ERA UMA VEZ, NAS TERRAS DOURADAS DO EGITO, UM LUGAR ONDE O CÉU E A TERRA SE ENCONTRAVAM NO BRILHO INTENSO DE UM DEUS PODEROSO. ESSE DEUS ERA RÁ, O DEUS DO SOL, QUE TODOS OS DIAS SUBIA AO CÉU MONTADO EM SUA GRANDE BARCA DOURADA.

RÁ TINHA DUAS BARCAS MÁGICAS: A MANDJET E A MESEKTET. CADA UMA TINHA UMA MISSÃO ESPECIAL, E CADA UMA LEVAVA RÁ A LUGARES MÁGICOS E MISTERIOSOS. A MANDJET, A BARCA SOLAR, ERA DOURADA E BRILHANTE, FEITA DE UM METAL TÃO FORTE QUE NUNCA ENFERRUJAVA. ELA NAVEGAVA PELO CÉU, LEVANDO RÁ POR TODO O DIA, ENQUANTO ELE ILUMINAVA O MUNDO COM SUA LUZ QUENTE. TODOS OS SERES VIVOS OLHAVAM PARA O CÉU E AGRADECIAM A RÁ PELA LUZ QUE DAVA VIDA ÀS PLANTAS E AQUECEU OS CORAÇÕES DAS PESSOAS.

MAS, AO CAIR DA NOITE, A MANDJET SE PREPARAVA PARA RETORNAR AO HORIZONTE. E ENTÃO, A MESEKTET, A BARCA DO SUBMUNDO, SE APROXIMAVA. ERA UMA BARCA MISTERIOSA, DE COR ESCURA E COM VELAS VERMELHAS QUE BRUXULEAVAM COMO SE ESTIVESSEM ACESAS POR CHAMAS MÁGICAS. ERA A MESEKTET QUE LEVAVA RÁ PARA AS PROFUNDEZAS DO MUNDO, ONDE ELE PASSAVA A NOITE EM UM LONGO E MÁGICO PASSEIO. NESSE CAMINHO, ELE ENFRENTAVA MONSTROS E SOMBRAS, MAS SEMPRE VENCIA, PORQUE SEU PODER ERA IMENSO.

UMA TARDE, NO MEIO DE UMA GRANDE TEMPESTADE, UMA JOVEM MENINA CHAMADA AMIRA OLHOU PARA O CÉU E PERCEBEU ALGO DIFERENTE. ELA VIU AS DUAS BARCAS — A MANDJET E A MESEKTET — NO CÉU AO MESMO TEMPO! ISSO ERA IMPOSSÍVEL, PENSOU ELA. AS BARCAS NUNCA CRUZAVAM NO CÉU. "O QUE SERÁ QUE ESTÁ ACONTECENDO?" PERGUNTOU-SE A MENINA, COM OS OLHOS CHEIOS DE CURIOSIDADE.

AMIRA, QUE SEMPRE SE SENTIA EM PAZ QUANDO OLHAVA PARA O SOL, DECIDIU QUE PRECISAVA DESCOBRIR O SEGREDO DAS BARCAS. ELA CORREU ATÉ A COLINA MAIS ALTA DA ALDEIA, ONDE A VISTA DO CÉU ERA CLARA E AMPLA. QUANDO CHEGOU LÁ, ELA VIU ALGO SURPREENDENTE: A MANDJET ESTAVA PARANDO NO CÉU E A MESEKTET ESTAVA COMEÇANDO A DESCER LENTAMENTE.

DE REPENTE, UMA LUZ DOURADA BRILHOU NA FRENTE DELA, E AMIRA OUVIU UMA VOZ SUAVE E PROFUNDA, COMO O VENTO PASSANDO PELAS PALMEIRAS.

— AMIRA, VOCÊ VIU O QUE NÃO DEVERIA VER — DISSE A VOZ. ERA A VOZ DE RÁ. — MAS VOCÊ É CORAJOSA, E POR ISSO VOU LHE CONTAR UM SEGREDO. AS BARCAS NÃO SÃO APENAS MEIOS DE TRANSPORTE, ELAS SÃO GUARDIÃS DO CICLO DA VIDA. A MANDJET TRAZ A LUZ, MAS É A MESEKTET QUE A GUARDA NO CORAÇÃO DA NOITE. AMBAS SÃO NECESSÁRIAS PARA QUE O MUNDO CONTINUE EM EQUILÍBRIO.

AMIRA FICOU EM SILÊNCIO, MARAVILHADA, ENQUANTO OBSERVAVA AS BARCAS DANÇAREM NO CÉU. ELA SENTIU UMA PAZ PROFUNDA, COMO SE O PRÓPRIO SOL ESTIVESSE FALANDO DIRETAMENTE COM SEU CORAÇÃO.

RÁ CONTINUOU, COM UM SORRISO EM SUA VOZ.

— A MANDJET TRAZ O CALOR E A VIDA, MAS É A MESEKTET QUE PREPARA O MUNDO PARA O NOVO AMANHECER. UMA NÃO PODE VIVER SEM A OUTRA. QUANDO O SOL SE PÕE, A NOITE COMEÇA, E A MAGIA DA MESEKTET GARANTE QUE O CICLO COMECE DE NOVO. EM CADA FIM, HÁ UM NOVO COMEÇO.

AMIRA SORRIU E SENTIU QUE, NAQUELE MOMENTO, COMPREENDIA ALGO MUITO MAIOR DO QUE NUNCA IMAGINARA. A LUZ E A ESCURIDÃO ERAM AMIGAS, ASSIM COMO O DIA E A NOITE. E, ENQUANTO AS BARCAS CONTINUAVAM SUA JORNADA, ELA SABIA QUE O MUNDO ESTAVA EM PERFEITA HARMONIA.

A PARTIR DAQUELE DIA, AMIRA SEMPRE SUBIA À COLINA AO ANOITECER, PARA VER O SOL DESAPARECER ATRÁS DAS MONTANHAS. ELA SABIA QUE, ENQUANTO AS BARCAS DO SOL NAVEGAVAM PELOS CÉUS E PELO SUBMUNDO, A MAGIA DA VIDA SE RENOVAVA A CADA CICLO, TRAZENDO COM ELA A PROMESSA DE UM NOVO AMANHECER.

E ASSIM, AS BARCAS SAGRADAS DE RÁ, A MANDJET E A MESEKTET, CONTINUARAM SUA JORNADA SEM FIM, LEVANDO O DEUS DO SOL POR CÉUS E TERRAS, EM UMA DANÇA ETERNA DE LUZ E SOMBRA, VIDA E DESCANSO, SEMPRE EM EQUILÍBRIO.