Os Segredos do Obelisco - Narrativa de Ásslan (a decidir se é prólogo ou capítulo)

A matéria à sua volta estava começando a ficar distorcida. O tecido da realidade parecia estar em suas mãos. E realmente estava. Sua ira estava estampada em seus olhos, materializada ao seu redor, destruindo tudo que ameaçasse tocar em seu corpo. Era notável que Carlo não estava nada bem. E que toda essa revolta era resultado de suas crises psíquicas, que de vez em quando vinham atormentá-lo, para fazê-lo sofrer e perder o controle. Não sabia mais o que fazer, aquilo me assustava muito. E, sempre que isso acontecia, eu corria para longe, em busca de algum refúgio que me protegesse de sua ira. Sim, eu sei, ele é meu irmão mais velho, e deveria me proteger, e o vazia, mas no estado em que ele estava, não queria ficar para ver. A sorte, se é que ela existe, é que estávamos no meio de um bosque, e não havia mais ninguém lá. Pelo menos era o que eu pensava, até eu perceber uma movimentação estranha entre os arbustos. Não sabia o que era, mas sabia que não era Carlo.

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Fragmento do livro "Os Segredos do Obelisco", de R. B. Mattozzo