Fonte de Imagem: Cheiro de Alecrim
"Um gesto de coragem te faz forte.
Um gesto de gentileza te faz nobre.
Um gesto de amor te faz único."
Dan Cezar - Danilo Cezar Rodrigues
Um gesto de gentileza te faz nobre.
Um gesto de amor te faz único."
Dan Cezar - Danilo Cezar Rodrigues
Celia, habituava ser altruísta, ou seja, pensava mais nos outros do que em si mesma,assim, todos que conheciam Celinha, carinhosamente denominada onde morava , só emitiam qualidades positivas : menina caridosa, criança solidária...
Assídua, sempre ia às aulas, e honrava o compromisso com a sua função em sala de aula.
Perceptiva, tomava consciência do mundo, em especial de tudo que pelos sentidos podia apreender: pelo sabor, pelo tato, pelo cheiro, pelo som, menos pela visão. Embora a necessidade especial, em nada mudasse o humor alegre da garota que vivia brincando, conversando e cantando.
Um dia, ao sair de casa, a caminho da escola, ouviu um miau de socorro, prontamente, ela aguçou mais os ouvidos, ajoelhou-se frente a um felino, e deu-lhe guarita enquanto chovia. Zélia, a moça que cuidava de Célia, perguntou a si mesma, assustada: Será que o fato de Celia perceber um animal que eu não vejo, é suficiente para justificar a existência do animal no imaginário dela, e mesmo fora da sua consciência? Inquieta, Zélia aguardou a chuva passar, abraçou a menina carinhosamente, conduziu até à escola, juntamente com o suposto gato, que Celia afirmava carregar no colo, com o intuito de cuidar até que seus responsáveis aparecessem para buscá-lo.
Nostálgica, na saída da escola, Celia conversou com um garoto , cujo nome Marcus, e entregou o gatinho enrolado em sua capa de chuva amarelinha, mas , ao retornar para casa, ficou com uma forte lembrança daquele gatinho, uma algia tomou a alma da menina, uma dor a fez retornar sozinha , sem que ninguém percebesse sua saída.
Horas, dias, semanas, ninguém sequer imaginava para onde teria ido a menina, que todos os dias sentava em uma pedra e entoava a Ave- Maria com voz estridente, às 18:00 horas, como se orasse com fé de adulto , consciente da vida que pedia a Deus, mas, nada pedia para ela, sempre para todos e todas que conhecia.
O olhar de Zélia foi ficando embaçado, tal qual o de Célia, e já não gotejava uma lágrima se quer, os pais, irmãos, familiares, vizinhos, espalharam por todos os lugares , anúncios, solicitando que devolvessem sua Chapeuzinho Amarelilnho, razão de toda alegria da família, principalmente de Zélia, cuidadora da garota desde o nascimento, quando perdeu a própria filha e o marido em um acidente.
Amábilis, a juíza da infância de menores e adolescentes de Poço Redondo, comovida não só com a dor dos familiares e amigos, mas com seu compromisso para com a causa alusiva aos menores, empenhou-se mais que podia para localizar Celia, mas, meses e anos passaram, e nada , nenhuma pista, Zélia, também não enxergou mais depois deste episódio, amanhecia sentada na cama da menina, recostada em seus travesseiros coloridos e macios, abraçada a uma boneca cheirosa e arrumada, o chamego de Celia.
Zélia rezava , orava, invocava, porém, até a voz foi sumindo aos poucos, não se ouvia mais Zélia discursando, como era comum, ao ponto de todos pedirem, menos Celia: "Cala a boca Zélia" .
Encontrou alento em seu mundo sub-humano, naquele quarto enfeitado, junto aos pertences da menina, longos anos ali, agora sendo tratada com todas as honras pelos pais e familiares de Celia. Lindamente arrumada, ela adormecia escutando as estórias que sempre contava a Celia, só que agora contada pela irmã mais nova de Celia. Infiltrou-se em um vazio tão grande que não teve cuidados médicos para tirar a moça da tristeza que mergulhou.
No dia do aniversário de Celia, Zélia partiu para o seu Paraíso, como costumava brincar, afirmando que lá encontraria com sua filha e o marido, agora também, a menina Celia. Nunca se tinha escutado, vivido uma história tão triste quanto esta, em Poço Redondo.
Hoje , a calmaria envolve as praças, as pessoas prestam mais atenção nos animais, nas pessoas, atendem necessidades umas das outras, são mais solidárias, o amor aumentou entre todos e todas.
Assídua, sempre ia às aulas, e honrava o compromisso com a sua função em sala de aula.
Perceptiva, tomava consciência do mundo, em especial de tudo que pelos sentidos podia apreender: pelo sabor, pelo tato, pelo cheiro, pelo som, menos pela visão. Embora a necessidade especial, em nada mudasse o humor alegre da garota que vivia brincando, conversando e cantando.
Um dia, ao sair de casa, a caminho da escola, ouviu um miau de socorro, prontamente, ela aguçou mais os ouvidos, ajoelhou-se frente a um felino, e deu-lhe guarita enquanto chovia. Zélia, a moça que cuidava de Célia, perguntou a si mesma, assustada: Será que o fato de Celia perceber um animal que eu não vejo, é suficiente para justificar a existência do animal no imaginário dela, e mesmo fora da sua consciência? Inquieta, Zélia aguardou a chuva passar, abraçou a menina carinhosamente, conduziu até à escola, juntamente com o suposto gato, que Celia afirmava carregar no colo, com o intuito de cuidar até que seus responsáveis aparecessem para buscá-lo.
Nostálgica, na saída da escola, Celia conversou com um garoto , cujo nome Marcus, e entregou o gatinho enrolado em sua capa de chuva amarelinha, mas , ao retornar para casa, ficou com uma forte lembrança daquele gatinho, uma algia tomou a alma da menina, uma dor a fez retornar sozinha , sem que ninguém percebesse sua saída.
Horas, dias, semanas, ninguém sequer imaginava para onde teria ido a menina, que todos os dias sentava em uma pedra e entoava a Ave- Maria com voz estridente, às 18:00 horas, como se orasse com fé de adulto , consciente da vida que pedia a Deus, mas, nada pedia para ela, sempre para todos e todas que conhecia.
O olhar de Zélia foi ficando embaçado, tal qual o de Célia, e já não gotejava uma lágrima se quer, os pais, irmãos, familiares, vizinhos, espalharam por todos os lugares , anúncios, solicitando que devolvessem sua Chapeuzinho Amarelilnho, razão de toda alegria da família, principalmente de Zélia, cuidadora da garota desde o nascimento, quando perdeu a própria filha e o marido em um acidente.
Amábilis, a juíza da infância de menores e adolescentes de Poço Redondo, comovida não só com a dor dos familiares e amigos, mas com seu compromisso para com a causa alusiva aos menores, empenhou-se mais que podia para localizar Celia, mas, meses e anos passaram, e nada , nenhuma pista, Zélia, também não enxergou mais depois deste episódio, amanhecia sentada na cama da menina, recostada em seus travesseiros coloridos e macios, abraçada a uma boneca cheirosa e arrumada, o chamego de Celia.
Zélia rezava , orava, invocava, porém, até a voz foi sumindo aos poucos, não se ouvia mais Zélia discursando, como era comum, ao ponto de todos pedirem, menos Celia: "Cala a boca Zélia" .
Encontrou alento em seu mundo sub-humano, naquele quarto enfeitado, junto aos pertences da menina, longos anos ali, agora sendo tratada com todas as honras pelos pais e familiares de Celia. Lindamente arrumada, ela adormecia escutando as estórias que sempre contava a Celia, só que agora contada pela irmã mais nova de Celia. Infiltrou-se em um vazio tão grande que não teve cuidados médicos para tirar a moça da tristeza que mergulhou.
No dia do aniversário de Celia, Zélia partiu para o seu Paraíso, como costumava brincar, afirmando que lá encontraria com sua filha e o marido, agora também, a menina Celia. Nunca se tinha escutado, vivido uma história tão triste quanto esta, em Poço Redondo.
Hoje , a calmaria envolve as praças, as pessoas prestam mais atenção nos animais, nas pessoas, atendem necessidades umas das outras, são mais solidárias, o amor aumentou entre todos e todas.
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