVISÍVEIS - PARTE 6
– O que vamos fazer com este idiota aqui? Falou Hélio apontando para o russo ainda no chão.
– Vou ligar para o coronel Tobias. Vamos algemá-lo e eles virão buscá-lo. Depois nossos agentes se encarregarão dele.
Neste momento Hélio virou-se e deu de cara com Patchenko avançando empunhando uma faca na mão direita.
– Hora! Hora! Temos visitas. Falou Hélio tomando posição para defender-se.
– De quem você está falando? Não há ninguém aqui! Perguntou Raiska que não estava vendo nada.
– Ele também está invisível. Só eu posso vê-lo. Proteja-se. Falou para Raiska enquanto os dois rodopiavam. Hélio tentando esquivar-se e Patchenko tentando acertá-lo com a faca. Raiska apenas ouvia o barulho dos dois e nem podia arriscar-se a interferir. Hélio conseguia esquivar-se e em uma manobra rápida soltou o pé passando uma rasteira em Patchenko que perdeu o equilíbrio e desabou sobre um ferro de construção que saia do chão. Patchenko caiu com as costas sobre o ferro e a cena que se seguiu foi horrível. O objeto atravessou seu tórax logo abaixo das costelas e Patchenko lutava desesperado para livrar-se. Mas a dor era insuportável. Hélio calmamente sacou sua arma. Patchenko com grande dificuldade balbuciou.
– Me dê a arma. Eu mesmo faço isso. Patchenko sabia que estava perdido e só tinha uma coisa a fazer. Então Hélio entregou-lhe a arma. Com a mão trêmula ele a levou ao ouvido e disparou. Aos poucos seu corpo foi se revelando e finalmente Raiska pode vê-lo.
– Olhe! O efeito está desaparecendo. Falou ela mostrando a Hélio.
– É! Eu cada vez mais me convenço de que esta experiência ainda precisa de muita pesquisa.
– Bem! Parece que causamos uma baixa considerável na turma deles.
– Você foi ótimo, conseguiu com uma simples rasteira liquidar um dos mais temíveis agentes deles. Nós já perdemos 3 bons agentes em suas mãos.
– Agora falta Lourdes. Lembrou Hélio.
– Enquanto você lutava eu falei com o Tobias e passei as coordenadas. Agora é com ele, vamos para o hotel. Estou louca por um banho quente. Mas antes pegue o celular do Patchenko. Eles ainda não sabem de sua morte e devem usar um sistema de mensagens para driblar as escutas e gravações telefônicas.
Claro que o banho foi algo muito especial. Raiska se divertia com a escultura oca na banheira e a noite foi algo de espetacular. Finalmente exaustos preparam-se para dormir. Hélio sentia a respiração de sua companheira junto ao pescoço e sentiu a necessidade de conversar sobre a situação.
– Hélio! Eu gosto muito de você, mas nossas carreiras não permitem uma vida conjugal normal. Acho que será melhor mantermos nosso relacionamento restrito aos momentos que passamos juntos em ação.
– Para mim está ótimo! Desde que eu a tenha!
Estavam já quase dormindo quando o celular tocou. Era o coronel Tobias. Raiska atendeu e Hélio meio entre acordado e dormindo só percebia um murmúrio. Quando Raiska desligou ele perguntou.
– E daí?
– Lourdes foi presa em um restaurante da Protásio. Estava com um Iraniano suspeito de envolvimento com a Al Caida. Mas não terminou. A tal bomba deve estar em algum lugar ou a caminho do alvo. Deve haver mais gente envolvida.
Na manhã seguinte, uma das primeiras providências foi examinar o celular de Patchenko. Com efeito havia uma mensagem. “ Tome o voo 649 para Los Angeles, a DLX viaja neste voo. O agente na poltrona 7 entrará em contato somente no destino. X490077”.
– O número ao final deve ser a senha. Falou Raiska.
– O que vamos fazer? A moto viaja no mesmo vôo, deve ter a bomba no tanque ou o detonador.
– Este avião fará escala em São Paulo. Vamos interditá-lo lá. Vamos pegar o FX4 e chegaremos bem antes deles. Aqui não dá para fazer nada o vôo deve sair as 9.00 h. Voltaram para o hangar da base aérea de Canoas e de lá alçaram vôo. 30 minutos depois estavam descendo em São Paulo.
Um aparato militar aguardava a descida do avião. Estranhamente o comandante da operação recebeu ordens expressas de entregar a Raiska a moto sem fazer perguntas.
Obviamente a bomba estava invisível e não poderiam correr o risco de expor o segredo. Hélio muniu-se de ferramentas adequadas e tratou de abrir o tanque que estava envolto com uma camada de adesivo e na verdade abria-se para os lados.
– Nossa! Tem C4 aqui para explodir dois Pentágonos. O detonador também está aqui, mas está desativado. Acho que antes de explodir, pretendiam fazer alguma exigência.
– Bem! Desmontamos o plano deles. Falou Raiska. Agora precisamos pegar o cabeça, mas acho que não será difícil. O agente da poltrona 7é Rachid Al Sahib. Um muçulmano envolvido também com a Al Caida. Ele abrirá o bico. Além disso, temos Lourdes sob custódia.
No interrogatório, Rachid limitou-se a dizer que recebia ordens diretas de Patchenko. Não tinha conhecimento de quem dava as ordens. Sabia apenas que Patchenko referia-se à “O Condor”. Chegando a vez do interrogatório de Lourdes, ela pediu para ficar a sós com Raiska.
–Quem é o Condor? Perguntou Raiska.
– Não sei! Eu recebia ordens de uma mulher. Uma prostituta de luxo que comanda uma rede de prostituição. Ninguém no grupo sabe quem é ele. Ela apenas repassava as ordens. Ela opera a partir de uma casa de massagens no centro de São Paulo. A casa Chama-se Blue Moon Pardise. Patchenko me passou a informação porque eu deveria receber ordens diretas dela nesta operação.
Raiska prometeu interceder junto a corte marcial pelo fato dela ter colaborado com a investigação. Reuniu-se depois com Hélio para traçar um plano de ação. Tinha certeza de que o Condor era do alto escalão. Somente uma pessoa com muito poder teria acesso às dependências da base militar. Era a vez de Hélio entrar em ação.
CONTINUA