PARÁBOLA DOS BARCOS

Parábolas

Gosto de fazer parábola delicadíssimas.

Como se as palavras fossem se equilibrar em luar.

Como as réstias de sol entre as Montanhas ( a Noite se

/ aproxima )

E a lua surge,

como uma enseada azul, piscosa de todas as luzes...

Uma Montanha Negra vista ao longe sobre o amplo Azul

com nuvens e (muitas! ) estrelas.

Um fio de prata sobre a terra negra.

Um risco só de unha na superfície do Mar...

Uma voz muito suave de vento

( que afinal é muito difícil expressar!... )

Mas os olhos da noite são as estrelas

que sempre nos levam ao risco impossível

da clareza

de Alma !...

PARÁBOLA DOS BARCOS

J. Sunny

Os barquinhos se situavam na praia de enseada.

O azul esverdeado do mar tocando as areias com cores de

mel, douradas, pandas como a ponta de um guardanapo, trian-

gularmente ____ e o vértice num ponto que alteava, dando-

lhe vez, toda a paisagem.

É preciso olhar.

Com olhos de voo e desprendimento de asas.

Trazer para dentro da alma os desenhos da Vida.

Inaugurar o álbum branco no cerne da Alma.

Tudo será sempre uma Outra coisa. Mas essa coisa existe.

Existe e é tocável, como a percepção dos Anjos. ( Que são

gritantes, mesmo até ___ se pousados nas coisas ___ que já

as temos em nós em luz ___ninguém é realmente pobre : o ou-

ro tesouro cá está ( todos os peixes com seu mar ___ abertos

na superfície a descoberto com mergulhável sol ___ ou cober-

tor de ondas ...)

Lá ficávamos os olhando. Aos barcos.

Deitados na grama víamos o tempo falar possibilidades.

Víamos o pulo dos gafanhotos, suas pinças verdes semi-

automáticas, o voo de abrir e fechar janelas das borboletas __

sempre fazendo sonhar com uma vida mais bela___os pássaros

se moverem com suas asas que concretizam o canto ___ o ro-

çar intuitivo das formigas ___ traçando a areia dos passos,

levando a folhas : a vida de viés...

Víamos todos esses movimentos.

Mas o movimento dos barcos é diferente.

Parece que eles sempre estiveram ali sem estar...

É que suas velas se confundem com a azulidade de nuvens

eternas ancoradas suavemente... num céu branco.

Fazem ver a rota certa na diferença, suave em ausência de

lemes.

Estão sempre ali. Como uma faca que não precisa cortar.

Só Ser. Elegantemente.

Isso se dá porque eles se movem como se move a Alma.

Certa de que a água sempre aninhará : berço bom!

Ficávamos ali olhando essa desfeita Saudade.

Esse ponto que vinha do eterno coloria a realidade.

E embora as folhas caíssem, ainda vivas, era aberto o nos-

so olhar para o dia.

Barcos ___mas no Perfeito. O vento (nos move ) e movia.

Não podíamos deixar de pensar na Eternidade !...

Jorge Sunny
Enviado por Jorge Sunny em 16/05/2011
Código do texto: T2973482