O JARDIM DAS POESIAS

Ele estava imerso em seus pensamentos, mergulhando num oceano em que não se afoga e que também não se molha. O oceano enigmático das reflexões.

Passara por uma garota e não a notara. A garota muito triste ficou e sem entender nada, pôs-se a chorar: “Hoje ele não me olhou, porque será?”

Mas mal sabia ela que o poeta não o fizera por mal. Ele havia acordado assim naquela manhã, aliás, mal havia dormido, pois ficou até a noite transformar-se no quase cedo contando ás estrelas seus segredos. O vento havia passado em sua face e suspirado em seu ouvido algo que ele então não havia percebido: A garota! Ele então olhou para trás e a viu, muito triste a caminhar sem rumos pelo belo jardim da colina. O poeta então decidira-se: iria falar com ela. Enquanto ia a seu encontro, percebera as flores em pétalas multicoloridas e perfumadas. O aroma fazia com que aquela manhã se tornasse doce e gostosa. O vento balançava as folhas do velho flamboyant, que lutava contra as leis da natureza e a aspereza dos homens para manter-se vivo. Suas folhas verdes colhiam os raios do sol como uma criança que posta a palma da mão para segurar o vento, mas esse, astuto e ágil, sempre lhe foge dos dedos e volta a fazer a sintonia eterna que ecoa em todos os cantos do mundo.

Rosas orgulhosas da beleza que eram donas, se reverenciavam aos passos do poeta. Cada passo mais perto estava da menina. Podia agora sentir seus soluços e certamente suas lágrimas salgadas regavam as flores doces num contraste ameno e delicado.

Agora estava a poucos passos dela. Ela o viu. Ela sorriu...

O poeta então a agarrou em seus braços e deu-lhe um beijo apaixonado em sua boca vermelha como uma cereja a qual ele tentava em vão devorar. Sussurrou um poema em seu ouvido, e lhe mostrou a paisagem linda que as flores pintavam no quadro da vida.

“_Você é mais linda que as estrelas!!!!!”

“_Quem te disse isso?” - ela disse com os olhos marejados.

“_As mesmas...”

Poeta imaginário
Enviado por Poeta imaginário em 03/08/2013
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