A SEREIA E O MARINHEIRO

 

Nas águas turbulentas de um mar distante navegava

um marinheiro solitário, triste, ferido

com uma vida que lhe escapava das mãos.

 

De repente, escutou o canto de uma sereia despreocupada.

Feliz, seu encantamento o encantou e fizeram um mar de amor.

 

Ela curou suas dores, afogou suas mágoas

deu-lhe esperanças nas águas claras daquele mar

lhe deu amor e se amaram.

 

Fizeram dos dias um universo de felicidade

de mãos dadas, com a promessa de um futuro só deles.

Enquanto o sol brilhava, se deitaram ao sol.

 

Na calmaria das marés de uma ilha secreta

ela cantava seu canto, ele contava seus contos,

a solidão já não existia.

 

Ele tinha a ela e os versos que juntos faziam.

Ela tinha o seu amor e as rimas que a ele fazia.

 

Ele a chamava de "sereia", seria a sereia dele para sempre.

Porém, um dia a tempestade veio com força, trazendo centenas

de sereias, que juntas cantaram e o carregaram para longe.

 

Ele volátil, perdeu o leme e o norte, ela perdeu seu amor.

Os dias se fizeram noite, as noites não terminavam.

 

Nunca mais viu os olhos daquele marinheiro

nem as mão que as suas soltaram

tampouco viu, as rimas que um dia tanto rimaram.

 

Vagou pelas areias à espera que voltasse,

mas ele jamais se importou, jamais voltou.

 

Cantou o lamento mais triste,

que foi ouvido por todos os mares.

Feriu, se feriu, gritou, até silenciar.

 

O tempo passou, o mar serenou

até que o seu canto foi ouvido por outro

marinheiro que não acreditava em sereias.

 

Ele a pegou no colo, curou suas feridas,

afagou sua alma, sem nada pedir em troca.

 

Trazia perfume no olhar, amor no coração

e trouxe paz a quem tanto chorou.

 

A sereia voltou a sorrir, a cantar

no mar que escolheu para viver.

- E, mais uma vez o amor se fez!...

Fim...

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Lucas Louis Neville Grauthier
Enviado por Lucas Louis Neville Grauthier em 11/08/2023
Código do texto: T7859161
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