O Sapato de Luzia
O sapato fugia do pé da artista.
Ela tentava calçá-lo e não conseguia.
Estava na hora de entrar no palco e o microfone já anunciava: Luzia Marques.
Luzia tentava pegar o sapato na coxia, mas era impossível, quando ela se aproximava, de novo, ele fugia, fugia.
Ninguém viu quando o sapato entrou no palco, nem mesmo Luzia.
Correu pelas laterais e se sentou em uma poltrona na platéia. Acomodou-se confortavelmente, sozinho sem o seu par.
Queria ver Luzia atuar, aplaudir, cantar com ela.
O tempo passava, o microfone voltou a anunciar: Luzia Marques.
Sem outra saída, Luzia teve que entrar com o pé direito descalço. A plateia aplaudia, assoviava.
Luzia agradeceu, sentou-se, pegou seu violão e cantou, tocou, declamou.
O sapato pulava, aplaudia e só não cantou com ela porque não queria ser descoberto e retirado de lá.
Na euforia da apresentação, dos aplausos entre uma música e outra, Luzia nem lembrou mais do pobre sapato, fã que ela nem sabia ter, e que vivia a seus pés em varias apresentações. Luzia sempre dizia que aqueles sapatos verdes lhe davam muita sorte.
Com o pezinho descalço, hora no chão e hora no ar, Luzia tocava e cantava como nunca. O teatro lotado, mais de seiscentas pessoas. E todas elas olhavam intrigadas para o delicado pé da artista.
Seria joanete, calo, verruga, olho de peixe, frieira? – pensavam e até cochichavam.
O pezinho bem feito, esmalte clarinho, marcava o compasso da música.
Mais de uma hora se passou. O espetáculo foi dos maiores ocorrido naquele teatro nos últimos anos.
O coração de Luzia pulsava forte, o público aplaudindo de pé. Um aplauso diferente se fez ouvir naquele dia. Um toc toc ritmado combinando com os aplausos. Na hora do bis então o toc toc entoou com mais vigor. E ficou bonito! Ninguém conseguia saber de onde vinha aquele som, mas podiam ouvir e até sentir, como se fosse um coração ligado a um potente microfone.
Quando tudo terminou, o publico saiu devagar como se estivesse a espera do segundo bis. Luzia foi a coxia pegar sua bolsa e lá estava o seu sapato, no chão, esperando por ela.
Não fugiu, nem se movimentou. Não podia, estava com o salto quebrado, todo esfarelado sem nenhuma condição de uso.
Luzia entristeceu. Não poderia mais calçar aquele par de sapatos que havia ganhado de sua bisavó, fazia dois anos, alguns meses antes dela falecer. O sapato era verde, ela até nem tinha gostado muito daquela cor para sapato, mas assim que o colocou nos pés, a sensação que teve foi algo tão mágico que ficava difícil não usá-lo em todas as suas apresentações.
Nota:
O nome da artista:
Luzia Marques, é meu presente de aniversário para minha querida irmã que faz aniversário no dia do nascimento deste conto, e ela também teve um par de sapatos verde .
Ela tentava calçá-lo e não conseguia.
Estava na hora de entrar no palco e o microfone já anunciava: Luzia Marques.
Luzia tentava pegar o sapato na coxia, mas era impossível, quando ela se aproximava, de novo, ele fugia, fugia.
Ninguém viu quando o sapato entrou no palco, nem mesmo Luzia.
Correu pelas laterais e se sentou em uma poltrona na platéia. Acomodou-se confortavelmente, sozinho sem o seu par.
Queria ver Luzia atuar, aplaudir, cantar com ela.
O tempo passava, o microfone voltou a anunciar: Luzia Marques.
Sem outra saída, Luzia teve que entrar com o pé direito descalço. A plateia aplaudia, assoviava.
Luzia agradeceu, sentou-se, pegou seu violão e cantou, tocou, declamou.
O sapato pulava, aplaudia e só não cantou com ela porque não queria ser descoberto e retirado de lá.
Na euforia da apresentação, dos aplausos entre uma música e outra, Luzia nem lembrou mais do pobre sapato, fã que ela nem sabia ter, e que vivia a seus pés em varias apresentações. Luzia sempre dizia que aqueles sapatos verdes lhe davam muita sorte.
Com o pezinho descalço, hora no chão e hora no ar, Luzia tocava e cantava como nunca. O teatro lotado, mais de seiscentas pessoas. E todas elas olhavam intrigadas para o delicado pé da artista.
Seria joanete, calo, verruga, olho de peixe, frieira? – pensavam e até cochichavam.
O pezinho bem feito, esmalte clarinho, marcava o compasso da música.
Mais de uma hora se passou. O espetáculo foi dos maiores ocorrido naquele teatro nos últimos anos.
O coração de Luzia pulsava forte, o público aplaudindo de pé. Um aplauso diferente se fez ouvir naquele dia. Um toc toc ritmado combinando com os aplausos. Na hora do bis então o toc toc entoou com mais vigor. E ficou bonito! Ninguém conseguia saber de onde vinha aquele som, mas podiam ouvir e até sentir, como se fosse um coração ligado a um potente microfone.
Quando tudo terminou, o publico saiu devagar como se estivesse a espera do segundo bis. Luzia foi a coxia pegar sua bolsa e lá estava o seu sapato, no chão, esperando por ela.
Não fugiu, nem se movimentou. Não podia, estava com o salto quebrado, todo esfarelado sem nenhuma condição de uso.
Luzia entristeceu. Não poderia mais calçar aquele par de sapatos que havia ganhado de sua bisavó, fazia dois anos, alguns meses antes dela falecer. O sapato era verde, ela até nem tinha gostado muito daquela cor para sapato, mas assim que o colocou nos pés, a sensação que teve foi algo tão mágico que ficava difícil não usá-lo em todas as suas apresentações.
Nota:
O nome da artista:
Luzia Marques, é meu presente de aniversário para minha querida irmã que faz aniversário no dia do nascimento deste conto, e ela também teve um par de sapatos verde .