Evangelina Angélica e seu guarda-chuva
Estória já existe, há muitos anos. Deve ter até entrado para a história, ou pelo menos era assim naquele livro escolar "As mais belas histórias", quarto ano primário, autores vários:
Evangelina e sua irmã haviam sido convidadas para uma festa, daquelas em que se serviam bolachas, biscoitos, pastéis, caramelos, e até balas de anéis. Contavam os dias, as horas e os minutos para lá estarem com a meninada. Mas a maçada foi que no dia da festa, ora esta!, a irmãzinha de Evangelina, cadê o nome pra menina, de cama caiu, e de sair a zelosa mamãe a proibiu!
Tava pra morrer de tristeza, mas de repente, numa surpresa, a pobre doente, teve idéia genial, que passou pra boa Evangelina, e coisa e tal.
E eis Evangelina na festinha provando de tanta guloseima gostosinha, mas lembrando-se da irmãzinha, ia botando cada metade no guarda-chuva!
Quando chegou o fim da festa todo mundo tava satisfeito, mas como ia chuviscando, voltar pra casa, de que jeito? Evangelina, com o guarda-chuva sob o braço, e já um certo cansaço, ia saindo já de mansinho quando a dona da casa chegou bem pertinho e foi logo falando, a medida
que seu guarda-chuva ia tomando: menina, pode lhe fazer mal essa chuvinha, por quê não abre logo o guarda-chuva? Quando a dona o abriu, tanto biscoito que caiu, todo mundo riu e de Evangelina o mundo ruiu.
Mas não foi em vão: a dona dela se compadeceu, seu gesto brusco reconheceu, levou a menina para dentro, confortou-a como pode e antes que acabe a estória, belo embrulho lhe fez, pediu desculpas outra vez e desejou melhoras à mana Inez...