Delírios noturnos
Estamos numa noite negra e sombria. Do alto de um prédio de aproximadamente três andares, antigo como o Theatro São Pedro, pendurada pela pele a ganchos pendurados no arame que vai do topo do prédio ao chão, deslizei pelo ar e esguichos do meu sangue choviam na noite. Lá embaixo , centenas de sados observam meu vôo... Desço e quando chego, pelo gemido o enfermeiro de plantão sabe que exagerei e vai chamar o médico. O médico - personagem cadavérico saído de um sarcófago egípcio forrado de facas com seus gumes afiados voltados pra dentro... Ele sai de lá sorrindo e me diz: "exagerou de novo, hein..." e me aplica um analgésico e eu reclamo dizendo: "só um pouco... não muito...."