Caminhos trilhados a lápis.
Era uma tarde distante, que parecia que o Sol ficava cada vez mais longe dos meus pés. Em meio ao céu aberto, havia suas nuvens, as escuras que traziam meu breu e as claras que traziam meu eu. O lá me trouxe o cá, trazendo pra mais perto as melancolias do passado que a abstinência insistiu em ficar em minha mente. Seja paz no inferno, das chamas brancas que se tornaram vermelhas. Do romance fictício ao real. Sinto falta do vento que não é mais o mesmo. Sinto falta do ar que deixou de me levar. Lembranças foram passageiras. E até mesmo elas me abandonaram, passaram para me dizer um olá e se foram para outro dia qualquer voltar.
Foi um passageiro de lembranças que deixou de me guiar, e com isso, fiquei só. Só para pensar, gritar e despertar. Havia pessoas ao meu redor, sentia, mas não os via.
O mar chegou aos meus pés e o Sol aos meus olhos. A roupa ingênua que vestia se tornava mais um grão de areia sobre o chão.
Percebia uma voz, mas não sabia de onde vinha. Não era do céu, nem do horizonte. Era do meu coração. E ele me dizia com uma voz suave da lentidão: “Confiança, atitude e amor próprio”. Essa voz ecoava, até levantar minha cabeça e entender o que ela me dizia. Dizia para jogar fora todas inseguranças, pois me deixei influenciar, fiquei sem atitude, deixando a maré levar o meu amor próprio. Fiquei aliviada. Aprendi a usar minha mente e ouvir meu coração. Parei de andar sobre trilhos cheios de espinhos onde sempre me machucava. Comecei a andar sobre meu próprio caminho. O caminho que eu mesma inventava. Pelo meu caminho, fui de becos a lajes e até mesmo ao rei. Passei a andar sobre ladrilhos em preto e branco, a moda antiga. Eu mesma poderia colorir, e até mesmo consertar. Surgiu um caminho um caminho de oportunidades e deixei de lado meus erros e medos, peguei minha bagagem e fui.
Foi onde me encontrei. Foi onde me guiei. Foi e é, onde sobrevivo.