{lua nova} E A LUA

É madrugada, ela está só, pés descalços, lentamente caminha sob o luar prateado dentro da noite. Seus cabelos negros descem pelas costas uns dois palmos abaixo dos ombros, leva no rosto a expressão serena e tranqüila daqueles que amam e são amados. Usa um vestido simples sem mangas sobre o corpo bronzeado de coxas grossas, braços e ombros bem torneados e belos seios revelados por um decote generoso. Nada mais usa além do vestido. Está sem calcinha e sem sutiã e assim sente-se feliz e completa pois é assim que seu dono gosta que ela caminhe na madrugada e ela adora fazê-lo feliz. É por ele e para ele que ela vive, seu corpo, sua alma e sua mente não lhe pertencem, são do seu Dono. Mesmo não estando presente fisicamente sente que o mesmo está ao seu lado e lhe parece ouvir seus passos. Respirar o ar da madrugada, pressentir junto a si a presença do homem que ama e sentir nos pés o contato direto com a terra é algo para ela indescritível. {lua nova}, este é seu nome, está feliz. O sereno a umidecer levemente seus cabelos e o tecido leve do vestido a colar no seu corpo faz com que sua silhueta vista sob o luar da madrugada faça dela a mais bela das mulheres.

Lá no céu, a lua, sua amiga/irmã a tudo assiste. Entre elas não existem segredos, são íntimas, verdadeiras e sinceras uma com a outra. Estas caminhadas que faz nas madrugadas são justamente para poder conversar com sua amiga/irmã, quando fala dos seus problemas, pede conselhos ou quando divide com ela seus momentos de felicidade. De tempos em tempos durante a caminhada faz um movimento gracioso com a cabeça e seus cabelos esvoaçam no ar. Neste momento lá no alto a lua torna-se mais brilhante e a cobre de luminosidade pois sabe que aquele gesto foi dirigido a ela. É o ponto maior, o ponto culminante da cumplicidade entre elas por que ambas são luas e se compreendem. Se alguém a visse neste momento perceberia como fica radiante, lindíssima, maravilhosa e como sua amiga/irmã lua lhe faz bem. Ela continua seu caminhar, e, enquanto grilos e sapinhos se calam reverenciando sua passagem, pirilampos aumentam a intensidade das suas luzes para iluminar seu caminho. Sem se dar conta do que acontece em redor {lua nova} continua sua caminhada e desaparece na penumbra da madrugada.

Numa cidade próxima de onde ela se encontra um homem dorme um sono tranqüilo, respiração compassada, mente e coração alegres porque acaba de ter um sonho agradável com sua serva, a quem ama.

fim

JotaCF
Enviado por JotaCF em 30/01/2012
Reeditado em 02/09/2012
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