Um mito dos céus
Estava ali, sentado naquela colina, simplesmente por estar. O tempo estava nublado e o vento frio fazia seu coração bater mais forte, ele não entendia o porquê, mas aquele clima o agradava. Ao olhar para o céu a sua frente, via muitas nuvens cinza por toda parte.
Sua mente era criativa, as várias formas e tamanhos o animava, mas certa nuvem o chamou atenção, ela era grande e de um cinza forte, seu formato lembrava muito um dragão, daqueles Asiáticos que vemos em filmes, como lagartixas gigantes com suas varias cores que voam e soltam fogo pela boca.
Ele ficara tanto tempo ali, sentado, olhando para o alto, que começou a achar que estava vendo coisas. Aquela imagem gigante de vapor de água nos céus parecia ter vida, não parecia se mover como uma nuvem. Ele se levantou, esfregou os olhos e continuou observando aquilo, quando se deu conta que a tal nuvem estava se movendo em direção contraria ao vento, algo incomum para uma nuvem. Aquilo, no entanto não lhe assustava nem um pouco, pelo contrario, estava fascinado com aquilo de tal modo que não sabia o que pensar a respeito.
Com o passar do tempo, começou a chuviscar, estava tarde e o jovem tinha de voltar para casa. Ao pegar a sua bicicleta, olhou para trás querendo olhar uma ultima vez para aquilo, quando olhou para trás, não acreditou, aquilo que julgava ser uma nuvem, estava vindo do alto em sua direção com seus olhos azuis brilhantes.
Sem pensar duas vezes deu gás em sua bicicleta e desceu com tudo sem olhar para trás, ao chegar ao final da colina e olhar para o topo dela novamente, a fera tinha desaparecido. Virou então a cabeça levemente para frente com um ar de alívio e lá estava ela a sua frente o encarando, dava para sentir sua respiração forte. Ao se deparar com aquilo, se assustou e caiu no chão. O dragão por sua vez se manteve imóvel enquanto o jovem rapaz se esgueirava para trás tentando manter alguma distância.
Já estava chovendo, todo molhado e sujo de lama, ainda não conseguia acreditar no que seus olhos o dizia, aquela criatura mítica e majestosa, ali parada na sua frente. Ele queria acreditar, mas não podia, provavelmente estava dormindo ou delirando, afinal estava frio e ele estava sozinho, algo muito plausível.
O dragão emitiu um som, não parecia tão ameaçador, parecia mais um convite, não sabia como, só sabia que sabia. O garoto então se levantou e foi em direção ao dragão, quando o tocou, sentiu como se eles fossem um, era algo incrível e ele mal podia acreditar.
Fascinado por aquele sentimento nem prestou atenção quando a fera o mordeu pela camisa, quando se deu conta o dragão estava o segurando pela camisa enquanto corria muito rápido pelo vasto campo, e em uma fração de segundos saltou no ar e começou a voar.
O garoto estava assustado, mas a sensação de estar voando com um dragão era incrível.
O dragão começou a subir e o jogou para cima, fazendo com que o garoto caísse em suas costas. Enquanto continuava subindo rapidamente até passar do nível das nuvens, dava para ver o sol brilhando e embaixo um lindo tapete branco de nuvens.
Tudo parecia um sonho, era incrível a ideia de estar nas costas de um lendário dragão das nuvens, de qual o seu avó vivia contando historias.
Ao concluir seu pensamento, o dragão começou a descer rapidamente até o chão, assustado o garoto começou a ficar com medo.
O dragão ia tão rápido, estava em queda livre, ao se aproximar do chão o garoto se espantou, lá estava ele deitado em cima da colina. Antes que ele percebe-se o dragão atravessou seu corpo no chão e desapareceu.
O Garoto acordou e olhou para cima, o céu estava claro e sem muitas nuvens, tudo estava do jeito que ele deixou quando tinha chegado, não tinha como saber se era sonho ou realidade. Apenas dava para dizer que sempre haverá no que se acreditar.